Capítulo 2

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Acordo com uma dor maçante na parte inferior das minhas costas, espero que eu não tenha que dormir nesse chão por muito mais tempo. Tento esticar um pouco as costas antes de me levantar e ficar pronta para mais um dia.

Já passou uma semana desde que eu conheci Lauren e mal tenho a visto desde então. Assisto TV na sala até ela chega em casa, e quando ela chega mal nos falamos e eu já vou indo para o meu quarto dormir um pouco. Não acho que ela se importe, ela não parece gostar de contar como foi seu dia, de qualquer maneira ela normalmente tem Noel grudado nela, então ela não seria capaz de falar. Duas noites na semana passada ela não voltou para casa, fiquei acordada a noite inteira esperando por ela até ás seis horas da manhã quando desisti e acabei dormindo. Tive pesadelos nas duas noites.

Ontem à noite, ela voltou para casa às onze, o que é muito cedo para ela, mas para mim foi bom pois consegui dormir melhor, mesmo que eu ainda tive que suportar os sons vindos do fundo do corredor.

Então, hoje eu me levantei e tomei um banho, deixando a água me acordar. Depois, eu corri de volta para o meu quarto enrolada em uma toalha e coloquei minhas roupas, uma calça jeans azul e uma camiseta preta. Saio de casa rumo ao meu lugar, e demoro cerca de meia hora para chegar, Megan já está aqui.

- Oi Camila! - Ela grita sobre sua música. Tem só um cara assistindo, mas ela ainda faz a coreografia completa para ele. Eu tiro meu casaco e coloco no chão e em seguida algumas notas e moedas.

- Oi Megan! - Grito de volta.

Depois de me alongar um pouco, com meus pés limpo o local onde pretendo dançar, Megan coloca “Bang Bang” da Jessie J para tocar, eu sorrio porque conheço essa música, então começo balançar ao ritmo por alguns segundos antes de perder-me completamente na música.

Eu não parei de dançar nem quando a música terminou e é só então que lembrei que eu não estava em casa. Abri os olhos e tinha mais ou menos vinte pessoas me olhando, sinto meu rosto esquentar e espero que Megan escolha outra canção rapidamente, assim eu não tenho que ficar sem jeito por muito mais tempo.

Algumas pessoas sorriem para mim antes de sair e eu sorrio de volta, para ser educada, e alguns até dizem “parabéns” e eu agradeço, e tem aqueles que não dizem nada, nem sequer sorriem, eles apenas continuam caminhando como se já tivessem visto melhor. E isso me incomoda, porque eu não quero ser mais uma dançarina, quero ser mais, quero ser a melhor. Esse é o sonho, e eu não vou parar até que isso aconteça. Quando chegar em casa vou praticar alguns movimentos novos de dança para as multidões de amanhã.

Cerca de uma hora depois, Megan avisa que vai almoçar e pergunta se eu quero que ela deixe a música, balanço a cabeça e digo que tudo bem porque eu devo ir almoçar também. Eu meio que esperava que ela me convidasse para almoçar com ela, mas em vez disso ela apenas balançou a cabeça, pegou seu equipamento, pendurou os bambolês por cima do ombro, e foi para as multidões, desaparecendo em um instante.

Tomo uma respiração profunda, porque agora estou sozinha novamente e eu me esqueci de perguntar quanto tempo ela vai demorar, ou se ela vai voltar. Quando olho para baixo, vejo uma pilha de moedas no meu casaco e decido contar agora, talvez se eu tiver o suficiente, posso ir para casa mais cedo.

Não gosto da ideia de voltar para o apartamento tão cedo, porque nunca tem nada para fazer, preferia ficar nas ruas sozinha o resto do dia. Eu não posso andar muito, porque posso me perder, e não posso deixar que isso aconteça em uma cidade tão grande. Costumava me perder o tempo todo quando criança, mas em uma cidade onde todos conhecem sua família, era fácil encontrar o seu caminho de volta para a casa, fora que meu pai era policial e ele tinha um sexto sentido para me encontrar quando eu estava em apuros.

The Girl Next DoorWhere stories live. Discover now