XLVIII

4 1 0
                                    

- Fazia tempo que não vinha ao Luigi's, o médico me proibiu de comer carboidratos e sua mãe tem feito um bom trabalho junto com Alfred para me manter na linha, sabia que agora eu caminho no parque todos os dias? – vovó me conta as novidades.

- Que legal vovó, ficaria feliz em lhe acompanhar na sua caminhada amanhã, quer sobremesa? – é incrível como minha avó sempre me faz ficar feliz.

- O que me diz de dividirmos um sunday de caramelo? Mas já vou logo avisando, a cereja do topo é minha – diz sorrindo.

- Combinado!

Passar a tarde com a vovó foi algo mágico, parecia que eu ainda estava na escola e que a qualquer momento meu telefone tocaria e seria mamãe dando me bronca por já estar tão tarde.

Levei vovó de volta para casa e combinamos de nos encontrarmos amanhã cedo no parque, prometi a ela uma surpresa, ela ficou maluca tentando me convencer a revelar o segredo mas me mantive firme, afinal preciso conversar com Will sobre hoje, para saber se ele topa.

Assim que saio na rua, mau dou 5 passos e Adam me aborda.

- Spency, será que você pode me dar 5 minutos do seu tempo? você não precisa falar, é só me ouvir – diz segurando me braço.

- Adam, eu já te disse que não quero ouvir nada do que você tenha a me dizer – me desvencilho de sua mão.

- Já que você não quer conversar como uma pessoa adulta, nada me impede de caminhar ao seu lado e dizer o que eu tenho pra te falar, se você vai escutar ou se vai querer responder, isso é uma decisão sua.

Uma coisa que as pessoas sabem sobre o Adam é que ele nunca desiste, assim que percebo que ele realmente vai seguir com esse plano absurdo, procuro meus fones de ouvido na bolsa, para minha total punição, eu não os coloquei na bolsa.

- Spency eu sei que fiz merda ano passado, não devia ter caído no joguinho da Caroline, ela me manipulou e no dia da formatura eu acabei bebendo um pouco além da conta, você só sabe da história do ponto que você viu em diante, eu tinha dito pro Kevin que estava indo te ver para irmos embora, como eu estava bêbado feito um gamba, ele me indicou um caminho por trás do jardim que daria no fundo da tenda do baile, segui seu conselho, no meio do caminho Caroline me abordou. Me disse inúmeras baboseiras, que era sua amiga mas que precisava me dizer a verdade naquela noite, que ela sempre foi apaixonada por mim e que precisava saber como seria se tivesse sido ela e não você, eu estava bêbado, mas não era burro o suficiente pra acreditar naquilo, tentei fugir várias vezes, mas quando ela percebeu que eu ia cair fora ela começou a abrir o vestido e pulou em cima de mim, bem na hora que você nos encontrou.

Eu juro por Deus, se matar não desse cadeia eu poderia facilmente empurrar Adam na frente desse caminhão que está passando agora. Eu devo ter a palavra palhaça escrita na testa, essa é a única justificativa pra esse babaca ainda estar falando essas coisas, assim que o sinal para pedestres fica verde, atravessamos a rua, deixo o fluxo de pessoas passar por nós e me dirijo a Adam.

- Sua história é impressionante, tenho certeza que você ficou repetindo ela em frente ao espelho até parecer convincente o suficiente. Obrigada por suas doces palavras e por trazer a tona todo ódio que alimento por você. – não esperei que ele tivesse tempo de resposta, saio andando a passos largos e alguns quarteirões depois chego ao hotel.

Metamorphosis - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora