Tudo acontece tão de repente, assim como para Katherine Mavis, uma garota um pouco imperativa, nascida em uma pequena cidade, chamada Porto Estrela, pouco conhecida e movimentada. Uma garota que nem sabia o que era amor direito, nem sabia o impacto...
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Acordei com o sol entrando na barraca, já aberta, Lili já acordou, concluo, eu então, fecho a barraca novamente e pego uma muda de roupa, um shorts jeans, uma blusa de alcinha branca, rendada em cima e em baixo, coloco meu tênis branco, passo um gloss e saio, alguns ainda dormiam e outros já estavam comendo em roda, me sento entre Lili e Lucas, pego então, da mão do meu melhor amigo/primo, sua panqueca, que está enroladinha com nutella:
- Ei, isso é meu. - diz Lucas, ainda visivelmente com fome, mordo um pedaço da panqueca.
- Era sua, agora é minha. - digo, desfrutando de mais um pedaço, está deliciosa, ele revira os olhos e sorri de canto, é para isso que servem os amigos, para fazer deliciosas panquecas de chocolate e deixar amigas, como eu roubá-las, ele se levanta para fazer outra, que provavelmente também será minha, em breve.
Observo o pessoal presente na roda, enquanto pego um copo de suco, de laranja, Jonny não está aqui, assim como o Thomas, devem estar dormindo ainda, será que ele ficou chateado? Me refiro ao Tomy, ou até mesmo bravo? Com minha saída repentina ontem, sei que não poderei evitá-lo para sempre, mas vou aproveitar esse tempo longe dele ao máximo, para pelo menos saber o que fazer e como agir, quando ele morder, provocantemente minha orelha ou me apertar contra si, contra seu corpo forte e macio, balanço a cabeça, tentando de todas as maneiras reprimir aquele pensamento, aquela sensação, aquele cheiro que impregna o ar, de balas de menta. Maia, que estava ao lado de Lucas e que agora está do meu, me olha fixamente:
- Tudo bem? - me pergunta, não sei exatamente a resposta para sua simples pergunta, estou bem por estar aqui, com meus amigos, estou mal por o garoto, que eu secretamente gosto, estar em uma barraca a passos da minha, e que, detalhe, eu recusei ontem a noite por medo, mas mesmo assim, me forço à responde-lá. - estou bem, e você e o Lucas?
- Ér...estamos bem.
- Maia. - digo pausadamente. - senti uma insegurança ali, me fala. - ela põe as mãos no rosto, aparentemente para esconder sua vergonha, ligado ao assunto que está por vir.
- É que...hum...então...Eu e o Lucas estamos juntos né...- assinto, dando corda para ela continuar. - As coisas estão ficando...Digamos assim....Mais rapidas, e não sei se estou pronta para....- ela procura a palavra adequada para S-E-X-O. - coisas mais rápidas.
Bom, no atual momento, minha amiga está lidando com a rapidez do relacionamento, onde os dois estão confusos sobre fazer sexo e como fazer sexo, e eu aqui, estou confusa sobre beijar e como beijar, e ainda estou tentando ajudá-la, pelo fato de ela estar tão insegura sobre algo tão íntimo e importante, mesmo eu estando no mesmo estado, de insegurança sobre algo, também íntimo e importante. Fico zonza com meus pensamentos, embaralhados:
- Maia, estamos falando de algo realmente importante e especial, e também bem íntimo, você tem que ter absoluta certeza do que quer, para não se arrepender depois. - Dou um grande gole no meu suco e pergunto: - Mas o que Lucas disse sobre isso?
