Livro 10
Laís Torquato é uma jovem cristã que foi criada por seu pai, após a mãe ter os abandonado. Com quinze anos foi vendida por seu pai e teve sua juventude roubada pelo bêbado que a comprou. Seus únicos momentos de sossego era quando lia a Bíbl...
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A rainha estava se ajeitando para ir para a praça quando Rodolfo recebeu um telefonema da ala médica que a criada doente estava acordada. Ele desceu imediatamente junto com sua amada para a ala médica, dispensaram os enfermeiros de perto da mulher e fechando a porta atrás de si a rainha disse:
- Boa noite senhora Franchesca.
A velha olhou para a mulher na sua frente e com os olhos já marejados disse apenas:
- Graças a Deus majestade.
- A senhora disse que queria falar comigo em que posso lhe ajudar? - a rainha estava movida de uma tão grande curiosidade e um sentimento de esperança nela brilhava, ela sentia que daquela mulher vinha algo bom.
- A senhora não sabe como pedi a Deus que não me deixasse partir sem dizer a senhora toda a verdade, a última pessoa viva a saber disso sou eu se eu não contasse eu não morreria em paz. - ela falava devagar pois sua voz ainda era bem fraca.
- Tenha calma, estou aqui e não tenho pressa pode me contar tudo.
- Eu sou a avó materna do rei Henrique. - ouvindo isso ela olhou para mulher achando ser um golpe, pois ela lembrava bem do rosto de sua mãe e verdadeiramente não era aquela mulher.
- A senhora pode se explicar? - a rainha perguntou se aproximando mais.
- Eu era a criada do quarto da rainha Luana junto com minha filha Nora. Minha filha tinha um relacionamento escondido com um dos guardas tendo em vista que antes era proibido ter parente aqui. Desse relacionamento ela engravidou na mesma época da rainha Luana e como era proibido o guarda enviou ela para a casa de seus pais para que ela tivesse a criança por lá, depois veriam como ia ficar. Escrevemos uma carta da minha filha se demitindo e lembro como hoje que a rainha chorou lendo a carta.
- Prossiga senhora. - a rainha estimula oferecendo um lenço para ela limpar as lágrimas.
- A gravidez da rainha não era saudável, na época a medicina não é como está hoje e quando ela veio para a ala médica para ganhar sua criança era uma menina linda de cabelos dourados como os do pai.
- Mas, mas eu não entendo.
- A menina nasceu morta e como a rainha estava muito fraca o médico disse a ela que estava tudo bem com a criança para a pressão dela baixar e ela não morrer, tentar salvar uma das duas entende? Então ele deixou ela com as enfermeiras e foi procurar o rei e contou o que houve. Eu ouvi tudo pois estava medicando o rei que passou mal quando soube que a filha nasceu morta, então eu pensei em ajudar a rainha e quando o médico saiu eu dei minha ideia a ele que acatou imediatamente mandando buscar minha filha.
- A sua ideia era trocar as crianças? - Rodolfo pergunta.
- Sim é claro, minha filha não ia poder criar a dela, pois não era casada e a situação financeira muito precária, então por que não dar a quem pudesse cuidar dele? Quando minha filha chegou o médico a examinou e constatou que seria para aqueles dias o nascimento, então ela ficou na ala médica que foi totalmente isolada alegando uma enfermidade da rainha e do bebê e quando Henrique nasceu foi passado para as mãos da rainha como sendo o seu filho.
