Vivendo como dá para viver

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Três anos depois

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Três anos depois...

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas."

Mateus 11: 28,29

Com o passar do tempo Laís estava conformada com sua atual situação, ela passava os dias na companhia de Magnólia que foi escolhida para ser sua criada de quarto, claro que ela não escolheria outra, a menina tinha a mesma idade dela e ambas riam muito quando estavam no quarto.

As obrigações de Laís nada mais era que manter tudo como o marido gostasse e sorrir para as pessoas que ele levava para casa, fingindo ser a esposa perfeita, mas ela ainda sonhava em se ver livre de sua prisão branca como havia batizado a casa tão grande e fria que vivia. Se não fosse os momentos na presença de Deus junto com os empregados ela talvez já tivesse feito besteira.

O marido nunca tentou tocá-la de nenhuma forma e como havia prometido vem cumprindo, mas todas as vezes que ele chega embriagado lhe olha dos pés a cabeça e diz:

- Com vinte e um anos. - ela sabe bem o que aquela frase representa, quer dizer que ela passará a ser a esposa de fato e de verdade, bem que ela queria um milagre mas hoje completando dezoito anos começou a pensar que talvez não fosse possível sair dali.

Laís não tinha raiva do marido, mas nutria um nojo pelo olhar que ele lhe lançava as vezes chegava a dar enjoou nela, mas até aqui ela tem se livrado; uma vez ela ficou horrorizada ao ouvir ele dizer a uns homens que bebia com ele na varanda que ela seria uma vaca leiteira quando desse a luz a seus onze filhos. Isso gerou um sentimento de repulsa nela e ela procurava lhe evitar cada vez mais.

Após o almoço Laís estava na biblioteca lendo a Bíblia quando sua amiga bate na porta e colocando só a cabeça para dentro diz:

- Laís pode vir ajudar na cozinha? A dona Ana passou mal e estamos atrasadas com os preparativos do jantar.

Ela apenas fechou a Bíblia e seguiu a amiga até a cozinha e quando chegou lá estavam todos os quinze reunidos cantando parabéns para ela.

- Antes de assoprar a velinha faça um pedido. - Dona Ana disse.

Ela fechou os olhos e pensou "Senhor me tire daqui." Então assoprou a velinha crendo que Deus lhe ouviria.

Passaram a tarde em festa comemorando com bolo e salgado e fazendo as coisas do jantar ao som de Sérgio o mordomo tocar o seu violão os lindos louvores que ele sabia da harpa. Na hora certa o jantar estava servido e como era seu aniversário mesmo sem ter o que comemorar com o marido ela foi se arrumar para jantar com ele naquela noite, estava tudo diferente ela sentia paz e felicidade de ter encontrado os empregados que lhe amavam e cuidavam dela.

- Senhora podemos servir? - Sérgio pergunta olhando para o relógio na parede que marcava 22H.

- Não Sérgio vou me deitar, acredito que o patrão tenha tido um contratempo no escritório. - ela diz levantando e indo em direção a escada.

- Mas a senhora não comeu nada. - o homem ainda diz.

- Vocês já comeram? - ela pergunta.

- Não senhora, só comemos depois do patrão.

- Então mande servir o jantar e venham todos para a mesa comigo, hoje é dia de festa não é? - ela diz.

Como ela pediu eles fizeram e foi colocado pratos extras na mesa para que todos jantassem juntos e estavam comendo brincando e rindo quando ouvem os gritos atrás de Laís.

- Mas o que significa isso?

Todos o olham espantados e ficam sem reação mas mesmo assim se levantam rapidamente.

- Eu os convidei para jantar comigo, já que não chegou e é meu aniversário. - ela diz bem calma.

- Saiam todos, e ouçam uma coisa, nunca mais se sintam no direito de sentar onde meus convidados sentam entenderam?

Os quinze apenas afirmam com a cabeça e saem apressados dali, olham para Laís com olhos de pena e sentem não poder ficar perto dela.

- Você venha comigo. - ele sai puxando ela em direção ao quarto. - Não posso dar as costas que coloca as unhas de fora não é? Já tinham me dito que você tratava todos com amor e doçura, eu não admito isso empregado é para ser tratado em linha de ferro.

- Os trato como merece e você não manda na minha boca. - ao ouvir isso Quintino não conseguiu se segurar e esbofeteai Laís deixando as marcas de sua mão ali no rosto delicado dela.

- Vai ficar aí pensando em como quero que seja e só quando eu achar que pode sair sairá. - dito isso ele a joga com força para dentro do quarto fazendo com que seu corpo bata no chão e ela só ouve o barulho da porta sendo trancada.

Laís chora, chora muito e toda a alegria que sentiu durante o dia foi apagada com aquele ato horrível de seu marido.

Laís chora, chora muito e toda a alegria que sentiu durante o dia foi apagada com aquele ato horrível de seu marido

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