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Stiles

Eu finalmente tomei coragem para bater naquela porta. Estava tremendo, talvez por conta da neve ou mesmo porque estava prestes a vê-la novamente depois de anos. E apenas um toc-toc conseguiu me assustar.

Comecei a ouvir seus passos, o que me deixava mais nervoso ainda. Minhas mãos escondidas em meu bolso do casaco confortável que eu estava vestindo ali. E ela abriu a porta, seu rosto mudou na hora em que reconheceu meu rosto, estava de boca aberta, o que me deu a chance de perceber a fumaça do ar que saia de sua boca por conta do frio.

Ela estava usando um casaco vermelho que parecia ser bem quente e os cabelos ruivos estavam soltos, desta vez curtos na altura do pescoço. Seus olhos verdes meio arregalados e o corpo que eu tanto admirei imóvel.

Fui incapaz de dar uma sequer palavra e naquele momento tudo se passava bem devagar, mas tudo voltou ao normal quando eu ouvi um grito, uma voz fina e algo, alguém vindo por trás dela. Agarrou sua perna e ela tomou um susto, desajeitada ela tentou o desgrudar de si, quando eu percebi quem era.

— Jesse! Larga! — ela disse, e ele o fez.

— Vem tomar banho, Jess!! — reconheci a voz de Natalie vindo de dentro da casa.

E eu comecei a ficar imóvel novamente, senti meu coração acelerar tão rapidamente e meus olhos encherem de lágrimas, Lydia voltou a olhar para mim e quando fui perceber, ela também estava com os olhos cheio d'água.

— Quem é esse, mamãe? — ele perguntou, com toda a inocência do mundo.

Eu não a ouvir responder, ela não mexia seus lábios mas as palavras não saíam, porque ela não fazia a menor ideia do que dizer. Respirei fundo e prendi as lágrimas, lutei e fiz o mais esforço do mundo, me agachei, ficando do seu tamanho e disse suavemente.

— Eu sou um amigo da mamãe, não se preocupe. Agora vá tomar banho, pode ser?

Ele concordou com a cabeça e saiu correndo de volta para dentro. No momento em que ele deu as costas eu soltei um soluço e consigo veio as gotas das lágrimas, que se derramaram por todo o meu rosto. Me virei de costas e andei um pouco, escondendo meu rosto, estava tão frustrado.

— S-stiles...

Eu a ouço me chamar, e eu, ainda virado de costas levanto minha mão, pedindo para que ela esperasse.

— E-eu tô bem, eu só preciso de um minu-nuto. — atropelei as palavras, e puxei o choro para dentro.

Sinto meu corpo inteiro se arrepiar ao sentir seu toque, e me viro, ela me puxa para um abraço. A seguro tão forte, não queria sair de lá, era tão confortável e quente. Mas ela largou meus braços e se ajoelhou na neve, em minha frente, eu não tive reação.

— Me desculpa. — repetiu e repetiu.

— Lydia, levanta. — disse, me recuperando.

Eu tentava a puxar, mas ela abaixou-se completamente e agarrou meus pés, não me escutava, e eu só conseguia ouvir seu choro. Limpo minhas lágrimas e me ajoelho também, fico de frente a ela e seguro seu rosto frio. Retiro suas lágrimas e ajeito seu cabelo que estava cheio de neve, ela me olha e eu sinto seu arrependimento.

— Me perdoa, por favor.

— Pare de chorar. Seu choro é meu ponto fraco, lembra?

Ela sorriu, respirando com força, pois estava sem ar, e eu a dei um sorriso de volta. Colei nossas testas e fomos capaz de sentir a respiração uns dos outros.

— Meus joelhos estão congelando, que tal sairmos daqui? — disse, sério e ela caiu na risada.

E caminhamos até uma cafeteria perto dali, onde sentamos ao lado uns dos outros. Pedimos os cafés e começamos a rir, sem motivo algum, apenas rimos. Ela não tirava os olhos de mim, e eu não tirava os olhos dela, foi assim pelo os próximos 5 minutos.

The MiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora