Na manhã seguinte Laís acordou cedo pois iria com sua mãe para o orfanato. Ela não estava esperando que as ruas da cidade estivessem tão cheias esperando ela passar, pelo visto o povo de Castelar apoiava ela como princesa e como futura rainha também, tinham vários cartazes desejando felicidades e outros já a chamando de rainha.
- Quem diria que eu encontraria minha filha e a veria assim? Eu nunca entendi o porque do rei ter casado comigo, mesmo sem nunca ter encostado um dedo em mim e fazia questão de dizer a todos que tinha uma amiga no lugar de esposa. Eu era confusa com isso. Mas quando lhe conheci, lembrei que nós servíamos a um Deus vivo e é tão maravilhoso como você se apegou a Ele, como nunca deixou de confiar Nele, e percebo que você é a razão para minha vida ter tomado o rumo que tomou.
- Está errada mamãe. - Lais diz tirando os olhos da estrada e fitando na mãe. - Deus fez o que fez, por você. Pela filha Dele que mesmo tendo o abandonado Ele não abandonou. Mãe você era ativa na igreja, participava de tudo que tinha lá e me ensinou muito do que sei hoje, foi a sua Bíblia que me deu força quando eu não tinha mais. Os versículos lá marcados mostrando que você havia lido e os mesmos versículos falavam comigo.
- Eu quero voltar a servir o Senhor como antes. - ela diz.
- Então volte, mamãe reaviva sua fé e seja a cristã que Ele espera de uma rainha.
- Vamos fazer isso juntos não é Rodolfo? - ela pergunta ao homem ao seu lado. - Que cara é essa vocês dois?
- Com toda a certeza minha rainha. - ele diz piscando para Laís. - Eu estive no quarto da princesa antes de ontem pedindo a ela que orasse por mim pois estava querendo me converter ao Deus que moveu céus e terra para abençoar as filhas Dele, me interessei em servir também.
- Maravilha! - a rainha diz contente abraçando o futuro marido. - Olhem chegamos.
Desceram do carro, foram recebidos pela diretora uma senhora muito doce e educada que lhes mostrou todo o orfanato, Laís fez questão de entrar em cada cômodo, verificar a cozinha e conhecer todos os funcionários. Ela se identificava com aquelas crianças pois se sentiu uma órfã muitos anos.
- Por favor Rodolfo pode ir comprar uns brinquedos e roupas, bem como coroa para todas as princesas daqui? - Laís pede lhe entregando a lista que fez.
- Volto assim que terminar tudo alteza. - ele diz recebendo o papel da mão da princesa.
- Alteza nós ficamos gratos pela doação, mas temo que recebendo brinquedo sem ser natal as crianças criem uma falsa impressão que tudo vai mudar por aqui. - diz a diretora.
- Senhora... - Laís ia falar mais a mãe lhe interrompe colocando a mão na frente.
- Dona Luíza, a senhora é muito educada e nos atendeu muito bem assim como vejo que cuida bem desse lugar, pois encontramos tudo organizado, mas se minha filha quer presentear as crianças não vamos esperar pelo natal vamos?
- Claro que não majestade. - a mulher diz amargando a repreensão.
- Até porque eu vou ser a madrinha desse lugar de agora por diante e darei brinquedos as crianças sempre. - Laís fala arrebitando o nariz um pouco, ela ficou incomodada da mulher ter barrado ela.
- É uma honra ter a futura rainha de Castelar como madrinha. - a diretora fala. - A senhora quer ficar com elas no pátio mais um pouco? - ela pergunta e Laís afirma que sim.
Eram ao todo quarenta e oito crianças que habitavam ali, só dez meninos no meio das meninas que disputavam o pequeno espaço de lazer composto apenas por um escorregador e um balanço, gerava até filas para usar o balanço. Laís estava incomodada com a situação e decidiu mudar aquela realidade, sem falar que ela se apaixonara pelas crianças que a fizeram contar a história de Davi e Golias umas três vezes e umas dez a de Ester.
- Como madrinha de vocês quero saber quem quer ir para o meu casamento? - ela pergunta ficando em pé na frente das crianças.
Ouviu-se uns gritos de eu e uns pulos que encantou a todos. Mas o mais chocante foi a pergunta feita pela Maria Eduarda.
- Plincesa uma menina como eu pode entlar no casamento do lei? - ela pergunta olhando a roupa simples que estava.
- Oh minha pequenina, claro que pode, até porque mandei comprar roupa nova para todo mundo. - ela diz pegando a garota no braço.
Quando Rodolfo chegou carregado das encomendas que Laís fez, tinha brinquedos de vários tipos e idades, roupa de cama, mesa e banho, além de roupas para as crianças umas cinco para cada uma. Laís pegou as coroas de brinquedo e saiu coroando todas as meninas de princesa e os meninos de príncipes.
- Pronto, agora vão trocar de roupa que vamos para o meu casamento. - Ela diz olhando para a diretora. - Vocês também vão. - em relação aos funcionários.
- Não vamos demorar nos aprontar. - diz a diretora toda animada.
Como prometido elas ficaram prontas rápido e Laís mandou as crianças fazer uma fila e pegando na mão da pequena Maria Eduarda e caminharam chamando atenção de todos na rua até o ônibus que levaria eles para o palácio.
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Vida Transformada
SpiritualLivro 10 Laís Torquato é uma jovem cristã que foi criada por seu pai, após a mãe ter os abandonado. Com quinze anos foi vendida por seu pai e teve sua juventude roubada pelo bêbado que a comprou. Seus únicos momentos de sossego era quando lia a Bíbl...