Capítulo 12 Jk

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Maratonar séries debaixo de um cobertor quentinho.
Essa situação seria deveras gratificante se não fosse minha tamanha preocupação com Jungkook no hospital, me sinto incomodado por não poder ficar ao seu lado até o final da recuperação, Seokjin não permitiu isso.

É difícil processar tudo; sua mãe havia me dito para ir embora descansar, prometeu que nosso menino ficaria bem e depois disso iríamos todos para casa para vermos o sorriso bonito e os olhos de jabuticabas brilhantes, mas meu coração não se acalmou apenas por suas palavras, admito que talvez não vou sossegar até conseguir abraçar aquele corpo maior e quentinho novamente.
Sinto saudades, e por mais forte que eu tente parecer ser, aos poucos vou me acabando de incertezas.
Quero que Jungkook viva, independente se escolher ser comigo ou não, apenas quero que ele tenha uma chance a mais de viver, de ver as coisas que o mundo tem a oferecer, que aprenda a maldade e também os motivos para se chorar de forma bobinha, que se apaixone e crie suas fantasias para conseguir realizá-las no futuro.

Jimin costuma dizer que meu coração é enorme, por isso tenho que permanecer lutando pelos outros.
Desde o momento que me permiti conhecer mais Jeon, meu coração só é enorme para si.
Não é um problema, na minha concepção, porém sinto medo; medo de Jungkook não gostar do meu afastamento mesmo que sendo necessário, medo do que virá a seguir, medo de não estar presente quando acontecer outros problemas graves

Nós nos tornamos muito próximos, e meu coração se acelera quando olho para seu rosto.
Saber sobre a doença de Jeon e logo o conhecê-lo e ver que meu menino é tão único, me incentivou a continuar, me despertou uma paixão sem explicações.
Você acaba se sentindo atraído de algum modo por alguém menos favorecido que você, é a natureza humana, criar empatia por pessoas menos favoráveis na vida é algo comum, mas Jungkook não é só sinônimo da minha empatia.

Ele é felicidade e mistério… ele é o motivo pelo qual ainda se deve acreditar no amor independente de qualquer coisa.
É por Jeon que comecei a ser mais adulto nesses últimos dias, mais responsável, é por ele que larguei os botecos e a vagabundagem, por ele que comecei a me sentir quente e especial, é naquele sorriso adorável e no corpo gostoso que penso todas as noites.
Estou apaixonado e isso me assusta no mesmo nível que me conforta.

— Vamos Tae, você não pode ficar no sofá o dia inteiro, nem sequer comeu nada desde ontem. _A voz de Jimin surge do banheiro, os cabelos penteados para trás e a expressão de preocupação no rosto.

Ele aproxima-se, puxando as cobertas que cobrem-me, fazendo-as padecerem ao chão; suas mãos encontram meus tornozelos e o mesmo tenta puxá-los de modo que eu caia também sobre o tapete 
O encaro sem ânimo algum, meus olhos quase se fechando, respiro fundo.

-— Não estou no clima Jimin. _ Respondo aumentando o volume do televisor, tentando ignorá-lo.

—Taehyung, você não pode ficar martelando seus problemas e julgando os sentimentos do garoto sem saber a opinião dele . _ Ele diz sério, sentando-se ao meu lado. — Você sabe que não o conheço, mas também sabe melhor que qualquer pessoa que a partir do momento que ele é alguém importante na sua vida acaba se tornando na minha também, pois somos melhores amigos.

— Estou bem…

— Não minta! Te conheço suficientemente bem para saber que você está com problemas, se sente amedrontado com alguma coisa, e pelo pouco que tenho conhecimento é sobre Jungkook estar no hospital._ Suspiro baixo, pois realmente ele está correto.

— Tenho medo._Decido não esconder quando minha atenção é voltada a seu rosto, finalmente.

— Porém também tem fome. Como pode ajudar alguém se está tão machucado quanto? _Não lhe respondo a pergunta. — Taehyung, você sabe que sua ansiedade pode agravar com isso, e a depressão que já vencemos pode voltar porque você simplesmente não relaxa.

Jimin sempre se preocupou comigo, somos melhores amigos desde a infância, e sinto que com essa confusão de sentimentos, acabei me afastando dele.
Decido por fim me sentar no sofá, tendo os olhos castanhos menos repreensivos, Jimin então traz consigo a tigela de sopa que fez, sentando-se ao meu lado e alimentando-me com paciência.
Jungkook está bem, mesmo não estando perto de mim, sei que ele permanece em paz, e algo me diz que ele também gostaria de me ver tranquilo.

— Taeyeon disse que viria visitar a gente._ Meu amigo menciona após me dar outra colherada.

Taeyeon minha irmã, sinto saudades das risadas escandalosas e do jeito doce que ela consegue me acalmar.
Quando tiver meu primeiro problema com depressão foi ela e Jimin que me cuidaram, eles foram pacientes e procuraram ajuda profissional, até minha irmã conseguir se formar em psicologia na época, agradeço imensamente a ela, por fazer isso para ajudar outras pessoas, penso que seria interessante ela visitar os Jeon's também, ajudar aquela família.
Suspiro baixo e Jimin acaba notando.

— Está pensando no menino novamente, não é? 

— Sim, é quase impossível não pensar.

— Tem que entender que essa história não é só sobre Jungkook, ela comentou com você; foi você que procurou emprego na casa dele, você que estava passando dificuldades e você pelo qual eles contrataram.

— Está dizendo então que a história é sobre mim? 

— Isso são pontos de vista, por exemplo: da mesma forma que posso querer algo, Jeon pode querer outro e você também, pontos de vistas diferentes, a história é sobre nós, então peço que não pense um pouco nisso também.

— Acho que entendo oque quer dizer.

Jimin bagunça meus cabelos com ambas as mãos, como se estivesse mais aliviado.
Estou realmente pensando muito em toda a situação, e não sei de meu amigo notou que ando dormindo mal ultimamente.
Espero que minha mente se torne menos confusa, da mesma forma que espero que Jeon consiga melhorar.

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