Doença

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...

Acordei com uma sensação estranha de que algo ruim havia acontecido, o quarto estava com um cheiro estranho mas não havia nada fora do lugar.

Não senti nem uma parecença ao me acordar e me perguntei se seja lá quem ou que fosse que estava cuidado de mim, havia quebrado a promessa eu pensava que talvez fosse um espírito de meus ancestrais me protegendo.

Entrei na cosinha para fazer meu próprio café da manhã e estranhei minha mãe ainda não estar acordada.

A cosinha me fazia lembrar de Joaquim, o meu pai, se eu pudesse voltar no tempo, eu teria dado a minha vida pela dele, meus olhos marejaram a lembrança do homem.

Fiz café não apenas para mim naquela manhã, mas também para minha mãe e fui até seu quarto para acorda-la, o mal cheiro naquele quarto era mais forte que no resto da casa.

Me aproximei da cama e mexi em seus cabelos.

- mamãe, esta na hora de acordar. - sussurrei baixinho em seu ouvido. - Eu fiz café, não sei se ficou bom como o do papai mais fiz.

Maria abriu os olhos ainda sonolenta e sorriu ao ver meu rosto.

- Você é uma boa filha Soffia, um dia será uma mãe melhor do que eu fui pra você.

- Não diga bobagens, a senhora é a melhor mãe que alguém poderia ter e agradeço a Deus todos os dias por ser sua filha. - disse com os olhos marejados.

- Mesmo? - questionou com um sorriso cansado nos olhos. - eu sou a melhor mãe pra você, mesmo sem ter conseguido te proteger direito? - uma lágrima deixou os olhos da mulher e respirei fundo para ser forte e não chorar também.

- Eu não pediria mãe melhor... - afirmei. - e tenho certeza que a senhora me defenderia se estivesse comigo aquele dia, sei que faria de tudo por mim, assim como eu daria minha vida para ver a senhora ser feliz. - Segurei uma de suas mãos e depositei um beijo nela. - vamos tomar café? - perguntei me levantando.

Maria sentou-se na cama e de repente começou a tossir sem controle, meu coração acelerou em meu peito e arrumei um copo de água, eu implorava para que ela respirasse fundo e quando o fez meu peito se aliviou.

- A senhora não está bem, vou chamar Anie para fazer alguns exames e trarei seu café aqui. Descanse mamãe pedi. - minha mãe assentiu e recostou-se nos travesseiros, deixei o café na mesa de cabeceira ao lado de sua cama caso ela tivesse fome e voltei pra sala a tempo de ouvir alguém bater a porta e fui atende-la.

- Estou atrapalhando? - perguntou o garoto de cabelos loiros.

- Não, na verdade chegou em boa hora, ja que agorq somos apenas minha mãe e eu. - meus olhos marejaram.

- Você sabe que tem a mim sempre que precisar Sof. - o garoto me abraçou e hesitei antes de abraça-lo de volta. - do que precisa? - Quis saber.

- Acho que minha mãe está ficando doente e queria chamar Anie, mas não quero deixa-la sozinha. - falei. - você chegou em boa hora... será que...

- Eu vou. - ele me interrompeu. - você cuida da sua mãe. - ele depositou um beijo na minha têmpora e virou-se.

- Espera, Marcos. - chamei. - porque veio aqui exatamente? - quis saber. Ele voltou-se pra mim e sorriu dizendo:

- Conversámos quando eu voltar. - e assim ele foi embora.

Estava sozinha agora, pela primeira vez depois de tudo que aconteceu, minha mãe descansava no quarto e aquela casa parecia maior do que o normal.

Voltei ao quarto de Maria para ver se estava tudo bem, notei que ela havia comido o café da manhã antes de deitar novamente e levei a bandeja de volta a cosinha.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora