Nove

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—Louisa? —Ethan franziu as sobrancelhas e me olhou, parecia surpreso. —Eu não sabia que trabalhava aqui.

—Entendi porque o Gabriel encheu o saco pra gente vir. —Devil murmurou.

—Cala a boca, cara. —Gabriel socou seu ombro.

—Era segredo? —Riu Devil.

—Modos, rapazes. Vocês não tem educação? —Ethan os repreendeu e me olhou —Você tá bem, Louisa?

—Bem melhor do que na segunda. —Falei e levantei o bloco de papéis —O que vocês vão querer? —Perguntei.

Eles pediram cerveja e fritas com torresmo.

Anotei tudo e fui até o balcão entregar o pedido para Rob. Meu chefe foi para a cozinha e voltou alguns minutos depois, me encarando com os braços cruzados.

—Você não precisa atender caras assim. —Apontou com a cabeça para a mesa dos meninos —Eu não imagino como deve ter sido pra você ter passado pelo que passou, semana passada. Então você não precisa.

—Tá tudo bem. —Garanti e afaguei seu braço —O cara com tatuagem é o irmão que eu te disse. Aquele pelo qual eu queria muito alugar outro lugar para ficar.

Rob olhou por cima do meu ombro e encarou Gabriel. Deu para perceber que ele não gostava de tatuagens. Ou de jovens do tipo "foda-se você e o seu mundo de merda".

—Foi ele quem entrou no quarto e impediu que as coisas... Ficassem piores. —Pigarreei e sorri —Pode parecer loucura, mas agora as coisas com ele não estão indo tão mal.

Rob não pareceu muito convencido disso, mas sorriu e concordou.

Por outro lado, Tom passou o resto da noite encarando a mesa dos rapazes com cara de poucos amigos. Parecia que ele, a qualquer momento, tocaria fogo em cima deles ou pior. No final da noite, quando Rob me dispensou, Gabriel se levantou e disse que voltaríamos juntos. Seus amigos se despediram –eles realmente eram legais – e ficaram no bar até depois de irmos embora.

Passamos em uma lanchonete depois de eu reclamar estar com fome. Pedimos um lanche do subway e ele me contou algumas coisas sobre seus amigos. Descobri que Ethan era o mais centrado deles, haviam se conhecido a pouco mais de três anos. Mas Devil e Gabriel se conheciam a muito tempo e o primeiro havia ido até a Inglaterra justamente para não perder contato com Gabriel.

Apesar de serem amigos eu não sentia que Gabriel ficasse realmente a vontade de falar nele.

Isso me deixou com uma pulga atrás da orelha, porém não toquei no assunto.

Chegamos em casa pouco mais das onze. Fui para a cozinha pegar um copo de água enquanto Gabriel ia para o quarto. Meu estômago estava um pouco dolorido, pois estávamos rindo desde a lanchonete, nos lembrando das situações que nos envolveram em encrenca, como na vez em que o fiz ir para o hospital por causa de sua alergia a amendoim, e fiquei uma semana de castigo.

Gabriel voltou do quarto, estava só de calças, as tatuagens no peito e braços à mostra. Pude ver com mais atenção oque eram aqueles desenhos. Havia uma serpente sedutora que dava início em seu peito esquerdo e ia até a altura do quadril. Outra tatuagem, um rosto de uma mulher com olhos fechados, envolvia um de seus braços. Havia realmente várias imagens pintadas sobre sua pele, mas a que me atraiu, foi uma letra distorcida um pouco abaixo de seu umbigo. Parecia com um D, ou um I e talvez um L.

—Limpa aí, Louisa. —Gabriel se apoiou no balcão da cozinha, com o rosto perto do meu, então levou o indicador até minha boca e passou lentamente —Você tá babando.

Atração sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora