capítulo 27

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Emily📌

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Emily📌

Eu não estava conseguindo raciocinar, eu só conseguia chorar e ter vontade de gritar, de sair dali. A minha vontade era de não viver mais. Eu me sinto traída, meu pai me traiu, o homem que eu amo me traiu, e eu não tenho para onde correr. Eu só quero sumir, eu me sinto envergonhada, eu fui tão idiota, tão burra.

Aquele vídeo, as imagens não saem da minha cabeça. Tudo o que ele disse, a voz dele ecoa na minha mente e o meu coração parece que vai sair de mim. A mesma vontade que eu tenho de poder soca-lo e gritar até perder a voz, eu tenho vontade de correr para abraçá-lo.

Minha mãe descobriu um câncer a cinco meses. Meu avô morreu naquele asilo e eu se quer pude me despedir. Meu pai é um monstro e meu namorado... noivo... é isso tudo o que ele disse. Eu não consigo com tudo isso. Eu não tenho forças.

Ameaço passar por cima dele e então ele sai correndo e entra em um carro. Acelero para ele não me seguir e tento despista-lo, quase sofrendo um acidente mas isso pouco me importava. De uma maneira ou de outra eu já sabia que minha vida acabaria ali, hoje.

Dirijo até a ponte próxima às usinas, onde tem um rio que atravessa uma parte da cidade.
Pego uma arma que estava ali dentro do carro, e saio do mesmo.

Logo o carro dele chega ali e ele desce do carro correndo.

Ben: O que vai fazer?

Coloco a arma na minha cabeça.

Emily: Se aproximar-se eu atiro.—falo chorando e com a mão tremendo.

Ben: Para com isso, Emily—diz nervoso e com medo.— para com essa merda, isso não é brinquedo.

Emily: Eu sei, e você me ensinou muito bem como usar. Esqueceu? É claro que não. Sua memória é fotográfica. Lembra de quando você me pediu em casamento?

Falo andando pra trás.

Emily: E de quando jantamos no alto de uma torre, só com a lanterna do celular e as estrelas iluminando, e depois transamos e acordamos com um sol no rosto. Fazia dias que não fazia sol e fez aquele dia. Sabe o que é engraçado -rio nervosa- engraçado é eu pensar que transei com uma... coisa.

Ben: Emily...—tenta se aproximar.

Emily: Longe!—grito apertando a arma da minha cabeça.

As lágrimas começam a descer novamente.

Emily: Eu sabia que tudo era bom demais pra ser verdade. A minha vida nunca foi legal assim.

Em meio aos meus gritos, ao meu choro, minhas lágrimas se misturam com a chuva e posso ver ele chorando também.

Eu gritava e esbravejava palavras das quais eu nem tinha noção. A chuva e os trovões começaram a ficar mais fortes, e isso só piora a mente de um suicida.

Emily: eu amo você -falo chorando- me abraça -soluço.

Abaixo a arma e ele vem até mim, molhado, e sinto que pela última vez eu me encaixaria ali naqueles braços, naquele cheiro, naquela sensação de segurança, nos seus músculos fortes e na sua respiração leve.

Ben: Eu nunca quis te ver assim, Emily. Eu te amo como eu nunca amei nada antes. Eu nem sabia o que era isso.

Emily: a nossa história foi linda, Ben. E eu não poderia ficar longe de você, eu não suportaria ficar longe de você. Mas eu também não consigo te perdoar -falo chorando.

Desfaço o abraço e ele me olha, em seguida coloca a mão no meu rosto.

Encosto meus lábios nos seus em um beijo, em um último beijo. Um beijo de despedida. Um beijo de: obrigada por esse pedacinho de vida.

Finalizo o beijo ainda entre lágrimas, e olho para o céu, de onde a chuva cai fortemente sobre nossas cabeças.

Emily: Adeus.—falo fraca.

Dou um passo para trás e caio no abismo, até chegar à profundeza da água, onde bato mergulho com força, dor, tristeza, e com pensamentos, até bater com a cabeça em uma pedra e perder todo o resto da consciência.

Sinto meu corpo afundando, e só vejo o azul, e um pouco dos meus cabelos. Fecho os olhos, e me entrego ao meu fim.
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𝐄𝐌𝐈𝐋𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora