Capítulo 03

188 32 85
                                    

Passaram-se dois dias, e até o momento não recebi nenhuma ligação da casa dos Jeon.
Como bom ansioso, hoje ainda me mantenho sobre as cobertas.
Jimin chegou ao quarto mais cedo, preocupado me perguntou se estava tudo bem, e tive a cara de pau de responder que sim, sendo que de longe pode-se ver que não. Nesse meio tempo, não trocamos mais palavras, ele apenas concordou com a cabeça dizendo que iria à padaria.

Não sei se realmente serei contratado, afinal, senhor Jeon parece ser um desses homens importantes que acabariam buscando pessoas mais velhas ou habilidosas, comentei isso com Wendy, pois quando cheguei em casa Jimin não estava e minha necessidade de fofocar com alguém era maior que a paciência de esperá-lo voltar, mesmo que, em sua volta eu tenha repetido tudo novamente.
Estendo a mão, tateando o notebook que "peguei emprestado" de minha irmã, e vasculho alguns artigos de medicina. 

Distonia e disartria: movimentos involuntários, fortes contrações musculares, problemas na postura e dor... Essa é a descrição breve da coisa.

Na faculdade, lembro do professor comentar que ela provoca sensações bem semelhantes à câimbra, também podendo afetar as cordas vocais e, consequentemente, a fala, assim como os músculos das pálpebras e dos olhos.
Mesmo sabendo do que se trata, ainda não lidei com pacientes que possuem esse quadro, e ao menos cheguei a conhecer algum.
Penso que,deve ser uma situação difícil ao paciente e as cirurgias disponíveis para melhoria do quadro tem um fator de risco moderado.

Será que os Jeon's já pensaram na possibilidade da cirurgia? 

— Comprei pão._ A porta é aberta rapidamente me assustando um pouco, os olhos de Jimin vem aos meus, então ele se joga na cama, em cima de meu corpo. — O'Que está pesquisando aí? 

— Com o susto que tomei quase não pesquisei nada. _Digo o batendo no ombro direito. — Lembra que te disse sobre os problemas do menino Jeon?

— Sei, descobriu mais alguma coisa?

— Nada que já não saiba._ Arrasto o notebook em sua direção. — Dê uma olhada.

— Você me disse antes que ele tinha dois problemas na bagagem, já sabemos que a situação dele pode exigir uma cirurgia ou internação, a questão é a idade que ele tem; se você tem condições de lidar com ele independente do final do tratamento, e se por alguma questão o enfermeiro estará disponível na casa.

— Isso não consigo dizer. _Dou um suspiro maior. — Só espero que dê tudo certo no final, caso eu for contratado mesmo, pois preciso do dinheiro.

— Você se sente bem?_ A questão chega com sua direita sobre meu ombro.

— Sim?…

— Você nunca foi bom mentindo._ Ele se afasta após dizer. —Vai dar tudo certo.

Concordo, pois manter os pensamentos em positivo é o melhor a ser feito.
Analiso novamente o notebook e o e-mail do senhor Jeon brilha sobre a tela, sorriu, surpreso e trago o pulso de meu amigo para próximo lhe apontando.
Os olhos castanhos fitam a mensagem, seu sorriso também se estende dado a confirmação.
O Senhor Jeon pede para que eu apareça lá, conhecer os funcionários, a casa e seu filho.

Me ergo as presas, procurando uma roupa mais ou menos e pegando os documentos, Jimin comenta que pode me levar de moto então não deixamos de aparecer rapidamente.
Em frente à casa amarela neste segundo, as janelas estão fechadas e não há ninguém no enorme Jardim, respirando fundo, deixo que o ar quente escape dos meus lábios ressecados antes de bater a campainha.
Parar para pensar que o emprego agora é realmente meu é quase insano!

Cuidar de alguém é realmente complicado, mas  jurei a Jimin que estou completamente preparado para o desafio, mesmo que agora, parado em frente à casa sem conseguir realmente apertar a campainha, as coisas pareçam estranhas.
Meu coração está acelerado, não vejo como ansiedade, acho que seria mais medo... medo do garoto no qual serei empregado não gostar realmente da minha pessoa, medo de falar alguma coisa que possa gerar consequências sérias... 

— Que bom Deus tenha piedade.

— Que o garoto seja bondoso…

Tomo coragem, ajeitando o cachecol no pescoço e sendo atendido pela mesma bonitinha de sempre, seu cabelo está preso em tranças e vejo que está usando um uniforme de frio, oque me deixa surpreso.
Aceno para Jimin que concorda me dando um breve tchau e tocando a moto adiante.

— Vamos entrar. _A garota diz, abrindo-me passagem, assim entro consigo, caminhando ao seu encalço até subirmos as escadas, entrando em uma sala espaçosa. — Aguarde apenas um segundo, irei pegar sua pasta então lhe entregar um dos uniformes, pode decidir também se irá querer um dos quartos caso seja necessário dormir na residência.

—Quarto…dormir? 

— Às vezes Jungkook tem crises noturnas, então é transferido ao hospital, quando chega alguns funcionários da casa costumam dormir aqui mesmo para ajudar os patrões em algumas tarefas, recebemos a mais por isso, mesmo que a maioria aqui dentro faça porque gosta mesmo de Jungkook.

Nada comento.
Mesmo que pensar que todos ou a maioria goste dele é um tanto impressionante na minha percepção.
Decido apenas concordar com a cabeça, esperando quando ela me passa as roupas e a pasta.
Abrindo a primeira página para me mostrar o que devo fazer exatamente.

■■■■■

Êxtase Onde histórias criam vida. Descubra agora