Capítulo 17

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- Não vou.

Balanço as pernas enquanto folheio as páginas do livro, querendo achar exatamente a parte em que parei antes de adormecer.

- Como assim não vai? – Andrew volta do closet como se eu tivesse dito algo absurdo - Por quê?

- Não quero.

- Você...está me punindo?

- Não sei dizer ao certo, só que a ideia de lhe acompanhar me chateia.

Acho a cena no livro mas isso não me anima, é o clímax e eu dormi, quando estava forçando justamente para chegar nele, duvido que tenha o mesmo impacto agora.

- Você quer largar esse livro e me dar atenção?!

O olho, mas tudo que ele tem no corpo é uma toalha amarrada a cintura, então baixo o olhar de novo para o livro. Pensar com ele assim é sempre difícil, ele sabe.

- Ainda não estou lendo, pode falar.

- Quero que olhe para mim!- suspiro mas então faço fixando os olhos em seu rosto.

- Sim?

- Você tem que ir.

- O fato de eu ter que ir não significa que eu precise ir, sou desnecessária, ninguém vai notar e se o fizer tenho certeza que você vai saber dar uma desculpa qualquer.

- Eu preciso de você.

- Não precisa não - contenho um sorriso irônico.

- Pensei que já tivéssemos resolvido isso. Então porque não vai me acompanhar?!

- Você já ganhou.

- E?

- Já fiz minha parte.

- É nosso encerramento.

- É seu. E para ficar glorioso nada mais justo que você mostrar que vai começar um governo sozinho.

- Não vou começar um governo sozinho.

- Ah - franzo as sobrancelhas como se tivesse percebendo algo - Realmente, você tem toda a equipe da campanha, e se eu bem me lembro, você só ganhou por causa deles - volto a atenção para o livro decidida a começar a ler.

- Não sabia que era tão rancorosa.

- Nem eu - mas ao que parece, quando se tem um sentimento tão perigoso como o que tenho em mim e tento desesperadamente ignorar, as coisas ficam mais difíceis.

Ele se abaixa na frente da cama para ficar na direção dos meus olhos.

- Sei que lhe magoei, quero me redimir, exaltá-la no meu discurso, mas precisa estar ao meu lado.

Franzo os lábios não gostando da forma como coloca.

- Eles sabem Andrew, e na verdade pouco me importa se eles o fazem, eu queria que você tivesse feito, mas provou ser tudo aquilo que as pessoas dizem dos políticos - eles te fazem parecer importante, mas depois de conseguir o que almejam, te esquecem.

- Mas você não me deixa provar o contrário! - levanta se aborrecendo.

- Não me importo.

Ele rir irônico

- E o que é tudo isso então?

- Você querendo me convencer a ir e eu dizendo não.

- Por quê?!

- Vamos mesmo começar outra vez? - reviro os olhos.

- Sim, porque se está tudo bem e não se importa, não tem por que não ir!

A Esposa Perfeita |LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora