Segundo.

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...

No momento em que segurei sua mão, eu tive certeza de que tudo o que eu fiz até aquele momento valeu a pena, eu não me arrependeria de ter a escolhido para proteger.

Soffia parecia estar melhorando, sair com os amigos foi um algo bom para ela, a mãe, com o tempo voltou a cuidar das flores para vender e o pai, mesmo distante em seus próprios pensamentos, não possuía mais aquele olhar de quando o vi pela primeira vez, havia algo diferente em seu olhar, algo que eu não compreendia.

Nos dias que passei ao seu lado vi aquela garotinha se tornar um mulher, mesmo sendo tão jovem aos olhos dos outros, sua idade nunca definiria o conhecimento que adquiriu, não depois depois de passar por tudo aquilo e mesmo assim ter conseguido se reerguer e agora, eu estava ao seu lado, me sentia maid conectado com ela a cada dia que passava, estava começando a entender, porque os outros anjos decidiram que cair por amor, era melhor do que seguir as regras.

Naquele dia quando as sombras invadiram seus pensamentos, quando os filhos de Lúcifer conseguiram nublar sua visão eu lutei, aquela fora primeira luta pela consciência com um ofuscante que eu tive e foi assustador, nem consigo imaginar como teria sido para Soffia se ele tivesse conseguido entrar na mente dela por completo.

As coisas se acalmaram desde então, eu era um guardião agora, estava cumprindo a minha missão, eu só queria que meu pai aprovasse e se orgulha-se de mim, eu olhava por céu, mas não o conseguia ver.

Senti uma brisa suave conhecida e soube que minha mãe estava olhando por mim, eu sentia falta dela.

Uns estranhos chegaram a casa de Soffia e bateram a porta, atravessei a parede a tempo de ver quando entravam e se apresentavam como polícias, Soffia chegou um pouco depois de mim na sala, me aproximei da garota que parecia nervosa perto de tanta gente.

- nós temos notícias. - disse um homem barbudo que usava uma coisa esquisita na cabeça, haviam coisas estranhas para mim em seu corpo então me preparei, caso algo estivesse prestes a acontecer, mas eu não sentia coisas ruins vindo deles.

- boas ou ruins? - quis saber o pai se aproximando da mulher e dos homens que vestiam azul, eram dois deles e o outro parecia mais jovem, de rosto limpo e olhos castanhos.

- achamos alguns suspeitos que batem com a descrição do desenho que Soffia fez. - disse o mais novo ajustando a coisa estranha e apontando pra Sof.

Por um momento pareceu que os três daquela família haviam se esquecido de como respirar.

- precisaremos que sua filha nos acompanhe e faça o reconhecimento de um deles para que possamos leva-los a justiça, claro que apenas se vocês permitirem que ela vá. - disse o mais velho.

- só saibam que se ela não comparecer, não poderemos fazer nada. - completou o mais novo removendo o objeto da cabeça e mexendo nos cabelos castanhos ondulados.

Vi a garota da um passo atrás assustada, então me aproximei dela e segurei uma de suas mãos como havia feito uma semana atrás.

- Sof. - chamou a mãe da menina. - é sua decisão ir ou não, mas saiba que estarei ao seu lado. - o pai acentiu e Soffia decidiu que iria, o homem congelou e eu não consegui entender que sentimentos poderiam estar passando pela sua cabeça.

Os três se arrumaram e seguiram os policiais até a base, eu podia sentir o nervosismo de Soffia mesmo se eu estivesse a quilómetros de distância.

Lá, foram encaminhados a uma sala, está dividida por uma parede um pouco estranha meio espelhada, um dos polícias afirmou que ao ascender as luzes, ninguém na sala ao lado poderia nos ver e assim foi feito, as luzes se acenderam e do outro lado, de costas para uma parede haviam três homens de tamanhos diferentes, mas da mesma cor de pele e cabelos.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora