XLVII

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Ainda era madrugada, quando chegamos, demos entrada num quarto de hotel e gastamos algumas horas com um banho bem quente e demorado. Assim como eu Will parecida apreensivo com algo, conversamos sobre o que nos estava fazendo agir dessa forma e combinamos em esquecer todas as merdas e aproveitarmos o feriado.

Me relógio despertou as nove da manhã, Will já estava acordado ao meu lado, pegamos o cardápio de café da manha que estava sobre o criado mudo e nos permitimos uma versão mais gourmet do que nossas extravagancias na cafeteria da universidade. Enquanto nosso café não chegava, resolvi sair da cama e tomar um ducha rápida, já que faria uma surpresa para vovó ainda de manhã. Assim que desliguei o chuveiro, ouvi Will abrir a porta agradecendo o rapaz que trouxe nosso café, vesti o roupão e sai do banheiro.

- Nossa, esse cheiro esta maravilhoso – digo espiando um dos pratos.

- Posso me acostumar rapidamente com essa vida- diz Will pegando as panquecas com morango para si.

- Hey, eu quero um pedaço disso, não seja tão egoísta – digo fazendo biquinho.

- Sabia que você reclamaria, vem aqui – sinaliza para que eu chegue mais perto e coloca um morango na minha boca.

- Deus, isso está divino! – dou mais uma mordida - me lembre de elogia-los.

Entre uma garfada e outra, tivemos um café da manha maravilhoso que acabou resultando em um pequeno atraso entre mim e vovó.

- Oi vovó, desculpe pelo atraso, juro que não queria ter perdido nosso primeiro café da manha juntas depois de tanto tempo – digo abraçando-a.

- Spency querida, que saudade de você! Você esta ainda mais bonita, parece madura. Vejo que a universidade lhe fez bem, ou devo suspeitar de que alguém em especial vem lhe fazendo bem – ela sorri afetuosamente.

- Ah vovó, como a senhora pode me conhecer tão bem? A universidade é maravilhosa e eu realmente encontrei alguém especial, mas antes que eu comece a falar de mim, quero ouvir todas as suas novidades. Me diga, quem é seu novo aprendiz? Fico feliz em saber que está aceitando novos alunos. – pergunto assim que ouço a melodia do piano.

- Ah querida, você me conhece, não posso deixar de atender um chamado da arte; você o conhece, é um garoto muito especial, você já tocou com ele algumas vezes. Ele sempre foi amante de guitarra e violão, meses atrás ele me procurou para uma conversa e acabou sentando no meu banco magico – disse me levando para a sala de musica.

De inicio eu me deixar levar pela melodia e não me atentei aos sinais que meu cérebro me enviava de que eu provavelmente já conhecia aquela silhueta vestida com uma camisa xadrez e um corte de cabelo que sugeria sexo.

- Adam?! – dessa vez, não tem espanto, parada cardíaca nem nada do tipo, acho que o sentimento que melhor define é surpresa.

- Spency? – como se ele estivesse saindo do estado de torpor, ele pisca os olhos várias vezes.

- Quanto tempo falta para a aula de vocês terminar, vovó? – pergunto ignorando que Adam se levantou e vem na minha direção.

- Ah querida, ele não é meu aluno, só vem aqui de vez em quando e me pede para deixa-lo tocar. Você foi uma boa professora, quase nunca preciso corrigi-lo. – o brilho nos olhos de minha avó ao descreve-lo me irrita.

- Então podemos ir para o nosso almoço, pensei em comermos no Luigi's – uso a tática de distraí-la com o seu restaurante favorito.

- Claro, estou faminta; vou só pegar a minha bolsa – ela diz se virando rumo ao quarto.

- Oi Spency, tudo bem? – Adam soa como se tivesse sondando o território.

- Oi, estou bem, obrigada! – respondo sem prolongar o assunto, cadê a vovó!?

- Você tem me evitado no ultimo ano e eu quero muito conversar com você, há coisa que eu preciso dizer... – antes que ele consiga dizer mais alguma asneira o interrompo.

- Fico tocada com o seu gesto, mas lhe asseguro que não tem nada que eu queira ouvir de você – Tchau, Adam. – me despeço assim que vovó segura no meu braço.

- Tchau Adam querido, fique o tempo que quiser, depois é só avisar Alfred que está indo. – vovó diz descendo as escadas.

Quando chegamos a porta da frente, a sensação que tenho é como se meus pulmões estivessem recebendo ar depois de uma prova de mergulho.

Metamorphosis - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora