Não consegui olhar para a porta, mas naquele momento a música já tinha parado.Max começou a se levantar e, antes mesmo que descesse da cama, foi lançado com um único golpe, e caiu no chão. Apertei os olhos, sem conseguir controlar o meu desespero e tentei tampar o meu corpo, já que eu estava apenas de calcinha e sutiã.
—Desgraçado! —Vociferou Gabriel, enquanto o agarrava pelos ombros e o acertava outra vez.
Max nem conseguiu reagir, pois os golpes viam com frequência.
—Logo você, filho da puta? Como tem coragem de tocar nela? —Ele gritava, enquanto o acertava outra vez.
—Gabe, amigo. —Max tentou dizer, mas mal mantinha o olho aberto. Uma risada saiu do fundo da garganta de Gabriel.
—Amigo? —Gabriel o golpeou de novo e mais uma vez. —Vai aprender a nunca mais tocar em uma garota inocente! —Gritava.
Tudo o que eu conseguia fazer era chorar e olhar aquela cena.
Gabriel se sentou sobre os ombros de Max, mesmo o homem estando praticamente desacordado, e começou a acertar seu rosto repetidas vezes.
—Ei, Gabriel! -Alguém apareceu —Que porra! Você vai matar ele, caralho!
Gabriel foi puxado para trás, mas conseguiu se desvencilhar e acertar mais alguns socos no rosto inchado de Max.
Só quando outros dois caras apareceram e conseguiram segurá-lo, notei a quantidade de pessoas na porta do meu quarto assistindo aquilo como se fosse uma cena na TV.
Nunca me senti tão exposta e humilhada na minha vida.
—Você tá bem? —Gabriel se soltou dos homens e correu até a minha cama, puxando a toalha da cabeceira e jogando sobre o meu corpo —Lou, me desculpe. Eu devia ter acreditado. Me perdoe!
Eu não conseguia parar de chorar. Gabriel colocou os dedos na minha testa e eu os vi sujos de vermelho, quando os afastou. Devia ser quando acertei na parede...
—O que vocês estão fazendo aqui ainda, porra! —Gritou ele, para as pessoas na porta —Vou dar porrada em cada um se continuarem olhando!
Aos poucos, as pessoas foram indo embora. E meu choro foi cessando.
—Lou. —Ele chamou.
—Não, Gabriel. —Solucei.
—A polícia já ta vindo, cara. —Um homem apareceu na porta e Gabriel assentiu.
—Vamos ficar pra você não correr o risco de acabar de matar ele. —Falou, um cara que estava perto de Max.
Olhei para o cós de seus dedos ensanguentados.
—Eu posso pelo menos me vestir? —Solucei outra vez.
Eu estava zangada com ele por ter levado aquele homem dentro de casa, mesmo depois de eu ter dito o quanto havia ficado assustada. Mas eu também estava me sentindo exposta e dolorosamente quebrada por dentro.
Gabriel foi até o guarda-roupa e pegou meu roupão.
—Eu te ajudo. —Falou.
Sua voz carregava um tom de desespero e ele não parecia muito ciente de que eu estava semi-nua enquanto três homens e um verme desacordado no chão, estavam perto.
Peguei o roupão de suas mãos e o empurrei.
Ele entendeu que não o queria perto e se virou.
—Parem de olhar, porra! —Gritou para os amigos.
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Atração sem Limites
RomanceLouisa precisou se mudar para a casa do meio-irmão Gabriel, com quem tinha um grande problema de convívio desde que se conheceram. Um relacionamento a base de intrigas e sarcasmos começou a dar lugar para carícias e um romance que não tinha a aprova...