Capítulo 25Jk

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Meus olhos se viraram na direção daquele corpo sobre a porta de madeira branca.
Concentrei-me para entender oque ele fazia ali, pois por dias coloquei na cabeça que ele sequer queria se lembrar do meu rosto, que estava seguindo com a própria vida.
Mas pelo visto não é bem assim, aqui está, seu semblante triste me analisando, as olheiras fundas sobre os olhos cor de mel. Emagreceu bastante pois a camiseta de mangas está mais larga; músculos tensionados, vejo ele apertando as palmas das mãos com as pontas das unhas.
Namjoon o empurra a frente, dando-lhe uma espécie de coragem para vir próximo.

Levanto-me, ajeitando o violão que agora permanece ao meu lado, o colocando próximo a mesa mesa com dezenas de papéis e carta que escrevi a todos os que achei que mereciam um pouco da minha consideração.
Taehyung ainda permanece parado ao lado da porta e meus olhos começam a se incomodar em vê-lo.

Acreditei que o mesmo nunca mais fosse me procurar ou querer sequer ouvir  meu nome, pois tudo que o escrevi não foi respondido, pois desde o começo quando entrei nessa clínica ele não pareceu se importar em saber sobre minha condição.
Pois quando por algum motivo estúpido, acabei dizendo que parte minha ou algo que considerei sendo do interior do meu peito o amava.
Por não ter a resposta do "Eu também te amo" sendo sussurrado de seus lábios, quando precisei ouvir...

Programei dezenas de palavras ofensivas para soltar quando chegasse o dia em que eu precisaria encontrar com ele novamente.

Pensei e repensei milhares de maneiras de o dizer que não o quero mais na minha companhia, pois ambos estamos saindo machucados nisso.
Ensaiei em frente ao ursinho de pelúcia azul escuro que ganhei de Lalisa vários jeitos de dizer a Taehyung que nossa relação não passa de algo profissional como chefe e funcionário.
Deus sabe quantas vezes chorei em cogitar a hipótese de deixá-lo escapar das minhas merdas.
Mas agora, aqui, enquanto estou voltando a me sentar sobre a cama de lençóis, ao olhar novamente para seu rosto confuso e amargurado, eu apenas o quero comigo.

Sua feição não poderia dizer outra coisa se não o quão preocupado ele esteve, o tanto de problemas que deve ter enfrentado e o quão difícil foi pensar em realmente ir embora...

Eu não consigo odiar, mesmo agora meus sentimentos em relação a ele sendo algo completamente sólido.

Eu amo Taehyung!
Não é um amor construído a base de elogios ou de ajuda, não é um amor feito de momentos incrivelmente felizes.
É um amor comum, um amor que todos podem sentir.
E sabe como descobri esse amor?
Foi justamente sofrendo por ele.

— Olá... _ Ele diz quando percebe que o encaro e mesmo assim não deixo as emoções saírem, sua voz leve e totalmente rouca me dá vontade de sorrir entretanto.

Bato a palma da mão entre o colchão, convidando-o para se sentar ao meu lado, e assim ele faz.
Seus passos ecoam pelo chão, mas o barulho é parcialmente abafado pelas meias verdes em seus pés.

Seu corpo afunda ao meu lado e o suspiro que escapa quase automaticamente de seus lábios ressecados mostram-me que o alívio alcançou seu peito.
Encaro seus olhos fechados e os cabelos lisos emoldurando sua pele morena enquanto o suor finalmente escorre por sua testa realmente condizente com a tensão.
Viro-me, dobrando os joelhos e sentando-me melhor, ao ponto que nossa linha de visão fique melhor.

— Eu não sei por onde começar... _ Ele diz encarando-me com um rubor leve nas bochechas. — Eu me desculpo por não ter aparecido antes...

— Não precisa se des…desculpar. _ Respondo firmemente e ele encara-me mais afundo.

— Nossa! Você realmente melhorou muito a condição motora da fala. _Sorri realmente satisfeito com seu elogio e comigo mesmo por trabalhar duro para de fato conseguir impressioná-lo.

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