Beijar o Will sabendo que dessa vez ele era somente meu, foi uma sensação de outro mundo, parecíamos colegiais, mas eu não me importava, não foram necessárias palavras para preencher o silencio de nossas respirações ofegantes ou até mesmo olhares culpados; tudo estava acontecendo em perfeita sintonia.
Entramos no carro, Will ligou o radio, - me controlei para não cantarolar e estragar o momento – e saímos do estacionamento. Duas quadras depois, paramos no sinal vermelho.
- No que está pensando? – pergunto.
Pego de surpresa, um sorriso diabólico surge em seu rosto e estranhamente meu corpo responde a mensagem nas entrelinhas. O sinal fica verde e o carro entra em movimento, não demora muito até que paramos em frente a minha casa. Will mais uma vez insiste em abrir a porta para mim e me acompanha até a varanda de casa.
- Espero que tenha gostado de hoje, afinal foi nosso primeiro encontro oficial – diz.
- Pra falar a verdade, não tenho uma noite como essa a bastante tempo, me diverti bastante – digo.
- Fico feliz! Nos vemos amanha na universidade? – pergunta.
- Claro – digo, querendo pensar em alguma outra coisa, para fazer ele ficar mais tempo.
- Essa é minha deixa então – ele se aproxima – Boa noite Spencer, obrigado pela noite – e me beija castamente.
Não sei quanto tempo o subconsciente leva para tomar uma decisão que até então não era um opção para o seu consciente, mas em questão de segundos eu estava praticamente engolindo Will. Como era de se esperar ele não titubeia e intensifica o beijo, batemos contra a porta e isso nos faz parar.
- Will, eu não sei se é uma boa ideia, mas.... – ele me corta no meio da frase.
- Não se preocupe com isso Spencer, não é porque você disse sim que certas coisas devem.... – ele soa carinhoso, mas dessa vez sou eu quem o corta.
- Eu ia dizer que, pode não ser uma boa ideia, mas eu quero que fique comigo esta noite – digo tranquila.
- Você tem certeza disso? – pergunta receoso, mas o brilho nos seus olhos denuncia luxuria.
- Não temos certeza de nada nesta vida Will – destranco a porta – Você, vem?
Ele entra timidamente e por alguns instantes, acho que ele nunca esteve nessa casa – chega a ser patético o seu desconforto.
- Não fique parado aí, você sabe onde fica a cozinha, o controle da Tv deve estar jogado no sofá, eu só vou tomar um banho e já volto - digo subindo as escadas.
- Ok – responde.
A primeira coisa que faço ao entrar no quarto e conferir a gaveta da cabeceira à procura do "pacotinho laminado" – ufa! – Tomo uma ducha rápida, me enfio no moletom surrado da universidade e desço para sala. Will está assistindo um documentário sobre inovações tecnológicas.
- Nossa, vejo que você já começou nossa noite de estudos, nerd! – provoco.
- Engraçadinha, por que não escolhe algo – ele joga o controle para mim – exceto, filmes de romance com final feliz.
- Odeio clichês, - digo zapeando os canais – o que me diz de Star Wars: Episódio V?
- Definitivamente, essa será nossa melhor opção. Agora, sai dessa poltrona velha e senta aqui no sofá comigo – diz.
Não demora muito pra que o filme chegue às cenas do treinamento de Luke com Yoda; nunca imaginei que Will, fosse muito fã da saga, mas demorou muito para que nós dois desenvolvêssemos uma dublagem perfeita do Mestre Yoda – "muito a aprender, você ainda tem".
Quando o filme termina estamos nostálgicos, já passa das onze e decido que é melhor não apressar as coisas e arrumo uma cama para Will no quarto de hospedes. Noto que a casa está silenciosa e volto para a sala procurando Will, ele está deitado no sofá mexendo no celular.
- Will, está tarde – digo me aproximando – arrumei a cama para você, infelizmente amanhã nós dois temos compromissos.
- Tem razão, mas antes preciso fazer uma coisa. – diz colocando o celular no sofá e me puxando para o seu colo – Vem cá.
- Que coisa? – pergunto curiosa.
Will não diz nada, simplesmente me envolve em seus braços e me abraça apertado. Devagarzinho ele vai afrouxando os braços e me olha como um garotinho que ganhou o brinquedo de uma barraca de jogos.
- Obrigado, por tudo Spencer – diz se levantando e me levando no seu colo.
- Sabe que eu consigo andar não é? Pode por favor, me colocar no chão? – digo irritada.
- Colocar seus pés no chão, não é algo que está nos meus planos. Agora me diga onde fica seu quarto. – diz me apertando ainda mais nos seus braços.
- Você sabe onde fica meu quarto – trocamos olhares nada inocentes.
Will me coloca na cama e num ato zombeteiro, me cobre como se eu fosse uma menininha de dez anos.
- Será que merece um beijo de boa noite? – digo entrando na brincadeira.
- Você foi uma boa menina, posso abrir uma exceção esta noite – ele se abaixa e me beija carinhosamente.- Boa noite Spencer, até amanhã – diz e beija minha testa
- Will! – seguro sua mão – fica comigo?
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Metamorphosis - Em revisão
RomanceNossa vida é um conjunto de escolhas, expectativas e apostas de grande risco. Tudo começa quando somos apenas um feto, a grande expectativa se seremos menina ou menino. A sociedade impõe várias etapas e rótulos que devem ser seguidos desde nossa inf...