Cadu💨
Cheguei em casa cansadão e me joguei no sofá.
Tá sendo difícil pá carai ficar sem o Deco aqui.
Não é a primeira vez que eu quase perco alguém assim na minha vida, tirando a morte dos meus país.
Mas com certeza foi uma das piores.
Eu aprendi a ser sangue frio depois que eu vi meus pais serem fuzilados na minha frente, eu tinha onze anos.
Desde então eu aprendi a ser forte, não sou de chorar muito.
Mas ver meu irmão, que cresceu junto comigo, quase morto no chão e não chorar foi impossível.
Esse foi a segunda vez que eu chorei na minha vida, a primeira foi com os meus pais.
Eu lembro até hoje quando o André, vulgo Deco, virou dono disso tudo aqui.
Nunca rolou inveja nem nada do tipo, pra mim sempre foi suave.
Eu fico feliz pelas conquistas dele e ele também fica pelas minhas.
Ele sempre fala que não tem medo da morte, quando é pra ser sempre vai ser, e ele me disse que se o demônio levar ele primeiro eu posso ficar com tudo.
Mas nem passa pela minha cabeça sacas? De que vale tudo isso se ninguém leva nada.
Ouvir a porta bater e eu olhei a minha Gostosa, vulgo minha Let, entrar.
Ela veio toda tristinha me abraçar e eu agarrei ela.
Cadu: O que foi nega?
Let: Eu não aguento ver a Bea daquele jeito, ela não merece isso.
Cadu: Ei, fica de boa pô, eu tenho fé que logo mais meu mano vai voltar pra nós.
Let: Eu sei, mas é tão difícil ver uma pessoa que tu tem tanto carinho sofrer, e saber que nada que tu diga vai fazer ela melhorar.
Cadu: Só de tu ficar do lado dela já basta, Beatriz ama as coisas simples Letícia, ela nunca foi de se importar com muito. Então só a tua presença já faz o bem pra ela gatinha.- beijei ela.
Ela concordou secando as lágrimas e eu subi pra tomar um banho.
Não sei quem é mais sortudo, a Beatriz que tem a Letícia como amiga, ou eu que tenho as duas na minha vida.
Entrei no box e tomei aquele banhozão.
Vesti meu samba canção e desci pra cozinha onde a Letícia tava fazendo a janta.
Cadu: Hmmm, tá fazendo o que?
Let: Arroz e strogonoff.- respondeu mexendo na panela.
Sentei no sofá e liguei a televisão.
Let: Tinha um número desconhecido te mandando mensagem.- falou da cozinha.
Cadu: Tu bloqueou? Nem sei quem é.
Let: Eu não quis bloquear pq podia ser alguma coisa do tráfico.
Procuro falar bem pouco sobre o tráfico no celular, não é seguro.
Se cai em mãos erradas isso é b.o na certa.
Levantei e peguei meu celular vendo o tal número desconhecido.
Visualizei a mensagem que era de uma mina que eu nem conhecia.
Bloqueei o número e deitei no sofá de novo.
Cadu: Bloqueei, tá bom nega?
Let: Gosto assim.
Ignorei ela e voltei a assistir.
Depois de jantar Letícia inventou de comer pastel e eu tive que vim comprar pra ela.
O mulher chata viu.
Comprei quatro pastéis pq eu sei que ela vai querer comer o meu.
Paguei a dona da barraca e ela me deu o troco.
Tainara: Olha só, resolveu tomar vergonha na cara Cadu?
Cadu: E tu, pq não resolve ir tomar no cu?- respondi boladão.
Tainara: E aquele lance que a gente tinha marcado?
Cadu: Não rola mais, aliás eu nem sei onde que eu tava com a cabeça quando eu resolvi marcar de transar contigo.
Tainara: Mas..- cortei ela.
Cadu: Tainara vai se fuder, namoral.- dispiei deixando ela com cara de taxo.
Entrei em casa vendo a Letícia deitada no sofá e ela já veio correndo pegar a sacola da minha mão.
Tô fudido com essa mulher.
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Complexo Da Maré
Fiksi RemajaVou tirar sua roupa te deixa louca Sou chefe do crime perfeito E dono da sua boca.