5 - Vencendor

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Allison
Lydia vai por outro caminho que demora muito mais para chegarmos em San Francisco. Agradeço por isso, preciso de algumas horas de paz antes de ver o rosto de Florence novamente.

— Mamãe... O que vai falar pra ela?

— Eu não sei. Depende do que ela vai fazer. Se vai ser do jeito fácil ou do jeito difícil.

Olho para ela antes de virar o rosto para a janela e ficar ali, pensativa. Só falei com Thomas de madrugada, com mais ninguém e agora eu queria ter acordado todos eles. Nem quero imaginar a Maddie brava porque eu não fui atrás dela. Talvez eu deva responder suas mensagens de voz porque não fiz isso até agora. Uma só mensagem, as outras vão ser pessoalmente. Coloco a mão no bolso para pegar o celular e só agora percebi que estava sem ele.

— O que foi querida? — pergunta minha mãe quando me vê procurando por todo lado alguma coisa.

— Até meu celular está em San Francisco.

— Quantas coisas estão lá? Eu juro ter visto seus móveis em casa.

— Eu só me importo com a minha caixinha que você me deu. Meus brincos, meu colar, minha pulseira, estão lá.

— Você ainda usa aquela caixinha?

— Sempre...

Era só uma caixinha de madeira onde eu colocava giz de cera. Já guardei as rodas e afins do meu skate — Nossa como faz tempo que eu nem olho pra aquele skate — e agora é onde eu guardo minhas preciosidades. O brinco de dragão que a Maddie me deu, minha pulseira de cobra da Izzy Lightwood, alguns pins (broches) e inúmeros colares que eu tenho. A viagem é um pouquinho mais longa do que o esperado, mas ficar tão avoada me tira desse mundo e quando percebo, estou lendo a placa de: Bem-Vindo a San Francisco!

Paramos primeiro na escola, uma enorme democracia envolvendo a diretora Margareth com cheiro de: Vamos enrolar essa mulher e manter Allison aqui para que a Amelia MATE ELA. Minha mãe apenas fala com a diretora fingindo estar tão chateada por eu ter que sair da escola. Quando percebo que aquilo vai demorar um pouco, aviso Lydia que vou atrás das minhas coisas.

Aqui fora, olho para a entrada da escola lendo mais uma vez a placa: ACADEMIA WHITESIDE

Está mais para Darkside.

O bordão deles agora faz todo o sentido: A mudança começa aqui.

A bruxaria começa aqui está escrito por trás eu acho.

Passo pelo dormitório de Luke e paro por um segundo diante da porta. Penso em bater, mas eu nem sei o que dizer, nem sei se quero fazer isso. Ele me ajudou ontem e eu fiquei um pouco surpresa e eu queria me despedir, mas não sei se ele quer falar comigo. Bato na porta umas duas vezes e não tenho resposta. Ou ele não está aqui, ou realmente não quer falar comigo. Escolho as duas opções. Só me resta é ir para o dormitório do próximo corredor.

Não tem quase nada meu nesse dormitório, só algumas roupas. Eu nunca mais vou usá-las, mas não vamos deixar aqui. A Cat vai adorar elas com certeza, é provável que eu nem precise oferecer...

Guardo a mochila no porta-malas do carro e vou caminhando até a casa de Florence, e nem sei como vou conseguir entrar lá sozinha.

Por um momento não consigo me mexer e entrar na casa. Eu não sei o que está acontecendo, se é medo, raiva ou sei lá o que. Só não quero. Respiro fundo e abro a porta encontrando Florence ali perto. Ela me olha e faz uma careta que eu ignoro e apenas passo reto.

A Nova Geração: Procure Pela Criatura (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora