Emily📌
Eu não estava conseguindo raciocinar, eu só conseguia chorar e ter vontade de gritar, de sair dali. A minha vontade era de não viver mais. Eu me sinto traída, meu pai me traiu, o homem que eu amo me traiu, e eu não tenho para onde correr. Eu só quero sumir, eu me sinto envergonhada, eu fui tão idiota, tão burra.
Aquele vídeo, as imagens não saem da minha cabeça. Tudo o que ele disse, a voz dele ecoa na minha mente e o meu coração parece que vai sair de mim. A mesma vontade que eu tenho de poder soca-lo e gritar até perder a voz, eu tenho vontade de correr para abraçá-lo.
Minha mãe descobriu um câncer a cinco meses. Meu avô morreu naquele asilo e eu se quer pude me despedir. Meu pai é um monstro e meu namorado... noivo... é isso tudo o que ele disse. Eu não consigo com tudo isso. Eu não tenho forças.
Ameaço passar por cima dele e então ele sai correndo e entra em um carro. Acelero para ele não me seguir e tento despista-lo, quase sofrendo um acidente mas isso pouco me importava. De uma maneira ou de outra eu já sabia que minha vida acabaria ali, hoje.
Dirijo até a ponte próxima às usinas, onde tem um rio que atravessa uma parte da cidade.
Pego uma arma que estava ali dentro do carro, e saio do mesmo.Logo o carro dele chega ali e ele desce do carro correndo.
Ben: O que vai fazer?
Coloco a arma na minha cabeça.
Emily: Se aproximar-se eu atiro.—falo chorando e com a mão tremendo.
Ben: Para com isso, Emily—diz nervoso e com medo.— para com essa merda, isso não é brinquedo.
Emily: Eu sei, e você me ensinou muito bem como usar. Esqueceu? É claro que não. Sua memória é fotográfica. Lembra de quando você me pediu em casamento?
Falo andando pra trás.
Emily: E de quando jantamos no alto de uma torre, só com a lanterna do celular e as estrelas iluminando, e depois transamos e acordamos com um sol no rosto. Fazia dias que não fazia sol e fez aquele dia. Sabe o que é engraçado -rio nervosa- engraçado é eu pensar que transei com uma... coisa.
Ben: Emily...—tenta se aproximar.
Emily: Longe!—grito apertando a arma da minha cabeça.
As lágrimas começam a descer novamente.
Emily: Eu sabia que tudo era bom demais pra ser verdade. A minha vida nunca foi legal assim.
Em meio aos meus gritos, ao meu choro, minhas lágrimas se misturam com a chuva e posso ver ele chorando também.
Eu gritava e esbravejava palavras das quais eu nem tinha noção. A chuva e os trovões começaram a ficar mais fortes, e isso só piora a mente de um suicida.
Emily: eu amo você -falo chorando- me abraça -soluço.
Abaixo a arma e ele vem até mim, molhado, e sinto que pela última vez eu me encaixaria ali naqueles braços, naquele cheiro, naquela sensação de segurança, nos seus músculos fortes e na sua respiração leve.
Ben: Eu nunca quis te ver assim, Emily. Eu te amo como eu nunca amei nada antes. Eu nem sabia o que era isso.
Emily: a nossa história foi linda, Ben. E eu não poderia ficar longe de você, eu não suportaria ficar longe de você. Mas eu também não consigo te perdoar -falo chorando.
Desfaço o abraço e ele me olha, em seguida coloca a mão no meu rosto.
Encosto meus lábios nos seus em um beijo, em um último beijo. Um beijo de despedida. Um beijo de: obrigada por esse pedacinho de vida.
Finalizo o beijo ainda entre lágrimas, e olho para o céu, de onde a chuva cai fortemente sobre nossas cabeças.
Emily: Adeus.—falo fraca.
Dou um passo para trás e caio no abismo, até chegar à profundeza da água, onde bato mergulho com força, dor, tristeza, e com pensamentos, até bater com a cabeça em uma pedra e perder todo o resto da consciência.
Sinto meu corpo afundando, e só vejo o azul, e um pouco dos meus cabelos. Fecho os olhos, e me entrego ao meu fim.
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𝐄𝐌𝐈𝐋𝐘
Teen FictionSempre te amarei mais a cada nascer do dia. Te amarei por dias, horas, meses, anos. Te amarei nos dias chuvosos. Te amarei ainda mais nas horas de alegrias. Te amarei em todas as estações. Te amarei por tudo, ou apesar de tudo. Te amarei com todo o...