Vinte e um

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Não consegui postar o capítulo ontem. Mas aí está. ♥️

Gabriel

Eu não tinha entendido muito bem. Em uma hora Louisa estava toda manhosa e safada e em outro momento ela estava irritada e intocável.

Ela tinha uma personalidade forte, tão forte que chegava a me irritar. Desde quando nos conhecemos, Louisa consegue arrancar de mim tanto sentimento negativo, que acabava fazendo o meu pau ficar duro.

Inferno!

Eu estava pensando muito nela. Pensava nela como um filho da puta apaixonado. E eu confesso que eu sentia aquela coisa de borboletas na barriga ou o caralho a quatro quando estávamos juntos. Também sentia sua falta quando não estávamos e isso me deixava irritado.

Se ela ficasse realmente chateada, seja lá a porra da merda que eu havia feito (mesmo que sem perceber), não poderia fazer a surpresa que eu estava planejando.

Eu teria que dar um jeito.

Paguei o taxista e suspirei ao subir os poucos degraus da casa da Scarlet. Cocei a nuca tentando procurar um indício de paciência, pois sabia que minha mãe daria o pequeno surto dela por me ver, até porque eu nem tinha avisado que estaria de volta.

Empurrei meu corpo para dentro, depois de abrir a porta com a chave que estava por baixo do antigo vaso de plantas, e avistei Sol, a empregada que John bancava para Scarlet.

—Uh, eu não sabia que estaria de volta, Sr.

—Gabe. Me chame de Gabe. —Falei e levei um dedo a boca, como se para pedir silêncio. —Não diga a Scarlet que estou aqui, ok? Preciso dormir um tempo.

Ela me encarou, a testa franzida e os lábios finos, e depois deu de ombros.
Pisquei para ela e subi as escadas quase que correndo, indo para o quarto e me jogando na cama.

Tirei o celular do bolso e mandei uma mensagem para Louisa.

"A gente vai se encontrar hoje, né?"

Eu duvidava que ela fosse responder. As vezes se comportava uma criança pirracenta e era tão orgulhosa que me dava vontade de bater a cabeça na parede.

Decidi, depois de alguns minutos, que eu não teria uma resposta e fui tomar uma banho. Quando terminei, me joguei na cama e dormi profundamente.

O sol queimava ao lado de fora e atravessava a cortina em rajadas. Apesar de estar todo suado, eu não reclamaria. Não depois de passar todas essas semanas no frio incompensável da Inglaterra.

Apenas troquei a Boxer por uma sunga e agarrei a toalha, indo para a piscina.

—Gabriel! —Ouvir a voz aguda de Scarlet fez um calafrio subir pela minha espinha.

As vezes eu achava que o seu tom faria meus tímpanos explodirem.

—Eu não acredito que você chegou! Venha, meu filho, me dê um abraço.

Suspirei e me virei para ela que enlaçou os braços no meu corpo e se afastou, seu rosto contorcido.

—Uh, está suado e malcheiroso.

Eu ri e deixei a toalha sobre a cadeira esticada a beira da piscina, tirando os chinelos.

—Onde está John? —Perguntei.

Já que Louisa parecia não me responder, eu daria um jeito de convidá-la, indiretamente, para podermos conversar.

—No trabalho. Aquela garota ossuda chegou hoje de manhã. —Ela revirou os olhos, nunca foi muito fã de Louisa também.

—Está se referindo a Louisa? —Perguntei, grifando a última parte para que ela entendesse que Lou tinha um nome.

Scarlet contorceu o nariz e franziu a testa.

—Ela mesmo. Agora vai querer a atenção do meu marido só pra ela.

Suspirei e fui para a beira da piscina.

Cacete Scarlet, antes de ser o seu marido, John é o pai dela. —Falei, me atirando dentro da água e mergulhando para a superfície.

Refrescante.

Não sei se Scarlet havia de fato me escutado, mas depois de uns segundos, ela revirou os olhos e caminhou para dentro de casa.

Respirei, satisfeito. Assim poderia mergulhar em paz.

(...)

Algumas horas depois, quando já estava anoitecendo, John chegou em casa. Parecia mais alegre e radiante desde a última vez que o vi, em Cambridge.

Eu nunca fui muito com a cara de John ou qualquer um de sua família. Mas acho que depois que comecei a me envolver com sua filha, eu não o via como um completo imbecil, apesar de ser um capacho para a Scarlet. Mas agora eu conseguia compreende-lo, porra. Sabia o que era se sentir submisso a alguém.

Caralho, eu faria qualquer coisa que Louisa me pedisse também.

Depois de mais um banho, decidi as escadas abotoando a camisa e me deparei com uma silhueta ruiva. Revirei os olhos e respirei fundo.

—Megan. —Falei.

Ela sorriu amplamente e lançou os braços ao redor de mim, beijando meu pescoço e passando as grandes unhas decoradas nos meus braços.

—Gabe, meu amor. Eu senti a sua falta. —Ela disse.

Scarlet sorriu e passou por nós.

—Vou ver como está o jantar.

—Diga a John que quero vê-lo. —Eu disse, antes que ela sumisse.

—Quer falar com o John? —Perguntou desconfiada, sustentando uma sobrancelha arqueada.

Assenti e empurrei, sutilmente, as mãos de Megan para longe.

Ela assentiu e se virou, indo para a cozinha.

A voz de Megan veio em seguida.

—Então, que tal irmos para o quarto e... —Ela sorriu, beijando meu ombro por trás.

Revirei os olhos.

Megan e eu não éramos um tipo de casal ou tínhamos um tipo de relação, mas nos conhecíamos a alguns anos, então já se pode imaginar a bagunça que nós fazíamos juntos. Envolvia chantilly, vodca e as vezes frutas.

—Olha, Megan, eu não acho que seja uma boa ideia. Estou cansado e sem cabeça para isso.

Ela caminhou e parou na minha frente, mordendo seus lábios cobertos por gloss de morando. Era um gloss muito saboroso e uma boca muito bonita. Mas mesmo assim, não fez o meu pau subir dentro da calça.

—Não está com cabeça para mim? —Perguntou, fazendo biquinho. —Você sabe que faço gostoso.

—É meu bem, mas eu não quero.

Megan deslizou a mão ao longo do meu abdômen.

—Nem um pouco? Poxa, Gabe, eu senti sua falta.

Parei suas mãos e as afastei.

—Eu estou tentando ser delicado com você, querida, mas você não me ajuda. —Abaixei as minhas mãos e olhei em seus olhos, sorrindo —Eu e você não vai mais acontecer. Eu estou com alguém agora. Com alguém que vale a pena de verdade e que não sai dando pra todo mundo e depois vem me procurar. Ela é uma pessoa decente, meiga e... Adorável.

Megan ficou vermelha, primeiro de vergonha e depois de raiva.

Então me acertou um tapa no rosto e se virou, indo embora.

Bom, se eu soubesse que ela iria embora tão fácil, teria dito isso antes.

(...)

Oi, gente! Só pra lembra-los de deixar o seu voto antes de continuar a leitura. É importante pra mim.
Obrigada.

Atração sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora