Chegada.

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...

Não foi dificil encontrar o lugar onde a garota vivia, a casa parecia aconchegante, mas percebi que cheguei tarde de mais e a maldição ja havia se instalado firmemente enquanto eu não estava presente e tudo que eu poderia fazer agora era ajuda-la a passar por tudo aquilo, eu queria ter descoberto sobre tudo aquilo antes e poder ver um sorriso verdadeiro daquela garota de olhos cor de mel, mas eu nada podia fazer pra voltar o tempo.

Enquanto estava na terra percebi que ainda podia alternar entre o modo físico e o astral, minha mãe havia falado a verdade e cumprido a promessa, não permitindo que meu pai me amaldiçoasse impedindo-me de retornar pra casa, eu me perguntava se ele era capaz de me amar depois do que fiz.

Entrei na casa no modo astral e observei o lugar, os cheiros e o conforto que a mesma transmitia, observei a todos por um instante, o pai de criação de Soffia tinha uma feição exausta e eu sentia o quão abalado ele estava, me aproximei enquanto o mesmo dormia e mexi em seus cabelos, retirando dele os pesadelos e coisas ruins com formas estranhas em sua cabeça, achei estanho ter entrado na casa e não ver nem um guardião com o homem.

Encontrei a garota no outro comodo, ela parecia instável e notei que poderia cair a qualquer momento, então me aproximei e sussurrei que ela conseguiria, que ficaria tudo bem e torci que ela pudesse me escutar, aos tropeços ela conseguiu chegar a cama.

Respirei fundo pensando no que poderia ter acontecido se eu não estivesse ali, dando o apoio necessário para que ela se sentisse capaz de continuar, naquele momento e imaginei se as coisas não poderiam ter sido diferentes se eu houvesse chegado mais cedo, estar atrasado me castigava a aura.

Apenas continuei os observando por um tempo enquanto eu conhecia a casa e um pouco da vida de Soffia, aquela família não era como imaginei, eles amavam a garota e poderia jurar que fariam de tudo para que ela ficasse bem.

Segui para o próximo comodo, onde a mãe havia se retirado para descansar depois de um dia complicado.

Quando cheguei ela estava abraçada a um dos travesseiros com lágrimas nos olhos, mesmo enquanto dormia, me aproximei da mulher que pareceu sentir minha presença e abriu os olhos ainda sonolenta.

Contei baixo até que ela voltasse a dormir e também removi seus pesadelos, hoje todos dormiriam bem, com a mulher pude sentir a presença de um guardião, mas era como se ele estivesse distante lutando contra algo.

Então voltei ao quarto da primeira Nephilin que ja existiu e entrei no modo físico pois sabia que todos dormiam e não notariam minha presença. - eu precisava me acostumar a esta forma. - caminhei junto a cama dizendo não sei se para mim mesmo ou para ela, que tudo ficaria bem.

Não percebi quando ela estava acordando e quase não deu tempo de voltar ao modo astral, nossos olhos ainda se encontraram na escuridão do quarto e meu coração bateu mais rápido do que o normal, foi assustador.

Eu sentia que Soffia ainda me ensinaria muitas coisas sobre a humanidade apenas pelo seu olhar.

Quando enfim a garota voltou a dormir tentei remover seus pesadelos, mas nada acontecia, era como se eu não pudesse me envolver e retirar o mal lançado contra a pequena.

Então sentei-me a seus pés e orei ao pai como os anjos haviam ensinado a cada geração, a cada classe e eu aprendi na minha vez, quando me tornei um guardião.

Pater omni creaturae, dispensatio mihi credita est autem fortitudo tua, patientia et bonitas iam peto sapientiam meam, non propter me, sed propter liberos. Imminet et docuit me copia oro meo, det vobis somnia atque praesidio insecuti fuerant, vos faciam voluntatem tuam. Amen.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora