Capítulo 11 - Lua De Sangue

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A vontade de ser diferente daquela criança loura de pele angelical foi tanto que com 11 anos eu tingi o cabelo de preto, escondida dos meus pais....

Minha mãe sempre se passava por equilibrada e base fundamental da família, mas a verdade é que por um bom tempo era meu pai quem comandava, que sempre colocava comida em casa e sempre nos dava amor.

Aquele homem doce e gentil que era meu pai mudou, e como todo ser humano na face da terra, ele tinha o lado bravo e violento, mas que de repente era só esse lado que ele demonstrava ter, e com o tempo, a parte violenta foi se agravando até que deixou marcas pelo corpo da minha mãe.

Depois de algum tempo não só eu, mas Stephany também teve de dividir o pódio com a chegada dos meus dois novos irmãos: Juliane e Brian, enquanto de pouco a pouco a geladeira ia ficando sem comida e o corpo da minha mãe ia ficando sem espaço para hematomas.

Ser eu, Mirela Peterson não estava sendo fácil, até eu encontrar uma pessoa que poderia não ser meu pai, mas me causava a mesma sensação de proteção que ele, e por isso, eu estava disposta a fazer de tudo para ele.

I

Quase uma semana depois que Raul Murphy acordou repentinamente de seu coma, as aulas na Bodwell voltaram, e com ela todo drama e confusão adolescente.

Raul, pela primeira vez em meses, desceu do carro de sua motorista. Segundo más línguas, Mariany, sua tia, tinha proibido ele de dirigir seu carro, depois do acidente. Na minha singela opinião, a pior parte do dia dele foi ver que sua namorada, ou melhor, ex-namorada Margot, estava aos beijos com seu primo recém-chegado da Itália. Podemos contar também com o fato de que além dela, Alison, Alexandre, David e Jade estavam todos juntos com Margot e Renan. Mabel também estava no meio deles, mas sinceramente, nunca gostei dela.

As coisas não poderiam estar tão boas, mas piorou quando minutos depois de Raul sentar na última carteira da fila da aula de inglês, o diretor Antonello Rouge o chamou pelo porta-voz, para uma conversa em sua sala.

- O que você quer? – Perguntou Raul quando entrou na sala dele.

- Que bom que está bem, Raul. Fiquei preocupado! Sente-se, por favor. – Disse Antonello, tentando esconder a falsidade.

- Escuta aqui, seu impostor. Eu sei muito bem quem você é, e sei também que o suposto acidente pelo qual eu passei não foi tão acidente assim. – Disse Raul apontando o dedo para a cara do diretor – Para a sua sorte eu não lembro de nada do que aconteceu depois que você me golpeou na cabeça, mas eu ainda anseio pelo dia em que irei te ver como vejo meus pais.

- "Escuta aqui", pobre Raul, - Antonello o ameaçou, levantando de sua cadeira e colocando as duas mãos apoiadas na mesa, olhando diretamente em seus olhos – eu acho melhor você se portar e se colocar no seu lugar, caso não queira parar numa maca novamente.

Raul não expressou medo e respondeu ele de uma forma direta.

- Eu sei o que você fez. Você trocou os papéis do seu plano contra os detetives, que eu encontrei aqui na sua sala, e por isso meus amigos não acreditam mais em mim. Mas eu...

- Amigos? – Perguntou Antonello – Cadê todos eles agora?

- Eu sei muito bem quem você é, Antonello Rouge. E sei também que o seu plano contra os detetives não deu certo. Quando você menos esperar a Cordelia estará de volta e o Senhor Vermelho estará numa cadeira elétrica. Eu te juro que irei te fazer se arrepender por cada mensagem enviada. – Ameaçou Raul.

- Mensagens? – Debochou Antonello – Quais mensagens?

- Eu sei o joguinho que você irá fazer agora, irá fingir que o Senhor Vermelho e as mensagens nunca existiram, pra tomar tempo pra próxima grande surpresa. Mas eu te juro que...

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