Convite para o baile

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Voltando para a fazenda ela reuniu os empregados e os orientou não comentar sobre os ocorridos naquela casa e que todos seguissem suas vidas sem se importar com o que houve

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Voltando para a fazenda ela reuniu os empregados e os orientou não comentar sobre os ocorridos naquela casa e que todos seguissem suas vidas sem se importar com o que houve.

O marido chegou fingindo ter chegado de viagem, quando todos sabiam que não era verdade, ninguém o questionou nem falou nada, ele subiu as escadas sabendo que a esposa já estaria no quarto a essa hora e parou em frente a sua porta dando três batidas fortes.

Laís saiu do quarto amarrando o roupão e o olhou confusa.

- Recebi um telegrama da rainha me informando que minha dívida foi perdoada por causa de um amor. O que tem você a ver com isso? Anda se metendo em meus negócios? - ele sabia que no bilhete citava a esposa, mas queria ouvir dela.

- Não senhor, apenas venho governando o lar como me foi mandado quando cheguei aqui. - ela respondeu.

Ele ficou lhe olhando e não conseguiu falar nem fazer nada, nossa como queria bater naquela mulher metida que tinha em sua frente, ele se sentia humilhado ter sido perdoado por ela ter ido implorar  por ele como se ele fosse um cão sem dono. Olhou para ela sem forças para fazer o que queria que era gritar e bater e disse:

- Nunca mais se meta em minha vida se não... - as palavras falharam na sua boca, estava estranho era tão valente, já havia batido em tantas mulheres e nela não conseguia encostar. Deu as costas e se foi para seu quarto.

Após o encontro de Laís com o príncipe Henrique ela não ficou sabendo de mais notícias dele, embora tivesse acreditado que ele seria o seu porto seguro caso precisasse, também pensava que ele apenas tinha o direito de ser gentil com todos já que seria rei após casar.

Por falar em casamento, na manhã que fazia oito dias que Laís estivera suplicando ao príncipe que tivesse clemência do marido, chegou um convite com seu nome escrito em letras douradas, Laís se pegou olhando mais que o devido para o convite em suas mãos e então decidiu ler antes de colocar na mesa do escritório para o marido.

" Caros senhor e senhora Bocaiuva é com imenso prazer que venho informar que na noite desse sábado irei passar a coroa para meu filho Henrique Navarra, ele já se encontra pronto de reger nossa célebre cidade Castelar e como morador da mesma desejamos que venha comemorar conosco em um baile real as oito da noite, por favor responda esse convite para que seus nomes se encontrem na lista de convidados na entrada do baile."

Com amor, Rainha Clarice Navarra.

Nossa como Laís achou o nome da rainha bonito, lembrava o nome da mãe dela Clara, sua caligrafia era bonita até assim impressa em letras douradas, rapidamente pegou lápis e papel e respondeu ao convite confirmando a presença, ela queria ver um baile e achava importante o marido socializar com os moradores, até porque toda a alta sociedade de Castelar deveria estar presente. Após responder, deixou os dois envelopes na mesa, retirou seus óculos e foi tomar um banho para o desjejum.

Não havia terminado de se vestir o marido rompeu no quarto com fúria e chegando perto dela a virou para frente do espelho onde a cinco minutos ela estava se olhando, e falou:

- Olhe para o espelho. - ordenou. - O que vê?

- Eu e o senhor. - ela respondeu.

- Não. Você vê uma menina órfã metida a rainha de um lar que não é seu, a qualquer momento posso me livrar de você que não significa nada absolutamente nada para mim.

- N-não entendo o que fiz?

- Não sabe? Olhe o que faço com seus óculos que teve o atrevimento de ler uma correspondência minha, responder e ainda deixou ele lá para eu saber quem foi a metida que entrou no meu escritório. - ele diz quebrando o óculos na frente dela com um sorriso irônico.

- Me perdoe, mas no convite tinha meu nome também.

- Não, não estava era para o senhor e senhora Bocaiuva e você é só alguém que eu comprei. - cuspiu essas palavras a deixando só no quarto novamente.

Laís olhou-se mais uma vez no espelho, sua face já molhada pelas lágrimas, um nó em sua garganta, se abaixou para pegar os pedaços de seu óculos no chão e chorou, chorou muito sentindo a dor de ter sido mais uma vez humilhada.

- Elevo os olhos para o monte de onde me vira o meu socorro? - recitava parte de um versículo que havia lido pela manhã. - Meu socorro vem do Senhor. Oh meu Senhor, não se demore em me socorrer, sei que só dás uma prova até onde aguentamos e te digo Pai chegou no meu limite.

O homem arrogante e ruim com quem ela casou, desceu ao escritório e reescreveu a resposta dizendo a rainha que apenas ele iria a festa, sua esposa andava indisposta devido ao estado que se encontrava. A resposta chegou nas mãos da rainha que lhe devolveu dizendo:

" Caro senhor Bocaiuva, só és bem vindo em nosso reino graças a sua amável esposa, se ela não se encontra bem para o baile peço que com todo amor que sei que tem por ela fique lhe fazendo companhia, pois tão delicada jovem não deve ficar só se sentindo indisposta. Parabéns pelos filhos que virão."

O homem olhou o bilhete que lhe chegava no escritório na tarde do dia seguinte ao que ele enviou e amassou sentindo a raiva voltar com força em sua veia. Iria de todo jeito ao baile nem que fosse com ela, mas lá ela teria a maior surpresa de sua vida.

 Iria de todo jeito ao baile nem que fosse com ela, mas lá ela teria a maior surpresa de sua vida

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