Capítulo 2.

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Como eu já havia avisado, eu postarei todos os domingos, sem falta. Entretanto, decidi postar um dia antes porque terei um compromisso amanhã (16/08) e não quero deixar minhas leitoras na mão! Obrigada por entenderem *-* Beijo grande e espero que gostem! :))

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— E aí, como é que foi o projeto? — Helena me pediu, logo depois de eu tê-la encontrado acenando em minha direção no meio da praça de alimentação do shopping. Fui até a mesa e sentei-me, colocando minha bolsa sobre a mesma.

— Ah, sabe como é. Brinquei com as crianças.

Os olhos verdes dela me olharam dos pés à cabeça.

— Você não me parece cansada. Todas as vezes que brinquei com crianças, eu fiquei cansada — ela pontuou.

— Vários alunos se inscreveram para o projeto, então, a gente se revezou. — menti.

— Sei — ela disse, semicerrando os olhos.

— Mas, me diz, o que você fez nos cabelos, hoje? — perguntei, logo em seguida, para que mudássemos de assunto. Eu sabia que a maior paixão de Helena era seus cabelos. De cor ruiva, compridos e ondulados até a cintura, ela os exibia com orgulho. Sendo assim, qualquer tópico de conversa que envolvesse suas mechas avermelhadas faria com que ela esquecesse do que falávamos antes.

Pelo resto de nosso almoço, eu a ouvi falar sobre os produtos novos que estava usando e sobre como seu cabelo estava mais macio. Mesmo quando nos pusemos de pé, para comprar uma comida por ali, Helena não parou. Contou-me sobre a aula que tivera na noite passara e sobre o garoto que conhecera ao sair da faculdade. Eu apenas sorria e fazia perguntas para que ela não parasse de falar.

Assim que terminamos de comer, acabamos por combinar que nos encontraríamos pelo resto da semana no shopping, àquele mesmo horário, para colocarmos o “assunto” em dia. Apenas concordei e fui para casa logo depois. Afinal, eu teria apenas algumas horas livres até que tivesse de ir para a faculdade. Usei dos meus minutos para separar alguns livros para ler durante a semana, assim que eu terminasse O Hobbit.

— Já está indo? — meu pai perguntou, no mesmo instante em que eu passava pela cozinha, em direção à saída de casa.

— Ah, sim. Preciso passar na biblioteca da faculdade, antes da aula — respondi. Ele sorriu enquanto erguia o olhar do livro de receitas que lia. Desde que minha mãe falecera, ele fizera o possível para tomar o lugar dela e agir como se eu tivesse tanto um pai quanto uma mãe.

— Como é que foi o projeto, hoje? — ele quis saber.

Eu mordi meus lábios. Eu conseguia omitir uma ou outra coisa de minha melhor amiga; mas, de meu pai, era impossível. Não sabendo o quanto ele batalhava para que as coisas fossem normais em nossa família.

— Foi diferente — falei.

— Diferente?

— É. Quando cheguei lá, a ala para se brincar com crianças estava lotada. Então, uma das enfermeiras achou outra coisa para eu ajudar.

— É mesmo? O que foi que fez? — ele pousou o livro na mesa e eu me aproximei da mesma.

— Eu li livros para um garoto em coma — respondi. Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Nossa... e como se saiu?

— Ele ainda está em coma. Mas acho que gostou — brinquei, fazendo meu pai esboçar um sorriso.

— Continue assim. Quem sabe, ele melhore logo?

— Espero que sim — falei, aproximando-me dele e deixando um beijo em sua testa. Em seguida, saí de casa e fui até o ponto de ônibus mais próximo.

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