A polícia chegou no hospital e procurou por Dylan, o motorista do outro carro era um rapaz de 21 anos que estava atrasado para uma entrevista de emprego, ele estava internado no quarto ao lado e felizmente, graças ao airbag, só quebrou o braço. Dylan decidiu não prestar queixa imaginando que o menino tinha tido muito mais prejuízo que ele.
Brenda decidiu ficar com ele a noite e segui para casa com Andrew que decidiu contar a mãe sobre o acidente e passou a viagem inteira tentando acalmá-la. Ele voltou ao hospital levando alguns utensílios que os dois precisariam para a noite e me vi estranhando a casa vazia. Ainda me sentindo chateada não quis ficar no quarto dele, tomei um banho e fui para o meu escritório pedindo que Elen levasse o jantar até lá.
Enquanto estávamos fora dei a missão de decorar o lugar a Paula que como sempre fez um ótimo trabalho, deixou o lugar feliz e com um leve lembrança da empresa, mas sem duvida alguma a parte mais chamativa foi o sofá, vermelho como sangue que eu amei.
Me deito nele curtindo o silêncio da casa quando uma mensagem de Juliene chega confirmando nossa visita a feira do centro amanhã. Foi uma boa ideia para termos um pouco de contato com as pessoas daqui da cidade, até agora tivemos muito pouco e os eventos que participamos aqui até agora eram apenas para colaboradores, mas não podemos focar nas cidades pequenas e esquecer nossa capital.
Peguei um livro para ler e me perdi nas páginas acordando para o mundo real quando ouvi batidas na porta. Olho as horas e me surpreendo, já é bem tarde, guardo o livro e me dirijo até a porta vendo Andrew com as mãos nos bolsos da calça moletom de forma acanhada.
- Vim chamar você para dormir - assinto
- Perdi a hora - dou um passo para frente decidindo que por mais confortável que o sofá seja, ele ainda não supera a cama
- Sobre hoje de manhã...- Andrew segura meu braço me impedindo de passar totalmente.
- Você devia se afastar um pouco de Brenda - digo de uma vez pensando em Dylan, lembrando do olhar triste com o qual ele me confessou que as vezes não tinha mais paciência e de como estava colocando Andrew acima da relação com a esposa - Dylan não é idiota e você está magoando seu irmão.
- Somos amigos.
Tenho vontade de rir da ironia.
- Eu não tenho amigos que me tocam ou me abraçam daquela forma, também não acho que Dylan tenha.
- Não? E o que foi aquilo no hospital?
- Exatamente - faço dele as minhas palavras - Você prometeu que se afastaria mas a cada dia que passa estão mais unidos que nunca.
- Temos uma história, você não entenderia, mas isso não significa que estamos tendo um caso.
É por isso que evito falar sobre, ele vai negar, eu não vou acreditar e vamos discutir.
- Mas aposto que torna mais difícil você esquecê-la. Você ao menos quer isso Andrew?
- Se ao menos você cedesse - ele passa a mão nos cabelos ficando afobado e quase não acredito que disse isso.
- Para quê? Para servir de prostituta enquanto você deseja outra? - me ofendo lembrando das palavras de Hildon.
- Nunca vi você dessa forma - diz quase ofendido também mas rio, ele não consegue me ver como uma prostituta sexual, mas isso não faz com que eu deixe de ser uma prostituta política.
Isso me magoa mas do que eu gostaria de admitir e me surpreende também, pensei ter deixado claro para mim mesma minha posição nesse casamento e o motivo dele, minha relação de parceria com Andrew me faz esquecer que sou apenas um peão às vezes.
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A Esposa Perfeita |LIVRO 2
Roman d'amourCasados! Ainda era estranho para Valerie assimilar sua nova condição, mas que verdade fosse dita, o pior já havia passado, certo? Talvez nem tanto. Andrew Fischer conseguiu uma esposa perfeita e a liderança da corrida eleitoral, estava tudo ocorren...