Dezesseis

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GABRIEL

Abri meus olhos lentamente e inspirei fundo, percebendo a cabeça loira de Louisa afundada no meu pescoço. Me movimentei uns centímetros para poder olha-la e levei a mão para tocar seu rosto com a ponta dos dedos.

Louisa era a coisa mais linda que eu já poderia ter visto no mundo. Parecia um anjo com toda aquela beleza e seu rosto corado.

Inferno!

Ela fazia eu me sentir malditamente bem e ao mesmo tempo culpado. Bem porque ela era doce, mesmo com a boca suja e culpado porque eu sabia que o pai dela me mataria caso eu a desejasse.

E porra! Eu a desejava.

Acho que passamos tanto tempo nos odiando e ignorando um ao outro que não paramos para poder perceber que na verdade tudo em nós era compatível.

Eu realmente não sabia como lidar com aquela situação. Louisa era delicada e casca grossa e eu queria muito poder tê-la para mim com todo aquele corpo maravilhoso e o jeito como ela chamava meu nome. Seus lábios finos e macios me faziam querer prova-los outra vez. Mas parece que o maldito Devil chegou primeiro.

Eu sabia que era errado me envolver com ela, mas só de ver ela o defendendo e depois ele a beijando quando chegaram de madrugada... Aquilo me deu uma puta vontade de arrebentar a cara dele, mesmo Devil e eu sendo amigos a muito tempo.

Não era a primeira vez que ele tentava roubar o que é meu.

E nem a primeira vez que ele não iria conseguir.

Me levantei da cama disposto a ir me encontrar com aquele filho da puta e afastei com cuidado Louisa que dormia intensamente, indo até o banheiro. Escovei os dentes e peguei uma blusa de moletom fino que estava jogado sobre a minha cama.

O sol lá fora estava convidativo e eu senti pena que Louisa não pudesse aproveita-lo um pouco, já que aquele lugar era frio como o próprio Polo Norte.

Deixei um remédio para dor e um copo com água ao lado da cama de Louisa e ja ia saindo quando o celular dela começou a vibrar. Demorei alguns segundos para encontrá-lo. Não queria que ela acordasse agora, já teria muita dor de cabeça mais tarde.

Atendi sem nem mesmo ver quem ligava.

—Sim?

Um silêncio se instalou do outro lado da linha e eu já ia perguntando quem era, quando a voz disse:

—Gabriel?

Notei na mesma hora que a pessoa era Daphne.

Apesar de nunca ter me dado bem com Louisa, eu e Daphne nunca de fato nos falávamos. Apenas nos cumprimentávamos e pronto.

Mas eu podia sentir que ela não ia muito com a minha cara também, além de Margot.

—Sim, sou eu. —Falei, me sentindo um pouco desconfortável.

—Porque você atendeu o celular da Lou? Onde ela está? —Sua voz era desconfiada e ia aumentando a medida que ela falava.

—Dormindo. —Falei baixo, vendo Louisa se mexer na cama -Ela chegou tarde do trabalho, está descansando.

—E desde quando você se importa?

Revirei os olhos. Era muita pergunta para pouca resposta.

—Você pode ligar mais tarde. Aposto que ela já vai ter acordado. —Falei, encerrando o assunto.

Outro silêncio surgiu e depois de alguns segundos, ela suspirou.

—Tudo bem. Eu ligo mais tarde, então.

Atração sem LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora