Benjamin📌
Ben: Não!!!!—grito em desespero.— Emily!—falo apavorado e caio de joelhos no chão.—Emily.—falo soluçando e tremendo.— Emily, não..—olho pra água sem ver sinal dela.—não, não não não não... Não faz isso comigo. Volta, volta.—choro em desespero.— volta pra mim, Emily.. não!— entro em pânico.
Começo a tossir entre soluços e coloco a mão nos joelhos chorando.
Ben: Não faz isso comigo. Volta pra mim.—choro olhando pra água e me sento no chão.— volta pra mim.
Abraço meus joelhos chorando, e pela primeira vez na vida me sinto com medo e triste. Era uma sensação horrível, muito ruim, e eu não estava gostando. É tristeza, melancolia, crise, era dor de alma, dor do coração.
Ben: Não me deixa.—choro baixinho.
Me deito sobre o chão para ter uma visão mais ampla da água. Faço cálculos na minha cabeça em menos de 6 segundos, e então me levanto.
Ben: Eu sou bom com a água. Eu sei como voltar.
Jogo a chave do carro no chão e então pulo na água. O baque foi muito forte, a profundidade era grande e eu levei 17 segundos até subir e respirar.
Começo a procurar dentro da água e não acho nada. Em desespero, dou vários mergulhos e não acho nada, não acho o corpo dela.
Vou tentando sair da água mas a correnteza era muito forte, até que consigo chegar em algumas pedras.
Me machuco ao subir e então quando vou tentando andar, vejo algo enroscado no meio delas.
Corro até lá e vejo que é o corpo, o corpo dela.Ben: Emily!
Corro até lá e a coloco em meu colo. Machucada, já sem vida, sem cor e com os olhos abertos.
Tento não chorar e então fecho os olhos dela. Olho para o céu com ela em meus braços.
Ben: Eu quis acreditar em Você —grito.— eu quis! Mas que porra de Deus você é? Que merda de protetor você é, que não a salvou? Na Bíblia está escrito que deu a vida pelos seus filhos—grito chorando.—salve ela.—coloco a cabeça em seu peito chorando.
[...]
Ben: Eu vou cuidar de você, meu amor—falo a colocando na cama.— como eu sempre fiz quando eu te trazia pra cá. Eu vou cuidar do você e você vai acordar bem.—passo a mão em seu rosto.
Eu tinha levado-a para sua casa. Eu não queria deixá-la assim. A culpa foi minha.
A ajeito na cama e então sinto uma forte pancada na minha cabeça. Acordo sentindo um choque no meu corpo e solto um grito alto de dor.
Eletroconvulsoterapia.
67-226: Ele acordou, pai.
Dr Lins: Vejamos.—aperta minhas veias.
Reviro os olhos ainda sem consciência e então vou acordando, até me sentir acorrentado.
Ben: O que está acontecendo?—falo sonolento.
67-226: Olá, irmão. Demorou apenas 6 horas, 13 minutos e 9 segundos para acordar. Mandou bem.
Ben: Emily—falo ainda fraco.—onde...
Lins: Calma, calma, calma querido. Não se preocupe. Está tudo bem.
Diana: Filho.—chora me olhando.
Abro os olhos e minha vista embaça, pisco e abro novamente, então me dou conta de que estou acorrentado em uma câmara fria. Apenas eu. Isso nunca acontece. Nunca fica apenas um.
Lins Sai da sala junto com a minha mãe e me deixa sozinho com o 67-226.
Ben: David, David me escuta.—falo enquanto ele anota algumas coisas.— o que vão fazer comigo?
Ele para de anotar e me olha sem dizer nada, mas eu entendo aquele olhar.
Ben: Não—arfo.—não pode... me ajuda, David me ajuda a sair daqui.—falo apavorado.
67-226: Desculpa, irmão. Mas não posso pagar pelo seu erro. Prometemos ser fiel ao nosso pai, nosso criador. Você o decepcionou, irmão. Lamento muito.
Olho com raiva e então tento fazer força mas estou acorrentado.
Ben: Não!—grito.
Olho para meus braços acorrentados e faço força mais uma vez, tanta força que meus pulsos começam sangrar e eu paro com dor.
Ben: Porra.—abaixo a cabeça cansado.
Eles vão me desligar. Isso começa com uma sessão repetitivas de tratamento de choque, até eu perder as consciência, e depois que eu não tiver mais batimentos e nem cor, eles irão me congelar. Isso é chamado de morte pelos humanos.
Começo a chorar com raiva e lembranças começam a vir na minha cabeça.
Flashback on|
Ativo meu relógio e caminho até ela.
Ben: Arruma um pra mim?—me sento ao seu lado.
Emily: Quem é você?—diz sem humor.
Ben: Posso ser seu melhor amigo ou talvez seu maior inimigo. Vai de você me aceitar como vovozinha ou como logo mau, chapeuzinho.—falo em sarcasmo.
Emily: Morri de medo.
[...]
Emily: Quem é você?
Ben: Benjamin Jensen. E você?
Emily: Emily Anderson.
Flashback off|
Começo a lembrar de tudo desde o dia que ela me conheceu. Do vexame no jantar do pai dela, da fazenda em que passamos dias, do pedido de casamento, da primeira vez que ela se assustou com a mudança de cor dos meus olhos, do dia da formatura do colégio, da neve, da primeira vez que transamos, do aniversário dela, de quando corremos no gramado debaixo da chuva, das vezes em que fumamos juntos, das filmagens no quarto dela que só eu tinha, lembro dela dançando sozinha com uma taça de vinho na mão e um cigarro entre os dedos.
De quando ela adotou um cachorro e me ligou dizendo que ia se chamar Fêmea, e quando perguntei o porquê ela disse que não tinha criatividade e o cachorro era fêmea. Lembro de todas nossas ligações de madrugada, dos risos, choro, tudo. Lembro de tudo.
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𝐄𝐌𝐈𝐋𝐘
Teen FictionSempre te amarei mais a cada nascer do dia. Te amarei por dias, horas, meses, anos. Te amarei nos dias chuvosos. Te amarei ainda mais nas horas de alegrias. Te amarei em todas as estações. Te amarei por tudo, ou apesar de tudo. Te amarei com todo o...