Olá, como você se sente?
Sou eu novamente, não tenho muito o que dizer dessa vez.
Talvez que ando sentindo muito frio e que acho estar pegando uma gripe, porque não paro de fungar.
Não sei se alguém te recebeu certinho mas caso isso não tenha acontecido sinta-se bem vindo.
Não tenho palavras de reconforto, afinal, por mais que seja interessante analisar papai trabalhando nas maquetes, ou no gerenciamento de produções, não posso tomar frente ainda, ele costuma dizer que não há necessidade de tomar frente a projetos por agora. Então, sem assuntos legais para escrever aqui.Acredito que nessa altura você já sabe sobre minhas condições, então por favor, não seja o tipo de pessoa que comenta pelas costas, caso tenha algo que lhe incomode venha e fale diretamente comigo.
Não consigo conversar direito, acabo por gaguejar nas falas e sinto-me nervoso com isso...
Espero que tenha paciência.
Se tiverem alguma pergunta, pode fazer sem se sentir envergonhado.
~De: Jeon Jungkook
Para: Kim Taehyung~— O'Que está fazendo?
A voz tranquila ressoa à minha direita e viro-me tendo os olhos de Namjoon sobre meu rosto, peço sua presença com um movimento de mãos e quando ele chega exibo a folha de cartão.
Nam me encara por alguns segundos, antes de apoiar a palma sobre meus cabelos em um afagar sutil, os olhos se fecham em um sorriso de fenda.— É gentil deixar uma carta, mas precisa descansar também, saímos da clínica a algumas horas apenas, não se cobre tanto.
Concordo devagar, pois ele tem razão, contudo os remédios na cômoda me deixam taciturno, talvez seja apenas reação do resfriado, ou apenas uma má disposição que vem aparecendo com frequência? O doutor mencionou baixa imunidade, e além dos vários remédios para meus 2d (disartria e distonia), ainda foi-me receitado mais para gripes e febre.
Meu pai ficou preocupado, e foi justamente aí que Nam a auxiliou a procurar com mais afinco alguém para ser meu empregado particular.
Tal assunto começou a surgir muito antes, claro: primeiramente a ideia era contratar alguém mais velho e experiente, que já trabalhasse na área da saúde, más as coisas mudaram quando meu pai notou que fui me afastando dos meus amigos aos poucos; não era nada para se alarmar, entretanto, a ideia de achar alguém próximo a minha idade foi surgindo, até que finalmente o acharam.Analiso Namjoon, guardando a caneta dentro do copo com várias outras; olhando pela janela me perguntando como o clima pode ser estranho, já que a segundos havia sol e agora está parecendo que irá chover.
Sinto uma saudade enorme de quando ainda era bem criança, dos momentos em que meus irmãos brincavam comigo dentro das poças d'água.
Olho as ruas e todas as casas grandes da vizinhança, então, meus olhos voltam-se para as pessoas correndo para se esconderem abaixo do ponto de ônibus, permito que meu suspiro escape.— Também não gosto muito de chuvas, me deixa pensativo como você está agora. _Namjoon volta a dizer, apertando o lóbulo de minha orelha, chamando minha atenção. — Tenha paciência, tanto com a chuva, quanto consigo mesmo. O garoto vai subir daqui a pouco.
Ele diz quando aponto o banco de plástico querendo que fique ao meu lado.
Namjoon sabe me descrever melhor que qualquer outro, é por isso que a conexão que temos é tão forte, ele foi contratado a quatro anos atrás, quando minhas crises começaram a se tornar mais complicadas de lidar, os músculos não respondiam a nenhum comando e meu nível de ansiedade acabou tão alto que papai teve medo de se tornar depressão.
Foi aí que o doutor me indicou ele.
No começo, achei que seria difícil, mais ao deparar-me com a calma que Namjoon demonstrava no decorrer de cada problema, fui me sentindo mais leve em ser apenas eu mesmo consigo.— Pequeno?
Ele me chama firmemente, e meus olhos rapidamente se direcionam a si, em um movimento rápido com as mãos me diz que Kim Taehyung já está na porta, aguardando para que alguém lhe atenda.
