4 - Corte Aberto

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Allison
Alguma coisa está acontecendo para Amélia estar tão desesperada ao ponto de fazer Evangeline me arrastar para a floresta as duas da manhã.

— Docinho a hora das bruxas já passou faz duas horas... — digo enquanto Evangeline me empurra para que eu ande mais depressa.

— Se começar com isso eu arranco sua cabeça.

— Olha eu não sei se minha querida prima aprovaria essa atitude. Provavelmente você perderia a sua também.

— Ia ser melhor do que isso... — ela diz e eu fico surpresa. Até a melhor amiga da Amélia é controlada por ela?  — Anda logo!

— Evangeline eu sou sedentária eu canso entende? Quer do seu jeito me leva nas costas.

— Eu vou te arrastar pelos cabelos se você não me obedecer.

— Sabe... Cada vez mais eu percebo que tem tantas pessoas no mundo sem experiências literárias...

— O que?! Ah cala boca Allison.

— É sério. Tipo, eu sou uma humana que namorou dois lobisomens, um deles inclusive é um alfa genuíno mais poderoso que qualquer ser existente, minha melhor amiga é uma kitsune trovão sua parente aliás, minha outra melhor amiga é uma coyote muito raivosa, tenho dois amigos lobisomens, meu pai já foi possuído e eu também, e minha mãe é uma comensaria da morte vulgo banshee e eu tenho que viver com isso todo dia. — estou falando tanto e tão rápido que a mão da Evangeline no meu braço parece querer quebrá-lo — E mesmo assim com tudo isso, só por ser uma humana as pessoas acham que simplesmente me arrastar segurando meu braço é suficiente. Ta já cansei de falar.

Derrubo Evangeline segurando seu braço e reproduzindo o que aprendi com Madison.

— Esqueci de acrescentar que a coyote raivosa adora bater nas pessoas. Desculpa Evie. — digo antes de dar um soco certeiro que apaga ela.

É bem provável que aquilo não dure muito tempo, então corro sem pensar duas vezes. Está escuro e eu não sei pra onde ir, estou no meio dessa maldita floresta sem direção alguma. Alguns minutos depois ouço alguém correndo atrás de mim e me arrisco a olhar. O que faltava pra completar é sair fumaça das orelhas de Evangeline porque ela está parecendo a Tinker Bell quando fica brava. Evangeline tenta me segurar e eu acabo caindo, mas alguém derruba Evangeline impedindo-a de fazer alguma coisa.

— Luke...

— Vai Allison. Vai logo.

Me levanto e o encaro por um segundo e ele faz o mesmo.

— Eu perdôo você. — digo antes de voltar a correr.

Corro até estar na entrada da casa de Florence. Paro por um momento para pensar onde devo ir. Voltar pra escola não é uma opção porque com certeza tem alguém me esperando lá. Ali dentro também. Mas então tudo fica leve, enquanto ele se aproxima eu não consigo acreditar que isso pode estar acontecendo. Ele vai surgindo em meio a escuridão, mas tenho medo de ser um truque.

Mas não é um truque.

— Tio Scott? — digo e minha voz falha, quando ele estende os braços, não consigo não sorrir — Scott!

Corro até ele e o abraço, não demora muito para que eu começe a chorar. Scott me tira do chão e me segura em seus braços.

— Você prometeu... — eu sussurro e ele me aperta ainda mais — Você prometeu e deixou ela me levar.

— Eu sei e eu sinto muito pequena, mas eu consertei. Eu consertei tudo. Você vai voltar pra casa.

— E... E meus pais?

A Nova Geração: Procure Pela Criatura (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora