1 - Need Not Be Afraid, Okay?

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Narrador POV

Camila no momento preparava o jantar. Sempre teve bons dotes culinários, mas sua modéstia era maior do que a sua razão. Morava em um pequeno apartamento, não muito luxuosos, com sua melhor amiga, Dinah Jane, que estava na sala, sentada no sofá assistindo sua série preferida. Ela sempre se mantia concentrada em casos assim, buscava prestar atenção em cada detalhe da série pra que nada passasse despercebido.

A latina deu seus últimos retoques na refeição e chamou pela loira que pausou o seriado e foi ao seu encontro. A cozinha exalava um cheiro bom de tempero e molho, e podemos dizer que Dinah adorava isso. Ela era completamente fanática pela comida que Camila fazia, não tinha certa explicação do porque, além de obviamente ser um refeição maravilhosa, porém, sempre tinha algo a mais. Algo como um toque especial a cada prato que ela preparava.

- Isso está com um cheiro bom! - comentou se sentando em uma das cadeiras. Camila fez o mesmo.

- Pode apostar que o gosto também. - deu uma piscadinha enrolando o espaguete com o garfo.

- Cadê sua modéstia, Karla? - a mais baixa revirou os olhos.

- Pare de me chamar assim! - resmungou. - E quanto a modéstia, morreu no momento eu que eu descobri o quão esse tempero é bom.

- Hum...- Dinah fez um som nasal. Levou um pouco da comida até a boca e mastigou, ainda sem esboçar reação.

- Gostou? - arqueou a sombrancelha.

- Eu te dou razão pra esquecer da modéstia, porque isso está maravilhoso! - Camila sorriu bebendo um gole de suco.

- Eu sabia! - exclamou. - Tudo que eu faço é bom.

- Convencida nem um pouco né? - a latina riu. - Você deveria se formar em gastronomia, iria se dar muito bem.

- Eu não sei se tenho capacidade para trabalhar na cozinha. - negou com a cabeça.

- Não começa com o drama, Karla! Você sabe muito bem o talento que tem, e se dizer o contrário, eu dou na tua cara! - ameaçou.

- Nós duas sabemos que você nunca seria louca de me bater. - afirmou fazendo Dinah sorrir.

- Realmente, não, mas puxar suas orelhas não seria um problema. - Karla arregalou os olhos. - Brincadeirinha! - sorriu por alguns segundos, mas logo arqueou a sobrancelha. - Mas agora é sério, eu posso puxar sua orelha sem remorsos.

- Idiota! - resmungou. - Tudo bem, eu posso tentar.

- Foi mais fácil do que eu imaginei. - comentou surpresa com a decisão dela.

Quando o jantar foi finalizado, Dinah fixou encarregada da louça enquanto Camila seguiu para o seu quarto. Tomou um banho morno e pôs um pijama logo após, saiu do banheiro cantando uma música baixinho e se jogou na cama. Pegou seu livro preferido e começou a ler até pegar no sono.

(...)

Quando acordou, fez sua higiene matinal e seguiu para a cozinha para preparar um café forte pra si. De volta a sala, procurou pelo seu notebook e ao encontrá-lo pesquisou por uma faculdade boa em que ela pudesse se matricular. Depois de tanto buscar, ela encontrou, desligando o notebook após fazer a inscrição. Ouviu passos na escada em seguida, Dinah ainda sonolenta, se sentou no sofá ao lado da amiga, deitando a cabeça em seu ombro e voltando a fechar os olhos.

- DJ,o que acha de tomar uma xícara de café? - sugeriu a amiga que apenas se encostou mais nela.

- Eu tô com preguiça! - falou com a voz arrastada e baixa.

- Quando você não está? - rebateu, recebendo um suspiro da amiga e logo a falta da cabeça em seu ombro.

- Eu vou lá, ou é capaz de eu dormir de novo. - se levantou. Seguiu para a cozinha e se serviu com a bebida forte e essencial para o seu dia a dia. Abriu o armário em busca dos seus biscoitos, mas não encontrou nada.

- Mila, você pode ir comprar biscoitos pra mim? - pediu, voltando pra sala com a xícara na mão. - Os meus acabaram.

- Por que você não vai? - parou de zapear os canais da TV, apenas pra direcionar o olhar a amiga com a sombrancelha arqueada.

- Eu estou cansada. - bocejou. - Por favorzinho!

Camila bufou.

- Tá bom, eu vou! - se levantou. - Os mesmos de sempre?

- Sim, e traga também uma caixa de cereal. O meu já está acabando. - relembrou. A latina assentiu pegando dinheiro na carteira da amiga. Seguiu pra fora de casa.

O caminho até o mercado foi tranquilo, ao chegar no caixa pagou pelos alimentos e logo voltou as ruas, mas não as mesmas da ida. Camila decidiu cortar caminho para chegar mais rápido, mas não imaginava que em um certo ponto, começaria a escutar gritos violentos vindo de uma bela casa naquele bairro que era perto do seu.

- VOCÊ É UMA GAROTA LOUCA, UMA ABERRAÇÃO! SEUS PAIS TERIAM VERGONHA DE VOCÊ. - o som aumentava a medida em que ela se aproximava.

- SUMA DAQUI E NUNCA MAIS APAREÇA! - Camila viu a porta se abrir e por ela foi empurrada uma menina de pele pálida com alguns hematomas, cabelos lisos mas mal cuidados, e uma roupa larga, esquisita e suja.

Se aproximando cautelosamente, pôde ver a garota mais de perto notando vários machucados em algumas partes visíveis do seu corpo. A garota chorava, soluçando baixinho como se quisesse que ninguém a escutasse. Assim ninguém lhe traria olhares de pena e muitos menos fariam perguntas.

- Oi! - Camila falou baixinho mas ainda assim assustando a desconhecida. A garota se afastou um pouco. - Não precisa ter medo de mim, eu não vou te fazer mal, ok?

A desconhecida se levantou do chão e começou a se afastar rapidamente da latina.

Camila não pensou duas vezes antes de seguir a menina que corria a passos rápidos pela rua deserta. Seguir seu ritmos não era tão difícil pra ela, já que os machucados na pele pálida a deixavam cada vez mais lenta. Quando conseguiu quase chegar perto, tentou chamá-la mas a garota não deu ouvidos.

- Hey, cuidado com a...- disse tarde demais. A desconhecida já havia tropeçado em uma pedra e caído. Com o impacto, sua cabeça bateu levemente no chão, a ponto de deixá-la inconsciente.

Camila arregalou os olhos e se aproximou mais ainda, analisando a o estado da garota. Ela estava confusa, e desesperada mas não podia deixar a garota ali. Seria desumano. Então simplesmente a pegou no colo e começou a carregá-la até o seu destino. Por sorte ela não era tão pesada, isso não dificultava o seu esforço. Camila não sabia o que estava fazendo, mas sabia que era o certo e era isso o que importava.


Hey Baby! (Camren Infantilismo)Onde histórias criam vida. Descubra agora