Deixo a carta na mesinha e corro até a cama, me sentando de pernas cruzadas.
Me sinto nervoso, mesmo que papai tenha me apresentado todo o conjunto de quem é Taehyung antes mesmo do email de contratação lhe chegar.
Não são informações detalhadas, apenas idade, bairro onde mora, oque estuda e quais são seus objetivos, mesmo assim é normal me sentir nervoso, não é?
Nam abre a porta depois de me dar uma conferida, entretanto, sou surpreendido quando ele apenas passa por ela e a fecha atrás de seu corpo.O suspiro de alívio vem de algum modo, e entendo que ele necessita conversar com o rapaz primeiro, antes de me fazer conhecê-lo.
Me permito deitar na cama, agora mais relaxado, inspiro e expiro algumas vezes, e confiro se não estou tremendo antes de me virar para encarar novamente a janela. Esperar é cansativo, pois cinco minutos nos quais eles ainda estão do lado de fora me parecem horas; quando penso em desistir percebo a maçaneta se mexendo, e Nam adentra novamente o quarto ainda sozinho.— Desculpe te deixar no aguardo, Decidi mandá-lo primeiramente a Junyon, para que o mesmo passe as coordenadas das suas medicações.
É fácil notar a confusão percorrendo meus olhos, sento-me novamente, e sinalizo para meu amigo que isso não tem sentido algum já que ele é o responsável por cumprir essa tarefa, o suspiro que escapa de seus lábios é imenso, mas da mesma forma que ele se sente cansado, também estou.
— N-não... confia n-nele?
Pronuncio devagar, sentindo as palavras escaparem de uma forma meio lenta, estranha, já fazem dois dias que nem ao menos sibilo um ruído, e escutar minha própria voz ao mesmo tempo que me reconfortar me incomoda; logo que são ditas não seguro um espirro que as acompanha.
— Ainda não. _ Meu enfermeiro deixa bem claro, antes de me entregar um lenço. — Pela expressão que ele me mostrou, acredito que esteja divagando cuidar de uma criança, ele parece preparado, mais não quero acabar com os pensamentos que ele adquiriu no momento, então o mandei para seu pai.
— U-uma hora ou o-o-outra, ele vai ter que... me co-conhecer. _Comento em um fio de voz, desistindo de falar para sinalizar que não há muita lógica adiar tal situação.
— Você está mais ansioso que o garoto. _ Minhas bochechas se tornam levemente quentes pelo comentário. — Segure-se é não cause tanta balbúrdia, ele tem mais ou menos sua idade, então tome cuidado e vá com calma.
— N-não há necessidade, de, me lembrar que, s-somos de mu...mu...mundos di-di-diferentes.
— Acho que preciso sim, sua ansiedade está atacando e você está dizendo as palavras ao invés de escrevê-las ou sinalisá-las como de costume, já lhe disse antes, tenha calma e descanse, você acabou de voltar do hospital Jeon, não quer voltar para lá não é mesmo? _Nego com a cabeça antes de baixá-la e apenas permanecer em silêncio, Namjoon retorna o carinho simples nos meus cabelos. — Você quer minha companhia quando o novato entrar?
Nego novamente, mesmo analisando a situação de uma forma maior.
Ele tem razão, estou ansioso, sinto meu maxilar dar uma pequena travada.
Coloco a mão direita sobre o rosto mostrando ao mais velho meu descontentamento e o mesmo aproxima-se com rapidez colocando a bolsa térmica que mantenho no criado mudo.— Combinado; qualquer coisa me mande mensagem, vamos esperar até que ele bata novamente na porta, então eu irei sair e resolver minhas coisas, repetindo Jeon, mantenha a calma e relaxe.
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Êxtase
Fiksi Penggemar(Finalizada) Assim que teus olhos percorreram toda a dimensões nua a sua frente, um sorriso alegre e apaixonado se formou, fazendo seu coração transbordar de carinho. Estando ali ele pensou a coisa mais verdadeira e com duplo sentido que poderia pen...