2 - Corte Fechado

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Allison
Essa nova linha do tempo até que não é um desastre, mas ainda sim é estranha. Vejo Hayley mais do que a via antes, já que ela não larga a Caitlin na escola e faz parte das líderes de torcida. Psicologicamente sinto dor na minha clavícula onde Thomas me mordeu. Ainda não acredito que ele me mordeu, muito menos que agora sou banshee. Pelo menos é o que minha mãe diz, e como não tenho garras e nem super sentidos... Por algum motivo, de vez enquando espero Caitlin terminar o treino de líder de torcida enquanto jogo basquete. Ou tento.

Descobri que ainda estou aprendendo a ser banshee. Minha mãe me ajuda a controlar, a saber direcionar meu grito, por algum motivo, por um tempo eu havia parado de querer aprender. Depois de algumas horas, Lydia voltou pra casa e eu fui ver se Thomas estava na reserva, no seu lugarzinho. Quando entrei, Thomas estava estirado no chão com as mãos cobrindo seu rosto.

— Oi... Tá tudo bem?

— Não... — Tommy me olha cansado — Sabia que eu consigo ouvir seus gritos? Ouço como de você estivesse ao pé do meu ouvido! Dói pra cacete!

Ah... Descobri por que parei.

— Eu não sabia... E eu acho que não é a primeira vez.

— Tadinho de mim...

— Tadinho de você... — repito sarcasticamente. Tommy revira os olhos.

Fico lá o resto do dia, mas não falo o que deveria falar.

No dia seguinte, Cat me arrastou pra casa dela antes mesmo de eu estar arrumando minhas coisas na escola. Nem esperei Thomas sair do lacrosse.

— Quero te mostrar uma coisa. — diz ela me puxando até o quintal da sua casa — Olha o que meu pai encontrou perdido no sótão...

Quando a Cat tinha uns dez anos, praticamente obrigou Scott a comprar uma cama elástica pra ela. Dois meses depois e ela já nem ligava mais, se fosse eu, duraria a vida toda.

— Você fez ele montar de novo?!

— Não, fiz o Tommy montar.

— Tadinho Cat... — respondo rindo.

— Ele estava desocupado mesmo... Vem cá.

— Agora não Cat... Talvez depois.

— Não tem essa não... — diz Madison aparecendo atrás de mim.

— De onde você surgiu?!

A única resposta que Madison me dá é sua risada. Ela praticamente me joga em cima da cama elástica. Sento ali enquanto as duas começam a pular.

— Tenham cuidado! Se uma das duas cair em cima de mim vai me matar.

— É a minha intensão... — diz Caitlin.

Olho indignada pra ela que sorri. Madison e Caitlin se entreolham sorrindo, falando uma com a outra só com os olhos.

Ah não.

As duas começam a fazer cócegas em mim, uma bela tortura.

— Parem! Eu abomino as duas!

Quando começo a ficar sem fôlego, as duas param.

— Vocês são cruéis.

— E você é chata! Nem pra brincar com a gente. — Caitlin olha para a casa, Kira estava na porta — Mãe?

— Telefone pra você.

— Já volto meninas...

Quando Caitlin sai, me deito ali no meio e Madison deita ao meu lado. Minha amiga fica me encarando quieta.

— O que foi?

— Você não liga pra esse corte na bochecha?

— Me assustava no começo quando começava a doer... Mas parece que parou. Só não cura.

— Quer que eu cure? — ela pergunta séria.

— Como vai fazer isso?

— Assim... — Maddie tira um pedacinho de fina pele que estava sobre meu machucado, o ato faz minha bochacha arder um pouco, mas não digo nada. Ela morde um pedaço da palma da mão e passa o sangue no meu rosto. Sinto o mesmo formigamento que senti quando bebi o sangue do Harry — Viu... Está curando.

Coloco a mão no rosto, não tem corte nem cicatriz.

— Mandy...

O celular de Madison vibra e ela se levanta rápido.

— É meu irmão, tenho que ir. Te vejo depois Valente.

Vejo Caitlin ainda no telefone lá na cozinha, acabo ficando ali sozinha sem entender.

Fico esperando Thomas no quarto dele, enquanto o mesmo não chega da escola.

— Oi. Não me esperou na escola hoje...

— Sua irmã me trouxe pra casa. Desculpa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Sim... Descobri uma coisa. A Maddie é híbrida!

— O quê?!

— A Maddie é híbrida Tommy! Ela é metade Coyote metade Vampira!

— Não vimos nada sobre ela no espelho das almas. Como pode ser possível?

— Eu acho que se nós não vimos... Significa que não foi culpa nossa. Ela já era híbrida.

— E não disse nada? Nem pra você?!

Dou de ombros, não tenho resposta.

— Ela agiu como se não fosse muita coisa. Mas saiu sem explicar.

— Vou falar com ela depois.

Uma semana depois...
Eu já estava com dor de cabeça de tanto que o treinador estava usando aquele apito maldito dele. E num lugar pequeno como esse ônibus o som só piora. Não acredito que em tão pouco tempo vou voltar para San Francisco. O jogo vai ser lá, na mesma escola. Uma parte de mim me diz que é proposital mesmo com Florence fora da jogada. Nada mudou nesse universo sobre a minha época em outra cidade, o que mais mudou foi em Beacon Hills.

— Podemos conversar? — pergunta Thomas ao meu lado, estamos sentados no último banco do ônibus, afastado dos outros.

— Claro... Espera por que está pedindo?

— Quero falar sobre o que mudamos.

— Ah... Eu não tenho muito a dizer. Não parece que fizemos tanta besteira.

— Ainda não acredito que beijei outra garota antes de você aceitar namorar comigo.

— Foi ela que beijou você.

Hayley. Ressuscitou pra causar.

— Não faz eu me sentir menos culpado.

— Não estávamos juntos ainda. Não é traição.

— E enquanto você estava em San Francisco?!

— Você namorou a Hayley, e dai? Eu namorei o Luke. Concordamos em terminar e acabamos tentando ficar com outras pessoas. Tommy não fizemos nada de errado. Agora só estamos quites... Mais ou menos. Ainda te devo uma briga.

— Essa foi a parte que eu não gostei. Briguei com você por ter namorado outro cara. Foi ridículo. Não gostei desse universo não.

— E isso te deixa quase no nível Gilbert Blythe.

— Ah qual é! Eu já cheguei no nível dele!

— Não revoltado assim...

Thomas se encosta no banco cruzando os braços, tento sorrir, mas a ideia de voltar pra San Francisco me assusta.

A Nova Geração: Procure Pela Criatura (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora