Escuto barulhos vindos do andar de cima, são abafados e assemelham-se a um ranger.
Encaro Namjoon pois estávamos subindo ao quarto de Jeon juntos, sua sobrancelha se ergue e o barulho se torna ainda mais alto quando ele apenas tenta abrir a porta, porém está trancada.— Vocês ouviram isso? _ Yoongi questiona ao passar no corredor, está com o mesmo avental de sempre.
— A porta tá fechada!
Ele desesperadamente começa a tatear os bolsos, batendo forte na madeira, gritando para que Jeon a abra, ouço mais um ruído dentro do quarto, então começo a me desesperar por imaginar o'que diabos está acontecendo lá dentro, mesmo entendendo que ele está em uma crise.
Namjoon tenta acalmá-lo na situação, gritando seu nome algumas vezes, enquanto peço em desespero para que destranque e nos deixe passar, mas em resposta, ouvimos gritos abafados.
A voz de Jeon se tornando algo irreconhecível, de sua boca só podemos escutar a palavra " não " sendo repetida inúmeras vezes e algo se esvaindo dentro do cômodo.
O médico mesmo disse que Jungkook estava com o emocional controlado, e que os exames até então não apresentaram nenhum problema sério, estava até mesmo melhorando.
Mas agora, depois da volta do centro de apoio, aproximadamente quinze minutos depois ele está totalmente diferente, alguma coisa o abalou? Alguém comentou sobre algo que o deixou preocupado?
Desorientado?— Vamos Jeon, abra a porta! _Namjoon pede novamente.
Outros funcionários chegam próximos, analisando a situação, as feições de confusão bordando suas faces.
Meus ouvidos negam o som alto que repercute do quarto, uma espécie de arrastar e quebrar, até um grito ser identificado.
Ansioso, nervoso e sem pensar muito, tomo espaço e chuto a porta uma vez, mais um segundo lá dentro ele pode acabar desmaiando ou se cortando feio.
Namjoon me toca o ombro, o encaro de forma que diga "vai porra, me ajuda!" E de alguma forma, ele parece compreender minha decisão.
Mais um chute, meu e dele juntos até a madeira ceder e ser aberta, finalmente consigo ver a bagunça a frente.
Os quadros que jaziam sobre os móveis estão em mínimos pedaços quebrados pelo chão.
Os troféus que tanto contemplei quando cheguei aqui jogados a direita, sua cama de casal revirada sem o lençol.
As paredes, repletas de terra, pois Jeon quebrou os vasos de flores e os arremessou contra elas, causando uma bagunça enorme e desenfreada.
Seus remédios estão espalhados pelo tapete e as manchas vermelhas de sangue pintam todo o ambiente.Isso me deixa confuso, me enlouquece.
Pois em um momento meu menino é alguém de personalidade adorável e sorriso contagiante, e em outro apenas parece não caber na própria realidade, no próprio corpo.
Yoongi finalmente aparece, os olhos arregalam dado a situação, Namjoon procura por Jeon no banheiro, contudo sou eu que o encontro sentado debaixo da mesa que costuma desenhar, seus fios longos e negros grudados sobre a testa pálida, os olhos de jabuticaba fundos e arregalados, amedrontados.
Ele segura os próprios braços enquanto balança o corpo, murmurando algo que não consigo compreender.
O joelho direito está sangrando bastante, assim como as palmas das mãos, e um corte que há ao lado de sua bochecha.— Nam, ele está aqui!
Yoongi chama o enfermeiro que vem rapidamente, ele acaba me empurrando um pouco à esquerda, e se aproxima de Jeon, tentando tocá-lo, todavia é apenas no segundo que os dedos longos o encontram a pele do braço, que o grito alto, seguido do debate do corpo aparece.
Jungkook começa a chorar de soluçar agora.
Os lábios maltratados parecem doloridos e suas próprias mãos puxam os fios sem descanso algum.— Jeon! Se acalme, está tudo bem, estamos aqui.
O enfermeiro tenta, e vou para perto, decidindo fazer alguma coisa a respeito mesmo que não saiba oque deveria fazer.
Jeon apenas fecha os olhos, as mãos procuram alguma coisa pelo chão, então com a direita arremessa um dos copos de plástico duro em minha direção, com a outra, atira uma das molduras já quebradas em Nam que desvia rápido.
Ele continua se debatendo, as pernas chutam em nossa direção, toma outro quadro contra as palmas, é quando me aproximo, afastando o enfermeiro e pegando Jeon contra os ombros, o trazendo para próximo de meu corpo.
Sinto algo entrando na minha barriga, quente de alguma forma, e o grito mais alto do meu menino ecoando, Yoongi chega perto, tentando me afastar, porém nego apertando Jungkook ainda mais sobre meu corpo.
Seus olhos se abrem, ele parece assustado agora, os olhos descem pelo sangue quando o corpo se torna mole, e ele desmaia.É só então que alívio um pouco meu toque, Namjoon o retira de cima, vejo os outros funcionários chegando rápido, yoongi, com o telefone em mãos.
Olhando para baixo, vejo o vidro ainda cravado na minha barriga, Jeon tentou se defender de alguma forma, então quando o abracei acabou a ponta me perfurando.
Procuro seu rosto desacordado, sinto-me sonolento.
Não consigo entender ou processar quem chega ao meu lado, porém sinto alguém me tocando, falando comigo.
Apoio a destra na barriga, e a fraqueza me chega ao ponto que não vejo mais.(...)
Abro os olhos, há um gosto amargo sobre minha boca, o frio me deixa incomodado, uma luz forte chega de algum canto qualquer, até eu conseguir perceber um quarto diferente do que estou acostumado.
Um barulho de máquina está ecoando, toco meu próprio rosto vendo que há uma cânula de oxigênio em meu nariz. Me sinto perdido.
Tento me sentar, vendo uma dessas cortinas de afastar para o lado.— Finalmente acordou.
A voz conhecida me deixa menos nervoso.
Jimin está do outro lado, onde ainda não tinha olhado.
A cadeira tem um apoio para o braço, apoio esse que está sendo usado por ele quando noto uma espécie de soro.— O que aconteceu?...
— Transfusão de sangue, estou aqui salvando a sua vida, não tá vendo?!
Sua resposta é breve e não tem menção nenhuma de piada.
Ele está realmente insatisfeito.— Como eu vim parar aqui?
— Você recorda do que rolou na casa do seus patrões? Alguém chamou uma ambulância.
— Onde Jungkook…
Não termino de falar, seus dedos sobem acima dos próprios lábios, os olhos me encontram de forma repreensiva, amargurada.
— Escute aqui Taehyung! Estava tomando banho totalmente cansado após ser demitido do meu emprego e escutei meu celular tocar, era o seu número, mas adivinha só! Não era você é sim um cara totalmente desconhecido falando que você estava no hospital e precisaria de um responsável acompanhante. Cá estou eu te dando o meu sangue pois você quase teve um troço ao ser perfurado com a porra de um pedaço de vidro!
— É que Jungkook...
— Não ouse! _ Jimin levanta mais a voz, seus olhos estreitos encarando-me com raiva, analiso a agulha em seu braço. — Você não ouse comentar sobre seu patrão comigo agora Kim!
Concordei encarando o machucado enfaixado em minha barriga e ainda sentindo o mesmo doer.
— Idiota… _Jimin diz roucamente. — Eu não estou mais ligando se você beija, fode ou faz qualquer coisa com aquele menino, mas agora, como você pensa em protegê-lo? Você protege Jungkook e quem faz isso com você?
Jeon sempre viu o amor como algo relacionado à perdas e também a sofrimento, deixando isso claro desde o princípio.
Realmente não sei oque pensar disso que acabou de acontecer.
Devo voltar a Jungkook ou deixar a situação se acalmar esperando o mesmo me chamar?
Encaro meu amigo e vejo seus olhos vermelhos e as lágrimas escorrendo por sua bochecha fofinha.
Jimin esfrega as mãos pelos fios loiros parecendo mais perdido que eu.
Então apenas esqueço tudo é viro-me de lado, fechando meus olhos e chorando também.■■■■

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Êxtase
Fanfiction(Finalizada) Assim que teus olhos percorreram toda a dimensões nua a sua frente, um sorriso alegre e apaixonado se formou, fazendo seu coração transbordar de carinho. Estando ali ele pensou a coisa mais verdadeira e com duplo sentido que poderia pen...