Quinze

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Depois de lanchar, eu e Devil acabamos entrando em um assunto agradável sobre a faculdade. Quando eu percebi, já estava virando o segundo Shot de tequila e dançando junto a Devil. Ele estava quente como o inferno e passava a mão na minha cintura enquanto me puxava para seu corpo. Sua língua estava passeando no lóbulo da minha orelha quando eu me toquei de que já estava bêbada o bastante e precisava ir embora.

O afastei, antes de acabarmos fazendo algo que certamente me faria ter arrependimento e gritei por cima da música que precisava ir embora. Devil arqueou uma das sobrancelhas grossas e aproximou os lábios dos meus ouvidos.

—Quer ir pra minha casa? —Ele perguntou.

Eu neguei freneticamente com a cabeça, sentindo meu rosto corado por conta da bebida e vendo tudo em volta girar.

—Minha casa. Preciso ir pra minha casa.

Devil me olhou por um momento e balançou a cabeça, segurando minha mão e me puxando contra as pessoas.

Quando estávamos do lado de fora, senti o ar fresco batendo contra meu corpo. Eu me sentia tonta e meu estômago ardente.

—Eu não devia ter bebido tanto. —Eu ri, apesar de estar falando sério.

Devil me puxou contra seu corpo e me deu um beijo casto. Depois se afastou e sorriu.

—É que você fica linda quando bebe. —Explicou, se afastando para pegar o capacete na moto.

—Eu acho que se subir aí, vou acabar caindo. —Falei, logo esquecendo do beijo.

Duvidava muito que pudesse lembrar de muita coisa no dia seguinte.

—Não vou te deixar cair. —Garantiu.

Segurei o capacete e tentei, em vão, posiciona-lo na minha cabeça. Devil sorriu e me ajudou. Como ele conseguia beber tanto e não parecer malditamente bêbado?

—Vem, eu vou pilotar devagar.

Balancei a cabeça e subi na moto, recostando meu rosto contra suas costas.

Quando eu me afastei, já estávamos em frente ao apartamento de Gabriel. As luzes estavam apagadas, exceto a luz da sala.

Olhei na tela do meu celular, marcava três horas da manhã. Se eu não estivesse tão tonta, teria ficado surpresa.

Eu não gostava de beber. Não gostava de sentir tudo girando ou de como eu me soltava com a graça do álcool. Mas eu bebi, meu segundo porre na vida e ainda não tinha realmente me arrependido.

No final, sair com Devil e me divertir, tinha me feito esquecer um pouco toda aquela bagunça.

—Obrigada por me trazer. —Balbuciei, sentindo minhas pálpebras pesadas.

—Não precisa agradecer, amor. —Ele disse, divertido, e segurou minha cintura enquanto me ajudava a ir até o apartamento.

Eu já estava com a chave na mão, então Devil apenas a pegou e abriu a porta. A primeira coisa que vimos, foi a silhueta nervosa de Gabriel vindo a passos largos até a nós.

—Onde você a levou, porra? —Perguntou ele, tirando-me das mãos de Devil.

Eu o olhei um pouco surpresa, me apoiando na porta para não cair.

—Não te interessa. —Murmurei, irritada, antes mesmo que Devil pudesse responder.

Eu não gostava de Gabriel no tom que ele havia se dirigido a Devil.

—Interessa sim, sua irresponsável. Se alguma coisa te acontecer...

—Nada iria acontecer. Eu estava com ela. —Devil disse, irritando-se também.

Tudo girava, meu estômago já estava embrulhado.

—É isso o que me preocupa! São três da manhã, onde vocês poderiam ter ido?

—Não fode, cara... —Devil falou, enquanto íamos para dentro do apartamento.

—Não fode você! Quero que fique longe dela, caralho!

—Chega! —Murmurei, me virando para encara-lo —Não precisa ser a porra de um arrogante.

Devil sorriu e Gabriel me encarou, parecia que ia me matar.

—Você não o conhece. —Ele disse.

Revirei os olhos.

—Ainda. —Devil falou —Ela está aqui e está bem. É isso o que importa.

Devil se aproximou e me deu um beijo rápido na boca.

—Boa noite, amor.

Então eu e Gabriel encaramos suas costas até que ele saísse.

Quando me virei para ele, seus punhos estavam cerrados e o rosto vermelho como se a qualquer momento ele fosse cuspir fogo.

—Eu não acredito que saiu com ele.

—Não acredita porque? —Perguntei irritada enquanto cambaleava para o quarto.

—Louisa, vocês...? —Gabriel estava no quarto comigo e seu tom de voz estava baixo.

Me sentei na cama e tirei o moletom.

—Se nós transamos? —Sorri e tirei as botas. —Ainda não.

Ele soltou os ombros e respirou fundo, depois fechou a cara novamente.

—Vocês não vão transar.

—Vamos ver. —Provoquei. Gabriel balançou a cabeça.

—Nem que eu o mate.

Quando ele disse isso, senti um nó no estômago e levei a mão até a boca, engolindo o vômito.

—Deixa eu ver se entendi —Falei, tentando manter os olhos abertos —Você pode transar com quem quiser e eu não?

Ele suspirou e revirou os olhos.

—Não é assim...

Antes que ele terminasse, vomitei tudo o que havia comido horas antes com Devil.

—É assim que você quer ser? —Praguejou ele, puxando meus cabelos para trás enquanto eu vomitava outra vez.

—Pronto, lou? —Quis saber, quando eu me apoiei sobre os joelhos e não parecia mais querer vomitar.

Apenas fiz que sim com a cabeça e deixei ele me levantar, levando-me para o banheiro.

—Agora vai dar banho em mim? -Zombei, recebendo o silêncio como resposta. —Pode me deixar aqui. Você não tem que estar trancado no quarto fazendo... —Ele me olhou como se fosse me matar e eu decidi ficar calada.

—Cala a boca. —Murmurou ele, depois de ligar o chuveiro e me enviar lá embaixo.

A água caiu em mim como pedras de gelo. Eu tremia e desejava morrer ao mesmo tempo. O frio era tão grande, que senti meu corpo ficar dormente e meus dentes se chocavam uns nos outros.

—Isso é pra você aprender a não beber mais. Tenho vontade de ligar para a Margot e dizer a ela que a filha está aprontando mais do que devia.

—Você. Não. Tem. Esse. Direito. —Indaguei, enquanto tremia feito vara-verde.

Ouvi seu riso e deixei ele enrolar a toalha em volta do meu corpo.

Gabriel me levou até o quarto e deixou a toalha caída no chão, enquanto puxava a roupa pesada do meu corpo.

Fechei os olhos e deixei que ele o fizesse. Quando eu estava apenas de calcinha e sutiã, senti um pano grosso em volta do meu corpo e Gabriel me empurrar até a cama.

Mantive os olhos fechados, pois o sono havia me atingido.

Mesmo parcialmente dormindo, senti os lábios macios de Gabriel na minha testa e o segurei antes de ele se afastar.

—Me desculpa. —Balbuciei.

O colchão ao meu lado se afundou e senti seus braços ao redor de mim. Me aconcheguei, satisfeita, e dormi profundamente.

Atração sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora