Capítulo 23

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Na manhã seguinte, pulamos a parte de ir para o colégio. Era notável que Alexis precisava de um tempo. Por isso nos permitimos dormir entrelaçados até praticamente meio dia.

–Achei que você não fosse acordar mais. – brinquei assim que seus olhos castanhos se abriram preguiçosos.

–Meu sonho. – a garota balbuciou, e escondeu o rosto contra meu pescoço.

–Vamos lá! Nem é de manhã mais. – eu brinquei tentado me levantar.

–Ugh. – ela apertou os braços a minha volta – Que horas são?

–Preciso me levantar pra conseguir olhar – impliquei divertido, e a morena me soltou. – Meio dia e vinte. – contei mostrando o relógio em meu celular.

–Pode me passar meu celular?

–Aqui! – joguei o aparelho que estava em cima da minha cômoda para ela, antes de me dirigir ao banheiro.

– Minha mãe estava fazendo um plantão de 24 horas, não é como se eu devesse esperar que ela tivesse ligado. – Alexis largou o aparelho em meio aos cobertores, se fazendo de forte. Mas eu sabia que ela estava magoada.

Eu não tinha resposta pra aquilo. "Sua mãe é uma idiota" não parecia soar muito bem, mas era a única coisa que passava pela minha cabeça. Como ela podia ser tão desligada?! Alexis quase foi parar no hospital, e ela provavelmente nem sabe disso. Isabel me deixava absurdamente furioso. 

–Café da manhã? – mudei de assusto depois de ajeitar meu cabelo. – Estou faminto.

–De dá um segundo. – ela pediu e depois caminhou até o banheiro, batendo a porta.

Saiu de lá com os cabelos negros amarrados, e os olhos claramente mais abertos, porém avermelhados, ainda vestindo apenas uma camiseta minha.

–Tem noção de que você deve ter dormido umas vinte horas, nas ultimas vinte quatro. –brinquei vendo o tamanho de sua preguiça. – Espero que se sinta melhor.

–Carraca. – Alexis riu depois parar para pensar. – Acho que é um dom.

–Você mereceu essa. – brinquei passando um braço sobre seus ombros e a arrastando até a cozinha.

Foi uma parte bastante traumática tentar faze-la comer algo.

 Tudo o que consegui foi uma maça.

–Eu estou bem Calum! – ela insistia– Quer algo mais saudável que uma maça?!

–No mínimo uma xícara de chá para acompanhar. – insisti.

–Que seja. – ela resmungou se sentando em uma das cadeiras altas da bancada, enquanto eu esquentava água no fogo.

Nós tomamos o chá em silêncio, enquanto a morena mordiscou uma maça pequena, e eu devorei duas ou talvez quatro panquecas que minha mãe havia deixado prontas, provavelmente quando saiu para trabalhar.

–Que tal terminarmos de assistir o filme que começamos ontem? – Alexis sugeriu.

–Que você dormiu nos primeiros dez minutos? – provoquei–Na verdade eu terminei de assistir.

–Desculpa Cal. Não foi de propósito. – ela pediu como uma criança.

–Tudo bem. – eu gargalhei – Não me importo de assistir outra vez.

  – Ninguém mandou não me esperar. 

 

Ficamos jogados no sofá da sala pelo resto da tarde assistindo filmes estranhos, e jogando conversa fora. Até que a campainha soou e precisei me levantar para atender a porta.

Best Friend - CALUM HOODOnde histórias criam vida. Descubra agora