Humilhada

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Quatro dias depois

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Quatro dias depois...

- Laís, tome um banho e desça que chegará em nossa casa duas primas minha e quero que as trate como rainhas. - Quintino disse abrindo a porta.

- Estou doente. - ela levantou a cabeça e disse voltando a deitar.

- Doente?

- Acho que é febre.

Ele se aproximou e colocando a mão em sua testa percebeu que era verdade então disse:

- Fique deitada, vou chamar Ana para cuidar de você e a tarde quero você de pé.

- Sim senhor. - ela diz.

Não demorou muito Ana entrou com Magnólia e cuidaram dela, dando remédio, banho frio e uma sopinha quente, fazia quatro dias que a única coisa que ela comia era a maçã que Magnólia jogava pela janela para ela.

- Como é as primas de meu marido? - ela pergunta a amiga quando vê que estão sozinhas.

- Magra, esnobe e metidas. Resumi o máximo mas tenho mais adjetivos quer ouvir?

- Não Mag eu já entendi. - ela sorri fraco.

- Eu fosse você fingia estar doente mais tempo para não ter que sentar na mesa com as duas megeras. Acredita que elas vivem botando defeito em tudo?

- Imagino.

- Vou te deixar dormir um pouco. - Magnólia diz retirando o prato da sopa e sai do quarto.

Laís com o remédio e a barriga cheia adormece logo e não sabe quanto tempo passou dormindo, acordou ouvindo vozes que instantaneamente a fez sentar na cama.

- Mas será que pode. O primo casar com esse farrapo de gente?

- Ele devia está bêbado. - disse uma delas.

Ao verem que Laís havia acordado elas começaram a rir e desfazer da nossa protagonista que ficou calada temendo que elas dissessem ao marido ao contrário.

- Por isso é tão doente, coitada é tão amarela e magra.

- Vejam esse cabelo? Lavou com shampoo de laranja?

Laís não aguentava mais ouvir piadas, lembrava das meninas que riam dela na escola.

- É um prazer conhecer vocês duas, as primas de meu marido são bem vindas na nossa casa, agora se me dão licença vamos para a sala pois meu quarto não é lugar de vozes do além.

As duas saíram resmungando e desceram indo para a sala de estar.

- Fiquem a vontade vou ver como anda os preparativos do almoço. - Laís disse se retirando de perto delas.

- Está em pé? - dona Ana disse vendo ela entrar.

- Quem dorme com aquelas duas matracas no meu quarto.

- Não se preocupe vou passar pó de mico na roupa delas. - Magnólia disse.

- Claro que não. - Laís repreende a amiga. - Vamos tratar os inimigos com amor e doçura.

- Só pode tá doente mesmo. - a amiga diz revirando os olhos e todos riem.

Após o almoço que foi uma tortura vendo as duas se oferecendo ao primo, ela se tranca na biblioteca mais não consegue ficar nem meia hora escondida, as duas siriemas entram no cômodo fazendo um barulho tão grande com as conversas que Laís imagina estar em um show ao ar livre.

Após o almoço que foi uma tortura vendo as duas se oferecendo ao primo, ela se tranca na biblioteca mais não consegue ficar nem meia hora escondida, as duas siriemas entram no cômodo fazendo um barulho tão grande com as conversas que Laís imagina ...

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Então ela inventa uma desculpa que tem que ir no campo dar algo ao marido que esqueceu e sai deixando as duas barulhentas só. Já fazia um tempo que Laís havia descoberto um jardim de tulipas perto da casa e gostava de ir para lá, mas nesse dia ela não foi, saiu andando pela fazenda orando a Deus que olhasse para ela e lhe tirasse desse martírio.

- O que faz aqui? - o marido pergunta parando o cavalo perto dela. - Não deveria estar fazendo sala para as visitas?

- Eu ia levar esse documento até você. - diz apontando o papel que pegou na mesa da biblioteca fingindo que ele havia esquecido. - Achei que tivesse esquecido.

- Não tem empregado para isso? Não esqueci nada em casa não.

- Eu pensei em mandar um empregado mas não sabia do que se tratava e poderia ser que não gostasse de outro pegar.

- Vá para casa, avise as minhas primas que se arrumem hoje começa a festa da uva.

- Vamos poder ir? - ela se anima com o pensamento de poder sair da fazenda um pouco.

- Eu vou levar as meninas, você esta doente fica.

- Tudo bem. - ela diz e volta para a fazenda.

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