Vinte e sete

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Quando voltei a abrir os olhos, havia uma luz incessante que não me deixava mantê-los abertos.

Coloquei o braço na frente dos olhos, impedindo as luzes florescentes de me cegar e passei a língua nos lábios. Nunca tinha os visto tão secos.

—Oi. —Ouvi a voz ao meu lado e virei o rosto.

A luzes incomodavam menos agora.

—Oi. —Falei e apertei os olhos com a dor que eu estava sentindo na garganta —O que houve?

Suas mãos foram para o meu braço direito e apertaram levemente. Percebi que havia uma agulha pendurada ali e um suporte com uma bolsa de soro.

—Você passou mal e a Mika te trouxe. Estava com mais de quarenta graus de febre, Louisa. —Ele desceu sua mão e segurou a minha —Podia ter morrido.

Franzi a testa.

—Meu corpo está dolorido. —Resmunguei.

—Voce ainda deve ficar aqui até de manhã. Os médicos fizeram exames em você, o resultado não deve demorar.

Balancei a cabeça e respirei fundo.

—Onde está a Mika?

—Ela foi para casa. Algo com os pais e uma audiência. —Falou.

Franzi a testa novamente. Outra vez aquela história de audiência?

—E Gabriel? —Perguntei.

—Mika até ligou, mas ele disse que estava ocupado. —Devil deu de ombros. —Mas eu estou aqui.

Senti meu peito contrair um pouco e suspirei.

—Obrigada, Devil. —Falei, mesmo que no fundo estivesse triste.

—Não precisa agradecer. Eu realmente me importo.  —Ele sorriu e acariciou meu braço, depois de levantou —Vou buscar um café. Quer alguma coisa?

—Água, por favor.

Devil assentiu e se virou, saindo do quarto.

Olhei para o teto e me perguntei porque Gabriel poderia estar ocupado demais para estar ali no hospital comigo. Ele disse que me amava e quem ama se preocupa, certo?

Não fazia sentido.

Alguns minutos se passaram e uma enfermeira e um médico entraram no quarto. O médico aparentava ter entre cinquenta e sessenta anos e sorriu ao me notar acordada. A enfermeira, uma mulher baixa e bonita, conferiu a bolsa de soro e fez alguma anotação no bloco que segurava.

—Srtª Wattson, como está se sentindo?

—Um pouco enjoada e talvez fraca. Mas com certeza estou melhor do que estava pela manhã.

—Isso é bom. Eu sou o Dr. Wallace e estou aqui com os seus exames.

—É algo grave?

—Não, nada grave. —Garantiu —A srtª. Está com um começo de uma pneumonia. Tirei um raio-x e percebi que a Srtª também tem sinusite.

—Ah. —Foi tudo o que consegui dizer.

—Passei alguns medicamentos e logo te darei alta. —Ele enfiou as mãos nos bolsos do jaleco e suspirou —Seu namorado pensou que estivesse grávida, pelo modo que agiu ele deve gostar dessa notícia.

—O que? Gabriel veio aqui? —Perguntei, confusa.

—Gabriel? —Dr. Wallace franziu as sobrancelhas e balançou a cabeça —Achei que ele se chamasse Devil.

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