Capítulo 43

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Calum e eu fomos almoçar no shopping, e não demoramos muito para voltar porque aquele lugar estava lotado. Voltamos para a casa dele, e ficamos sentados em sua varanda, jogando conversa fora. Mas depois de um tempo, eu comecei a ficar entediada.  

–Você sabe onde está a bola de Handebol que eu deixei aqui? – perguntei, parando de brincar com os cabelos dele que estava com a cabeça deitada no meu colo.

–Fazem uns seis meses que vi, mas acho que está na garagem. – ele respondeu se levantando.–Vamos procurar.

Nós gastamos um dez minutos olhando entre as caixas da garagem, e conseguimos encontrar a bola, que estava murcha, mas Calum encheu rapidamente.

–Acho que eu preciso treinar, devo ter perdido a mão. – comentei indo para o jardim ensolarado.

–Calum Hood, seu mais novo treinador. – ele estendeu a mão formalmente para mim.

–Eu confio no seu trabalho, Hood. – entrei na brincadeira. – Nós temos uma tarde de treinos.

Ele piscou pra mim, e correu na minha frente.

O quintal dos Hood não era nem de longe, tão enorme quando o de Luke, ou de Michael. Por outro lado era bem maior que o meu. Tinha uma piscina retangular mediana, e uma parte de grama onde ficavam a mesa e as belas cadeiras de jardim, e outra de cimento como uma quadra de basquete, só que menor, e ao invés de uma cesta, tinha as marcações do tamanho de um gol, mas sem a estrutura. Calum tinha pintado aquilo no chão para poder treinar pro futebol, eu ajudei devíamos ter dezesseis na época, a tinta já estava descascando.

Foi ali que comemoramos os primeiros quatorze aniversários de Calum. Os quinze anos foram o marco onde ele se achou crescido demais para chamar os amigos para a piscina e decidiu que queria ir a uma pizzaria, como o adolescente que era. 

Era divertido lembrar do quanto nos achamos maduros quando fizemos quinze anos de idade, verdadeiros adolescentes. E isso foi há três anos atrás.

Somos maiores de idade agora e tanta coisa mudou, mas mesmo assim não me sinto nada madura. Por dentro, sei que somos as mesmas crianças brincalhonas, e não faço nem ideia de quando isso vai acabar. Não quero que acabe nunca, quero continuar com as melhores partes da minha infância, Calum e a alegria.  

Corri na direção dele parado no gol improvisado, e arremessei a bola com toda a minha força. Mas ele defendeu.

Peguei a bola outra vez, e arremessei de novo. E várias outras vezes, por bons vinte minutos nós treinamos meu arremesso, de várias posições diferentes de várias velocidades diferentes, várias técnicas diferentes. Ás vezes ele levava a melhor, em outras tentativas era eu. De qualquer forma, considerando que Calum era um bom goleiro, e que eu estava parada há muito tempo, fiquei feliz com meu desempenho.

Devia ser por volta das, três da tarde, eu estava suada como uma maluca, e Calum também pingava, com as bochechas adoravelmente avermelhadas, e os cabelos bagunçados. Mas eu estava me divertindo demais para parar, e ele também parecia contente.

–Tudo bem, seu arremesso está bom, vamos trabalhar na invasão de barreira. – ele disse sério, como se entendesse muito do assunto.

–Que barreira, gênio? – perguntei, parando de quicar a bola e olhando para ele.

–Eu. – ele respondeu, parando alguns passos na frente do gol.

–E desde quando você sabe jogar handebol, Cal?

–Tá brincando? – ele pareceu ofendido. – Eu assisti todos os seus jogos, sei exatamente como aquelas garotas fazem.

Em resposta, eu apenas voltei a quicar a bola, e avancei na sua direção. Saltei, e Calum não conseguiu me parar, por isso fiz o gol.

Best Friend - CALUM HOODOnde histórias criam vida. Descubra agora