Tudo acontece tão de repente, assim como para Katherine Mavis, uma garota um pouco imperativa, nascida em uma pequena cidade, chamada Porto Estrela, pouco conhecida e movimentada. Uma garota que nem sabia o que era amor direito, nem sabia o impacto...
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As estrelas brilhavam no céu, acima de nossas cabeças, Thomy nos trouxe ao alto de uma montanha, parecia surreal quando ele disse e a escalada foi definitivamente cansativa, mas devo admitir que valeu a pena, muito a pena, o lugar é magicamente lindo:
- Meu pai me trazia aqui quando eu era pequeno. - Ele diz de repente, quebrando o silêncio que havia se formado entre nós, não falo nada, apenas deixo que ele continue a contar o que está lhe machucando por dentro, a julgar pela sua expressão distante, sem saber ao certo para onde olhar, perdido, enquanto apenas seus lábios se movimentam. - Ele costumava me dizer que as estrelas se comunicam conosco através de seu brilho, quanto mais forte ele era, mais feliz aquela estrela estava e todas as vezes que seu brilho ocilava, era uma mensagem que era enviada para nós, essas mensagens vinham através de sentimentos, ações, gestos, sonhos, desde um dia ensolarado à um dia nublado... A mensagem podia chegar de diversas maneiras, mas o importante é que sempre chegava, enviada diretamente de uma estrela à nós, meros mortais, como ele dizia. - Ele solta uma risada discreta, de saudade e então respira profundamente, como se o ar tivesse deixando por completo seus pulmões. - Ele estava lá. - Ele finaliza com um olhar triste e amargura nas palavras. - Sinto a necessidade de tocá-lo, reconfortá-lo, entrelaço nossos dedos, unindo nossas mãos, apesar deste gesto sempre me causar arrepios e não ser muito confortável, eu sei que o toque o reconfortou.
- Thomy... - Começo, ainda com meu olhar fixo no lindo céu que nos honrava com suas belas estrelas. - Você é incrível. - Digo do nada, ele me olha com um sorriso brincalhão no rosto. - Você é incrível. - Repito. - Muitas vezes tudo que eu queria no meu dia, tudo que eu queria naquela semana que eu me sentia um lixo, que eu me sentia mal para um caramba, era só que alguém me dissesse isso, só queria alguém para conversar e ver isso. - Digo mexendo os braços para enfatizar a imensidão do belo céu acima de nós. - Você não pode deixar as más lembranças ofuscarem as boas, você já parou para pensar ou se quer perguntar o porquê de seu pai ter se afundando no trabalho e ter ficado tão distante dos filhos? Que ele ama mais que tudo, pelo simples jeito que ele te olha. - Termino e volto a encarar o azul escuro, sentindo seu olhar sobre mim.
- Eu nunca cogitei em falar sobre isso com ele, eu...acho que perdi a coragem....de falar com meu próprio pai. - Sinto um aperto no coração, mas quando uma ideia surge de repente, meu rosto dói até dói, quando meu sorriso se alarga, mais e mais e mais.
- Quem disse que precisa ser uma conversa, use o que vocês mais amam e tem em comum, use além das palavras, Thomy, - Toco novamente sua mão. - use a música.
- Use a música. - Ele repete com um sussuro, leva alguns segundos para ele assimilar e abrir o mesmo sorriso que o meu de momentos atrás. - USE A MÚSICA, VOCÊ É INCRÍVEL. - Coro, feito um tomate, ele me abraça de surpresa e eu retribuo sem hesitar. - Obrigada. - Ele diz e me da um selinho carinhoso.
Nós nos deitamos novamente e voltamos a falar das estrelas:
- Olha. - Ele aponta para duas estrelas, bem no meio de nós dois, elas estavam bem estavam juntinhas.
