Jantaram conversando sobre tudo, menos sobre os termos práticos do casamento. Andrew ainda não tinha pensado em como ficariam as coisas dali por diante. Ele não poderia largar sua vida e suas terras e ela tinha a propriedade que pertencera aos pais dela e que amava. Deixaria para pensar nisso depois. Hoje era dia de olhar Melise e aproveitar cada segundo ao seu lado. Agora era oficial. Pelo menos para os dois, estavam comprometidos. Teriam de visitar os amigos e vizinhos para dar a boa notícia. Bem, boa para alguns. Com certeza, menos para Clayton, que havia sido recusado naquela noite pela, agora, noiva de Andrew. Decidiram por um casamento simples no campo, com apenas poucos amigos presentes.
Da parte de Andrew, os convidados seriam apenas sua filha, seu amigo Josh e seus pais, que levariam um tremendo e merecido susto ao descobrirem que haviam sido enganados. Da parte dela, poderia convidar toda vizinhança que ela quisesse. Como a primavera despontara cheia de flores, coroando os campos, rodeando os rios e lagos e colorindo os jardins, o casamento seria naturalmente enfeitado pelas cores da nova estação, sem necessidade de grandes decorações, pois a própria natureza encarregar-se-ia de elaborar o visual perfeito para os convidados.
Melise preocupou-se com os gastos e Andrew tranquilizou-a informando que tinha mais dinheiro do que poderia gastar durante o resto de suas vidas. Andrew olhava-a extasiado por saber a ideia que ela tinha do que era extravagância numa festa de casamento. Certamente nunca ouvira falar de casamentos com mais de quinhentos convidados e direito a toda pompa e luxo que o dinheiro podia pagar. O dele próprio foi um desses. Estavam sentados fazendo os últimos ajustes para o grande dia e como já era tarde, deveriam recolher-se. A bem da verdade, Melise e Andrew estavam adiando o momento de se separar para dormir. Ele esticou o assunto.
– Percebi que seus pais não tinham cada qual um quarto, como a maioria dos casais.
– Não, eles dormiam juntos todas as noites. Não lembro de algum dia vê-los dormindo separados.
Será que ele queria que o casamento deles fosse como os demais, pensou Melise, lembrando que havia um quarto adjacente ao dele, que deveria ter sido o da esposa. Melise não queria que isso ocorresse com eles, mas não teve coragem de falar. Afinal, era muito moça para saber o melhor. Ele era experiente e o exemplo de seus pais talvez não fosse o que ditava a regra. Andrew levantou-se, pegou suas mãos e olhou profundamente em seus olhos:
– Todos os casais que conheço dormem cada qual em seus quartos, separados por uma porta de acesso. Mas eu a quero todas as noites na minha cama. Quero sua disponibilidade total, durante todos os dias e noites que vivermos juntos. Não comungo desse costume ridículo de que o homem só deve estar com sua mulher na hora dos "deveres conjugais". Ela engoliu em seco, dada a tonalidade sensual da voz de Andrew, e ele continuou falando.
– Também não acredito em deveres conjugais. Não mais. Acredito em fazer amor. – Sua voz soou rouca.
Melise não se desviou da conversa nem do seu olhar um minuto sequer.
– Quero dormir com você depois de fazer amor ou depois de apenas conversarmos sobre a rotina da vida, sobre nossos filhos, sobre os problemas com os empregados... Ou simplesmente dizer boa noite e dormir sem fazer ou falar nada. Mas não permitirei que você durma em outro quarto.
– Eu também penso dessa forma. Mas pensei que talvez você quisesse a privacidade de um quarto apenas para você.
– Eu só ficarei longe de você, Melise, durante o dia, quando estiver cumprindo as obrigações que não lhe caibam. Somente. Nunca esqueça disso.
Dito isso, aproximou-se e a abraçou. Ela colocou as mãos no seu peito forte e suspirou feliz. Aquela conversa provocou nos dois uma sensação sexual muito grande. Andrew tomou-a pelo queixo e deu-lhe um beijo cálido e macio. Eles representavam tudo que a sociedade abominava em relação a um recém casal; estavam na mesma casa e ela não tinha acompanhante e nem um familiar. Sabia que teriam de casar urgentemente, pois, com certeza, a honra dela estaria destruída logo, logo, apesar da bondade do povo daquela região. Era muito difícil beijar Melise sem desejar mais que isso. Quando Andrew percebeu, seu corpo já se aferrava ao dela com intensidade e seu beijo já havia extrapolado os limites da inocência, passando rapidamente para um nível muito mais erótico, fazendo sua masculinidade latejar sofregamente sob sua calça.
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Amor Impossível
RomanceDISPONÍVEL NA AMAZON - Amor Impossível é um romance que tem como principais personagens Andrew Clark e Melise Evans. O ano é 1815 e Hamptonshire, cidade campestre da Inglaterra, é o cenário onde ocorre a fascinante narrativa. Andrew é um lindo viúvo...