Capítulo 14

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Estou perdido em meus próprios objetivos, pois a horas cheguei na casa dos Jeon's, e encontro-me pela terceira vez dobrando a toalha vermelha de kookie.

Não deixaram eu seguir para o hospital, apenas pediram para que eu já estivesse em casa no aguardo, admito que sinto-me estranho, e mesmo estando atarefado não consigo lidar com as questões, com o fato de Jimin ter mencionado que estou muito magro, sobre as palavras de Wheein quando fui visitá-la, pergunto-me se preciso de um tempo agora, todavia não tenho essa resposta.
Me situo ao ver dona Cleide da cozinha, passando com algumas roupas de cama,os olhos concentrados a todo minuto em um pequeno relógio de pulso, meu corpo se aproxima mais e Yoongi que chama minha atenção ao estender a mão direita.

— Você está tão nervoso que parece que vai ter um treco. _ Seu comentário segue com um sorriso gengival.

— Não duvide da minha capacidade.

— Do que tem tanto medo? 

A pergunta me fez parar os passos e encará-lo por alguns segundos.
Não sei a resposta, verdadeiramente não sei… Talvez seja da rejeição.

— Ele está melhor, então não pense muito nisso senão quem vai acabar doente será você.

As mesmas coisas que ouvi de Jimin estão sendo ditas pelo jardineiro.
Estalo os ombros ainda tensos e voltamos a caminhar entre os corredores.
Está um dia bonito, nuvens pelo céu azulado e um sol não tão devastador como o dos últimos meses.
Mesmo assim me sinto taciturno, pelo menos até ver Jeon surgindo de dentro do carro, vestido com uma blusa branca, realçando os fios castanhos, os olhos sempre brilhantes e gentis, o rosto sereno, mesmo cansados.

Seus pais ajudam-o a andar, ao segurá-lo pelos ombros, e Jeon passa ao meu lado, sorrindo ao que nosso olhar se cruza.
Permaneço imóvel, sem controlar meus próprios movimentos, sem saber para onde ir, até que Namjoon resolve me acordar, puxando-me consigo para o quarto de Jungkook.
Meu menino está deitado sobre a cama de lençóis amarelos, seu rosto levemente amassado pelo travesseiro. Analiso a obra de arte que Jungkook é por longos minutos, sorrindo como um idiota até suas mãos me chamarem para perto.

— Estou feliz em e-estar de volta.

As palavras, o jeito que ele as diz agora, a forma ainda lenta, os olhos nos meus, a cabeça tombando para ter certeza que falou tudo corretamente; Jungkook.
Meus olhos se enchem, meu coração transborda, minhas mãos vão até as suas, levando-as ao meu próprio peito.
Suas palavras, suas curtas palavras.
Jeon está dizendo, está conseguindo dizer.
Choro, como a criança que viro ao seu lado, com a ideia de que agora tudo dará certo, que Jeon escolheu ficar, escolheu viver.

— Você… 

Não termino, mas o tomo contra meus braços, como se minha vida dependesse desse abraço apertado, desse momento.
Pois não é um sonho.
Senhora Jeon surge na porta, sorrindo.
Não sei se ela entende bem oque está acontecendo, provavelmente sim.
Contudo ela não passa tanto tempo nos espionando, escapa me deixando a sós com Jumgkook já que Namjoon foi ao banheiro.

— Ainda bem que está tudo ok.

Digo com um sorriso idiota sobre os lábios.
Ele me analisa por longos segundos, até sorrir novamente e levar à direita para coçar o olho, em uma atitude meio lenta.
Chego mais perto de seu rosto. 
Ele me surpreende ao puxar meu corpo em direção ao seu, abraçando-me agora com certa força, enquanto apoia o rosto em meu ombro, retribuo com vontade seu gesto, sentindo o cheiro de baunilha característico da sua pele branquinha, desço a mão pela lateral das costas, chegando a base da cintura aparentemente esculpida, apertando de leve e ouvindo um suspiro surpreso que me faz sorrir.

— Eu amo você

Admito, em um sussurro não o deixando me encarar por estar meio envergonhado em dizer, ouço o coração do mesmo bater em um ritmo mais acelerado, e ele processa minhas palavras de uma forma mais vasta.
Jungkook me empurra com calma, atordoado o encaro.
Ele junta as palmas em meu rosto, mantendo-as firmes mesmo que o toque seja delicado, e antes que eu pergunte se disse algo que o magoou, seus lábios se encontram aos meus.

É um beijo calmo, mas meu estômago parece se revirar em felicidade, os lábios pouco ressecados são pressionados com fervura, até que sua língua encosta timidamente sobre meu lábio inferior.
Quando me afasto não permito-me deitar sobre o colo de Jeon, sentindo os dedos brincando entre meus fios.

— Ta-também amo você Tae.

Sinto-me feliz, e talvez essa venha a ser a primeira vez em anos que me sinto assim, ouvir Jeon dizer me me ama acende algo em meu interior que pensei nunca existir.
Mesmo feliz, um resquício de medo insiste em permanecer ativo.
Se os remédios estão funcionando isso significa que ele não terá mais crises?
Seus olhos castanhos ainda não admiram as belezas do mundo que sempre sonhei em contemplar, suas mãos não chegaram a se afundar em sentimentos angustiantes e seu sorriso não chegou a brilhar ao saber que tudo seria uma fase.

Mas no momento em que se declarou, notei o peso saindo de seus ombros, o olhar mais intenso e os lábios bonitos ressecados, e ao abrir minha boca para respondê-lo, também presenciei em si, o medo.

— Você é perfeito. 

—S-sou seu.

Ele menciona arrancando-me um sorriso, então aproximo-me novamente, juntando minha boca na sua, sentindo a maciez e a incrível sensação de leveza.
Subo as mãos pelos fios lisos de seus cabelos, e afundo os dedos em sua nuca, sentindo suas mãos me puxarem mais para perto.
Quebramos o ósculo para um abraço apertado.

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