Os dias que se seguiram ao do culto foi de muito aprendizado para Laís no dia do baile de apresentação ela deveria já ter concluído as quarenta e oito disciplinas dos professores particulares, incluindo montaria, arco e flecha, dança e etiqueta.
Ela vinha revezando o seu tempo para as aulas, ajudar a mãe com os preparativos dos dois casamentos e ficar um pouco com o noivo e as amigas, esse um pouco era um pouco mesmo, havia dias que os dois só se encontravam nas refeições. Porém a nossa protagonista estava radiante, se sentindo parte de um conto de fadas e comentava direto com as amigas que também faziam aulas de etiqueta com ela que não queria acordar do sonho.
O rei estava em seu gabinete olhando pela janela Laís que se preparava para a aula de arco e flecha, ao colocar o binóculo percebeu que quem iria ensinar era o príncipe Paul da Mongólia e não gostou, ele tinha a fama de mulherengo na escola então nosso amado rei trancou logo a cara e ficou compenetrado olhando a preparação da aula. Foi a gota d'água para ele quando Paul passou a mão na cintura de Laís para lhe ajudar a aprumar o arco.
Henrique desceu apressado em direção ao jardim onde acontecia a aula e ainda de longe gritou:
- LAÍS! - fazendo com que todos os olhos do jardim pousassem nele.
Ela se apressou em ir em sua direção sem saber o que foi. Ele apenas a beijou com urgência como se não fizesse aquilo poderia não sobreviver.
- O que foi? - ela diz se afastando do beijo.
- Nada só senti saudades, dispense o príncipe eu mesmo lhe ensino. - disse já jogando o paletó na mão de um guarda e arregaçando as mangas.
Laís assentiu percebendo que ele não queria que ela ficasse perto do príncipe quando após falar isso ele mesmo se apressou e depois de cumprimentar o rapaz o dispensou agradecendo a ajuda.
- Está com ciúmes? - ela perguntou recebendo o arco que ele apontava para ela.
- Claro que não, apenas eu sei melhor que ele e posso lhe ensinar, um pretexto para ficar perto concorda?
- Claro que concordo. - ela disse sem querer levar o assunto a frente se ele não queria assumir o ciúme que sentiu ela não iria insistir, apenas se deliciou com a cena.
Após momentos deliciosos de aula com um professor apaixonado, nossa menina teve que aturar o restante do dia os preparativos do casamento que estava chegando e tinha muita coisa para organizar, ela não queria passar tanto tempo provando canapé, bolo, suco, roupa e escolhendo cor de enxoval. Gostaria de ter momentos de sossego.
Decidiu pular a aula de economia e ir para a sala de tv relaxar um pouco. Sentou despojada no sofá com um balde de pipoca nas mãos que sua amiga Mag fez para lhe acompanhar e passaram a escolher um filme.
- Que bom que lhe encontrei, preciso de uma opinião sua. - a rainha diz entrando na sala e pega as duas chorando com o final do filme. - Aconteceu algo?
- Não, sim oh mamãe ele morreu! - diz num pranto só e a outra tá que nem fala só confirma com a cabeça.
- Quem morreu? - a rainha diz preocupada desconfiando de que fosse só por um filme o drama todo delas.
- Foi o filme majestade o cão morre no final e ainda fazem uma estátua em sua homenagem, eu não aguento uma coisa dessas. - Mag diz levantando e catando a sujeira que fizeram ainda com lágrimas rolando.
- Devo proibir as duas de assistir? - ela diz rindo do drama que elas fizeram. - Venham no meu quarto me ajudar por favor.
As meninas se levantaram e foram atrás dela, Laís não sentiu dificuldade de se envolver com a mãe, após a conversa delas e tudo esclarecido havia momentos que se podia pensar que elas nunca haviam se separado e isso era bom. Chegaram no quarto da rainha e havia três manequim vestidos com três opção de vestido para a rainha Clarice casar-se.
- Então qual deles para o meu casamento? - ela pergunta batendo as mãos empolgada.
- Com toda certeza esse. - Mag aponta um modelo dourado que estava entre um branco e um rosa chá.
- Concordo. - Laís diz indo perto dele.
- Então será esse. - diz acenando afirmativamente para a costureira que estava ali pacientemente esperando elas decidir. - Agora vamos para provar o seu.
Seguiram para o quarto de Laís e o vestido branco de noiva estava na cama estirado. Laís ficou olhando para ele sem palavras um tempão.
- Quem deve provar ele é você. - Mag diz acordando ela do seu transe.
- Ele é lindo. - ela diz colocando as mãos na boca.
- Vamos ver em você? - a costureira tenta fazer ela ir vestir.
- Se não quiser eu quero. - Susy diz entrando no quarto com sua mala iria passar a semana no castelo.
Laís olhou a amiga e foi lhe dar um abraço e então começou a prova do vestido. Ela se sentia nervosa era como se ela não se conhecesse certas horas de tão nervosa que estava. Susy a conhecendo bem tratou de fazer uma panela de brigadeiro e fizeram um momento de meninas.
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Vida Transformada
SpiritualLivro 10 Laís Torquato é uma jovem cristã que foi criada por seu pai, após a mãe ter os abandonado. Com quinze anos foi vendida por seu pai e teve sua juventude roubada pelo bêbado que a comprou. Seus únicos momentos de sossego era quando lia a Bíbl...