Suicide

Capítulo 10 - Começou na Califórnia

ATENÇÃO'
O CONTEÚDO A SEGUIR CONTÉM CONTEÚDO EXPLÍCITO.

23 de Setembro de 2018

23. Este pode ser um simples número, mas pra mim significa muito. Foi no dia 23 de Novembro de 2013 que um dos meus melhores amigos partiu desse mundo cruel. Não posso culpá-lo por isto. A culpa vem de Deus? Eu me perguntava todos os dias de minha vida. Hoje eu já não consigo ter a mesma fé que eu tinha quando criança. Se Esse Deus de que todos falam realmente existe, por que ele deixaria pais planejarem a própria morte do filho? Mas, se Ele existe mesmo – eu pedia – coloque, por favor em meu caminho pessoas para que possam me ajudar. 23 vezes eu pedi isso. Antes da 24º aconteceu. Alisson Lavigne o nome dela. Muitos acreditam em alma gêmea, já eu acredito em anjos. Ela tem tudo para me ajudar. 23 de Janeiro é a data de seu aniversário. Meus pais nunca me levaram para uma igreja, mas eu sempre acreditei em Deus. Espero que Ele lembre-se disso quando for para acontecer. Eu resolvi acreditar em Deus não só porque eu precisava de um porto seguro. Mas porque eu precisava acreditar que há vida depois da morte. Que há um lugar onde as pessoas más vão. Pois eu sei que neste mundo, nesta vida, os dois maiores monstros que passaram por minha vida não vão ser castigados. O homem se importa apenas com o dinheiro. Ele não se importa com o que você tem para oferecer. Logo, tudo parece mais fácil. 23 de Setembro. Foi esse o dia que eu escolhi para sair do inferno. Um inferno diferenciado. Você não precisa morrer para chegar nele. Você precisa apenas das coordenadas certas, ou se você não morar no Canadá, precisa-se de um avião. Eu pensei 23 vezes antes de matar eu mesmo. O meu suicídio não acabaria apenas com a minha vida, com a minha história. Mas acabaria com a história da minha família. Meus pais iriam fazer de tudo para que parecesse o contrário: para que eles tomassem proveito de minha morte. Mas eu, farei de tudo para que eles passem pelo menos 23 anos de suas vidas atrás das grades. Eu prometo para mim mesmo que vou fazer a vida deles um inferno, enquanto eu estiver vivo. Pois foi pra lá que eles queriam me levar. Quando eu menos esperar, estarei com meus pés nas areias da Califórnia.

- R.M

O      Q U E    R E A L M E N T E    A C O N T E C E U

Raul, que conseguiu uma boa quantia de dinheiro, após resgatar o dinheiro da conta de seu pai, que iria para seu assassino de aluguel, que viria do Brasil para Vancouver, paga sua passagem só de ida para os Estados Unidos, em Los Angeles.

Na noite anterior, Hettel "invadiu" a Mansão dos Murphy, se vestindo todo de preto, apenas com um capuz vermelho, como Raul lhe pediu. Para o jovem, vermelho significa esperança. Mais precisamente, como seu sangue derramado seria a parte maior de seu plano, ele (o sangue) lhe traria esperanças de ter uma vida melhor sem seus pais, após todo o plano acabar. E o mais importante: fazer seus pais pagarem pelo o que fariam com ele, e se vingar de todas as pessoas que o fizeram perder as forças e a vontade de vida.

Na noite do dia 22, Hettel fingiu invadir a mansão, e com ajuda do Raul, bagunçou toda a casa e implantou falsas provas de um assalto, suicídio ou assassinato.

Hettel configurou todas as câmeras, apagando as partes em que ele chega com um carro, com o corpo falso de Raul, quando Raul entra no carro com algumas malas, para fugir do país, e quando ele dirige o carro para fora da casa, fazendo com que ficasse registrado apenas quando ele disfarçado, entrasse e saísse da casa, tudo planejado.

Á caminho para a casa de Hettel, Raul telefona para o Dr. Falchuk, o mesmo que no futuro, irá colocar Margot e Lohany numa clínica psiquiátrica:

- Olá doutor, o corpo já foi colocado na casa.

- Fizeram tudo como foi mandado? Colocaram o sangue falso corretamente?

- Sim doutor, como você nos ensinou. Amanhã irei para os Estados Unidos, qualquer dúvida do plano você pode conversar com o Hettel. Seu dinheiro será depositado parceladamente.