II - Spencer (revisado)

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Moro relativamente perto do campus, o que me permite acordar um pouco mais tarde. Minha amiga Amber defenderia ferrenhamente que eu deveria acordar mais cedo para me arrumar, lembrando que a definição da palavra "arrumar" pra ela é: fazer um penteado diferente pra cada dia, maquiagem leve e montar um look perfeito de acordo com o clima e ocasião. Sempre fui alvo de suas criticas a respeito de como eu parecia um menino, Judy por outro lado não se importava com isso.

Escovo meus dentes e faço uma trança no cabelo, já que ele acordou no estilo Merida – a princesa do desenho Valente – a propósito sou ruiva. Fecho a porta de casa e pego meu celular pra checar os e-mails.

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De: Adam

Data: 13 de março de 2016 06:52

Assunto: Urgente!

Para: Spencer Reed

Oi!

Sei que está me evitando, mas precisamos conversar. Já tem alguns meses e nenhuma de suas amigas me passa seu numero. Sua mãe não aguenta mais anotar meus recados.

Pelo menos responda este e-mail. Sinto sua falta.

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Fico tão surpresa com o e-mail que paro abruptamente na rua atrapalhando um corredor matinal, escrevo uma resposta rápida do tipo "Vá se ferrar, otário" e clico em enviar. Sigo o resto do caminho com um sorriso no rosto enquanto ouço o bom e velho rock clássico.

Na faculdade tudo vai bem, a única mudança foi meu café da manhã, comi um cupcake hoje – delicioso, por sinal – o numero de alunos aumentou na aula de economia, mas nada fora do normal. Depois do almoço recebo telefonemas das minhas amigas, ambas estão sentimentais com nossa separação, e combinamos de sair juntas no fim de semana.

Sempre fui o tipo de garota que luta contra um corpo que reage a ingestão de um cupcake com um aumento de três quilos na balança. Braços e pernas flácidos e aqueles pneuzinhos que insistem em saltar no jeans, foram meu pesadelo até os quinze anos, mas graças a mamãe e aos modelos plus-size que nunca ficaram bons em mim, me tornei adepta a corrida. No final da tarde o tempo está razoavelmente fechado, decido que tenho o tempo necessário para uma corridinha leve. Depois de quarenta minutos, atinjo minha meta - oito quilômetros, - paro pra comprar uma garrafa d'água na maquina.

Já corri nesta pista algumas vezes, mas nunca tinha notado as flores perto do banco, são realmente lindas e a chuva parece intensificar suas cores, dou mais um gole na água quando alguém se aproxima.

- Me desculpe – pigarreio – a maquina esta com algum problema?

Viro-me e sou surpreendida por um belo espécime masculino, confesso que meus olhos não enxergam nada além de seu tórax largo, então obrigo meus olhos a caminharem em direção a seu rosto, sendo recompensada com um par de olhos verdes e um sorriso com covinhas.

Meu cérebro deve ter ficado fora do ar alguns instantes, murmuro um pedido de desculpas e volto minha atenção para o canteiro de flores, tentando mudar o rumo dos meus pensamentos.

Metamorphosis - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora