Meu horário era ótimo. Eu iria para a faculdade, depois para o trabalho e então chegaria às nove ou dez em casa. Provavelmente Gabriel estaria no quarto ou em algum outro lugar com mulheres e bebidas.A rotina perfeita. Qualquer coisa para não esbarrar mais com ele.
Não no víamos, realmente, desde quarta feira. Quando eu chegava, ele não estava e quando ele estava, eu ficava no quarto. Não queria ter que olhar em sua cara, mas também era estranho o fato de que nós preferimos não nos falar do que trocarmos insultos.
Eu iria começar o trabalho na segunda e Rob era bem exigente. Eu só podia usar Jeans e casaco que não fosse nem um pouco largo. Ele dizia que aquilo dispersava a pessoa. Fiquei no bar e vi a quantidade de gorjetas que Tom recebia. Já era bom em qualquer outro dia, mas quando ele me disse que as terças e sábados eram os dias da semana que mais lotavam, eu realmente fiquei feliz.
Tom era alto, seus cabelos ruivos e os olhos de um verde bem escuro. Era gentil, extremamente educado e me olhava como se eu estar ali fosse a melhor coisa do mundo.
Como era domingo e eu ainda não tinha falado com mamãe e Daphne, fiquei a tarde inteira conversando. Elas ficaram muito felizes de eu ter conseguido um emprego e pude ver, mesmo pelo tom de sua voz, que mamãe parecia mais aliviada.
Horas depois, quando lá fora já estava escuro, que fui realmente notar que eu nem tinha almoçado. Abri a porta do quarto e olhei pra fora antes de sair. Ia fazer um sanduíche e voltar para o quarto, só não queria me encontrar com Gabriel no caminho. Passei por seu quarto e parei, quando não escutei nada, continuei meu caminho até a cozinha.
Abri a geladeira e peguei requeijão e presunto. Puxei uma xícara do armário e peguei o pão.
Minha barriga roncava enquanto eu preparava o sanduíche. Quando guardei a sacola de pão e o requeijão na geladeira, vi uma silhueta parada na soleira da porta. Respirei fundo e nem me incomodei em olhar.
Não fale comigo! Não fale comigo! Não fale comigo!
—Finalmente encontrei você. —Ele disse.
Sua voz estava pacífica e baixa. Completamente diferente da última vez que realmente nos falamos.
Revirei os olhos e agarrei o sanduíche, puxando junto a xícara com café.
Passei por ele e fui para o quarto.
—Eu realmente preciso saber por onde é que você anda.
Fechei a porta atrás de mim e me sentei na cama.
Ouvi o barulho no corredor e segundos depois ele estava ali dentro, olhando para mim.
—Qual é! Vai mesmo ficar com raiva?
—Porque não leva esse seu traseiro para fora do meu quarto?
Ele sorriu e se recostou na parede.
—Comecei a achar que você realmente estava com raiva dessa vez. Mas pelo visto, não tem como fugir disso, não é?
Olhei para ele. Gabriel, infelizmente, era lindo de doer. Realmente incomodava que esse ser maligno ainda tinha alguma beleza para fazer ironia.
Respirei fundo e mordi meu sanduíche. Já não estava tão saboroso e eu nem sentia mais tanta fome. Devia ser porque ele estava ali, causava intoxicação em tudo a sua volta.
—Eu realmente não quis dizer aquilo. Você me causa... —Ele parou e respirou fundo —Não vou me desculpar, Louisa. Só me diz por onde você anda e eu te deixo em paz. Seu pai me cobra que eu te proteja.
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Atração sem Limites
RomansaLouisa precisou se mudar para a casa do meio-irmão Gabriel, com quem tinha um grande problema de convívio desde que se conheceram. Um relacionamento a base de intrigas e sarcasmos começou a dar lugar para carícias e um romance que não tinha a aprova...