Capítulo dez

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Se possível, escute ao ler: Away from the sun – 3 doors down.

Mesmo sem tê-la consigo, não conseguia imaginar sua vida sem ela. Seu lamento por algo que de verdade não possuiria o matava por dentro. Se ao menos pudesse parar de pensar tanto em Dânia, tudo se tornaria um pouco mais fácil.

Por que continuar insistindo em um sentimento que só o machucava e que nunca seria correspondido? Por que a vida tornara tudo mais complicado? Já não bastava o que havia passado?

Maldita promessa que fizera a Richard! Maldita vontade de amar Dânia como louco. Maldito coração que não o obedecia!

Por que amar é algo tão lindo, mas que traz tanto sofrimento à quem o sente? Se o amor é algo que move o mundo, por que esse medo? Por que essa sensação de que traía seu amigo? Por que o ser humano transformara o amor em pecado?

Não escolhera amar Dânia, simplesmente aconteceu e poderia culpar quem fosse; Deus, destino, Dânia, Richard, ele mesmo... Mas nada mudaria. Continuaria amando-a acima de tudo, com todo seu coração.

Errado? Talvez. Mas ninguém precisava saber o que sentia, nem mesmo Dânia. Manteria seu amor guardado para si, como um triste segredo, mesmo que a amasse eternamente.

Se pudesse ao menos fechar os olhos e voltar no tempo...

Como havia prometido à Dânia que a ajudaria a pintar as paredes da casa, lá está ele, fingindo que trabalhava. Toda hora seus olhos se focavam em Dânia e seu coração disparava. Desde o singelo beijo que trocaram na semana anterior, não tocaram no assunto. E Rafael sentia um medo terrível de não conseguir disfarçar seu amor e que Dânia acabasse descobrindo.

Era horrível ter de combater tão fortemente tantos sentimentos ao mesmo tempo, principalmente um tão belo como o que sentia. Sua vontade era de poder dizer à ela que a amava, mas talvez ela entendesse errado seus sentimentos e poderia colocá-lo para fora de sua vida.

Não conseguiria sobreviver àquele golpe fatal.

O melhor seria continuar escondendo esse amor, para que de uma estranha forma, manter Dânia próxima de si e poder amá-la. Não era um gesto de egoísmo, era desespero!

Desespero de poder ter algo belo na vida ao qual se agarrar, se salvar.

― Está se sentindo bem, Rafael?

A voz de Dânia chamou sua atenção, o tirando de seus pesados e melancólicos devaneios.

― Disse algo? ― indagou, piscando os olhos.

― Perguntei se está bem.

― Estou ótimo! ― mentiu. ― Por que a pergunta?

Dânia arqueou a sobrancelha e apontou para a parede, sorrindo levemente.

― Porque você está pintando o mesmo lugar há vinte minutos.

Rafael olhou para o pincel em suas mãos e depois para a parede. O que fazer depois de ser pego no flagra? Qual a desculpa que daria?

― Eu... ― ele começou, mas logo se calou. Não tinha razões plausíveis para explicar seu deslize.

― Acho melhor tirar isso da sua mão. ― Dânia disse com bom humor, se aproximando dele. Ao pegar o objeto, Rafael o segurou com força, obrigando Dânia a fitá-lo nos olhos.

Tudo parou!

O tempo, seus corações, respirações, medos, temores...

O que aconteceu a seguir era inevitável e carregado de um amor inocente.

*Não esqueçam das estrelas, amores! :*

Pietate - Amor pleno.Onde histórias criam vida. Descubra agora