Tudo acontece tão de repente, assim como para Katherine Mavis, uma garota um pouco imperativa, nascida em uma pequena cidade, chamada Porto Estrela, pouco conhecida e movimentada. Uma garota que nem sabia o que era amor direito, nem sabia o impacto...
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— Estou entendendo agora. — Thomas diz, na minha décima explicação e posso notar a felicidade crescer em seu tom de voz.
— Que bom. — Digo um pouco mais aliviada. Não me leve a mal, adoro ajudar as pessoas, menos em exatas, sou muito lerda para isso, mas é um porre ajudar quem você não suporta. Rapidamente me afasto do caderno e começo a digitar tudo que resumimos no computador.
— Katherine, então... queria te pedir... — Ele começa, pausadamente. — Des... — Eu o corto, antes que ele tivesse a chance de terminar a sua frase.
— Não, não precisa fazer isso porque estou te ajudando, — respiro fundo, ainda com os olhos travados na tela do computador. — É só por hoje Thomas, e por causa do trabalho, então não precisa dizer nada, você já deixou claro coisas o suficientes ontem. — Sem pena alguma dele, digo tudo de uma só vez. Ao invés dele se calar ou desviar o olhar, como eu esperava, ele coloca sua mão direita sobre a minha e sinto sua pele quente sobre a minha fria. Me viro para ele, encontrando dois pares de olhos azuis cristalinos, que me encaram fixamente, sinto como se eu tivesse tomado um choque e quase que abruptamente retiro minha mão de baixo da dele.
— Mas eu quero me desculpar, - se defende, como se fosse uma criança que não faz a menor ideia do que faz da vida. — Não foi legal da minha parte, principalmente o jeito que falei e agi com você. Então por isso, me desculpa. — Ele vasculha o que quer seja em meus olhos, procurando por algo.
— É, — concordo, já impaciente. — Realmente não foi. — Me levanto imediatamente. — Pode terminar de digitar? Creio que isso você saiba fazer, não é? Já que eu fiz a metade do trabalho e a outra metade te expliquei. — Implico, num tom de voz ríspido e grosseiro, pelo qual até eu mesma me surpreendi. Ele apenas assente contrariado, aparentemente magoado e com um pitada de raiva em sua feição. Não ligo, não gosto de caras que agem como se fossem o centro do mundo e que acham que garotas são puramente para satisfazê-los, coitado. Ele quer desculpas? Que faça por merecer tê-las.
Saio da sala informatizada, deixando o mesmo só, com uma cara de tacho estampada na cara.
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