Capítulo 23 Jimin

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Meus olhos se tornam turvos pelo brilho incessante das luzes.
A música alta invade meus ouvidos junto à batida forte.
Gritos, risadas e todos os tipos de agitação que um lugar como esse pode oferecer.
Nego com a cabeça passando entre a multidão e rumando para o meio da boate.
As bebidas sendo entregues pelas coelhinhas de roupas apertadas me chamam a atenção.
Afinal, a quanto tempo de verdade não frequento lugares assim?!
Comentários que venho não são reais, mas prefiro fingir que são sim.
Aceito um copo de Martini e passo rapidamente para o segundo andar, onde os assentos estão repletos de homens buscando prazer e os pole permanecem com as garotas dançando.
Aproximo-me rondando o local como um predador até encontrar os fios loiros, juntamente à risada escandalosa.

— Onde está Taehyung?_ Pergunto assim que agarro o braço de Yerin fazendo-a me encarar a fundo com surpresa. 

— O'Que está fazendo aqui? 

Ela me pergunta novamente e impaciente a puxo comigo até um local não tão barulhento.
Jogo o corpo de Yerin sobre o sofá e sento-me ainda mantendo contato com sua pele, impossibilitando que a mesma se mexa.

— Responda minha pergunta! 

— Quem você pensa que é para vim aqui e me arrastar dessa forma?! 

— Você sabe muito bem quem sou Yerin, não venha com gracinhas, anda rápido e me responda. _ Digo mantendo minhas mãos agora em seu rosto, apertando suas bochechas rosadas.

— E-eu vi Taehyung saindo com umas garotas, estava escornado de bêbado, não tenho nada haver com isso.

Levanto-me rapidamente, caminhando até a saída pela porta dos fundos.
Sei que Tae pode muito bem ter se metido em uma puta encrenca.
Passo novamente por entre as pessoas e encontro um rapaz tomando conta da portaria.
Sei que preciso estar acompanhado para entrar aqui dentro...
Volto para a boate e encontro novamente Yerin já sentada ao bar esperando sua bebida.
Minhas mãos novamente rodeiam seu pulso e logo a arrasto comigo até os fundos, onde os quartos são encontrados.

— O'Que está fazendo? _ Ela pergunta pela milésima vez.

— Te usando para entrar aqui, não vou sair sem o Tae.

— Idiota, ele nem liga pra você, deveria saber que Taehyung está muito feliz sem a sua companhia.

— Cale a sua boca e apenas ande! 

Chegamos até a entrada e mesmo o segurança nos olhando com um ar questionador entramos rapidamente.

— Pode ir agora, não preciso de você.

— Não é assim que funciona comigo gracinha, você precisa da minha ajuda, ou acha que Taehyung vai conseguir se arrastar sozinho? 

Nada comento, apenas  permaneço caminhando e abrindo todas as portas dos quartos, encontrando diversos casais transando bêbados ou aproveitando para usar maconha sem restrições.
Entro no último quarto deparando-me com roupas jogadas pelo chão, não há nenhuma garota ou barulho aparente.

— São as roupas dele… 

Dessa vez sua voz parece cabisbaixa é até meio mole, suas mãos vagam entre os bolsos da calça Jeans e ela me mostra a carteira sem nenhum dinheiro dentro, apenas os documentos de Kim meio espalhado pelas divisórias.
Procuro por ele entre os cômodos o encontrando dormindo no banheiro, deitado sobre o chão sujo, completamente nu e cheirando a bebida dos pés à cabeça.

— Meu deus, ele está horrível! _Yerin aparece logo atrás, com as mãos cobrindo os lábios, sua expressão é de surpresa, talvez pena ou algo semelhante a isso.

— Vamos levar ele daqui.

( ... ) 

Carregamos Taehyung no colo até o banheiro luxuoso da casa de Yerin.
Mesmo a garota sendo uma desprezível miserável ela cedeu-me o casebre para que eu venha a cuidar dele.
Sento o idiota ainda desacordado ao lado da banheira verificando a temperatura da água e retirando novamente suas roupas.
Começo com a camiseta com um desenho infantil do Mickey que lembro-me de o vê-lo vestindo apenas uma vez em toda sua vida, pois ela fica completamente enorme em seu corpo.
Retiro com cuidado notando a cicatriz feita pelo vidro em sua barriga, meus dedos passam por ela sutilmente é um suspiro alto escapa de meus lábios.
Retiro seus sapatos as meias e por fim deslizo de uma só vez, a cueca azul escura junto à calça sobre suas palmas grossas.

Ele se remexe um pouco e minha atenção é voltada à seus lábios ressecados e machucados, como se suas mordidas incontroláveis fossem alvo de uma ansiedade tremenda e auto julgamento.
O rasto magro e as olheiras fundas me incomodam, assim como seu corpo tão entregue e frágil.
Levanto-o com cuidado e assim que sua pele fria entra em contato com a água gostosa e quente ele acorda.
Os olhos me encaram como se procurasse entender o'que está fazendo em tal lugar e porque estou ao seu lado,  depois de alguns segundos ao ter noção do seu estado ele chora.
As lágrimas saindo sem controle enquanto Tae se encolhe abraçando os próprios joelhos.
Nada digo, apenas chego perto o passando conforto, contornando seu corpo nu sobre meus braços sem me importar em me molhar.

Espero até seu choro tornar-se soluços sôfregos e as lágrimas pararem de cair.
E então pego o sabonete esfregando seus braços e tronco.
Ele se encolhe como uma criança envergonhada e encara a frente, o espelho do banheiro de Yerin para logo me fitar profundamente, segurando meu rosto entre suas mãos.

— Porque? 

— Por que somos amigos. _ Respondo agora tomando seus cabelos entre meus dedos e espalhando a espuma sobre seus fios castanhos.

— Você não precisava se preocupar comigo…

— Qual é a parte de amigos que você não entendeu? Quando recebi a ligação que você havia sumido a uma semana te procurei por todos os cantos dessa cidade, até Suho me dizer que alguns conhecidos haviam te visto.

— Suho...

— Ele é Lalisa, se não fossem por eles não teria te encontrado, não te julgo pelo o que fez Taehyung, cometemos burradas algumas vezes na vida, é como eu lhe disse antes, você protegendo seu menino quem é que te protege? 

Os lábios trêmulos se mostraram presentes e suas orbes encararam-me novamente.

— Você...

— Isso, certo! 

— Obrigado Jimin...

— Você tem muito a quem agradecer Taehyung, saiba que não vou brigar com você por sua recaída mais Lalisa com toda certeza irá. Afinal foi uma semana sem dar satisfação de nada.

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