Doença?

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...

Enquanto a vida passava rápido diante dos meus olhos, as coisas iam se ajustando gradativamente; Lua minha melhor amiga, me arrumou um estagio na clinica onde ela trabalhava, então passei a pagar por meus estudos e parte das nossas contas da casa.

No começo eu não achei que dariamos certo, Marcos e eu, mas agora eu vejo que fiz a escolha certa ao me casar com ele. Ainda sentia muita falta dos meus pais e de como era a vida antes, mas a perda deles ja não me doi tanto, apenas a saudade que ficou, manter a casa em que morávamos me trazia boas lembraças dos tempos que passamos juntos.

Estava começando a me acostumar com a nova rotina de casal, tomávamos café da manhã juntos e Marcus me levava a faculdade (já estava cursando o segundo período) lá ele beijava minha testa, me abraçava e dizia o quanto me amava antes de ir trabalhar, depois almoçávamos juntos com Lua que se tornou parte importante da minha vida e nós íamos juntas ao trabalho assim eu não ficava sozinha em nem um único momento dos meus dias, o que me dava uma sensação de segurança.

A clinica era simples, mas ajudava muita gente da vila em que vivíamos e o trabalho era bom, depois de Anie me ensinar algumas coisas sobre medicina em casa, eu ter arrumado aquele emprego me fazia sentir um pouco mais próxima a ela, visto que a algum tempo ela parou de nos visitar.

No fim do dia Marcus vinha me buscar e íamos juntos pra casa, nos conversávamos sobre tudo, desde sobre como foi o dia, até como chamaríamos nossos filhos no futuro, quando tivéssemos condições de criá-los, nos jantávamos juntos e íamos pra cama, estar com Marcus me fazia sentir viva, me fazia bem, me fazia sorrir, por muitas vezes eu admirava o garoto de cabelos amarelos enquanto ele dormia e agradecia Deus por ter o colocado em minha vida depois de tanta maldade.

A mãe de Lua as vezes aparecia no trabalho para almoçarmos todos juntos, a mulher sempre falava como Lua era bonita e precisava arrumar um namorado ou ficaria sozinha, mas a menina dizia sempre a mesma coisa: 'ainda sou jovem mãe, não preciso me casar agora so porque minha melhor amiga é casada' e todos riamos da situação, a mais velha tentava arrumar um dos meninos do trabalho pra filha e a mais nova se recusava, Lua falava que so se casaria se realmente amasse a pessoa e que não era qualquer um que iria fazer o coração dela bater mais forte.

No dia da nossa folga, Marcus e eu fomos ao lago juntos, o mesmo estava ainda mais bonito, algumas plantas nasciam ao redor do lugar o deixando mais colorido, o sol brilhava intensamente sobre o lago, arrumamos nossas coisas na beirada e nos esticamos lado a lado apenas com roupas de banho, Marcus segurou uma de minhas mãos enquanto dávamos formatos as nuvens no céu, uma vez eu vi um anjo em uma dessas nuvens, mas não cheguei a comentar com meu marido, apenas sorri da minha criatividade.

- Eu não achava que conseguiríamos ser tão felizes depois de tudo que aconteceu. - Afirmei.

- Por um momento eu me preocupei que isso pudesse acontecer, que você so estivesse comigo para não ficar sozinha. - comentou o loiro com um tom preocupado. - eu havia decidido que ia esperar você me amar como eu a amo, ou apenas a ajudaria a crescer e depois a deixaria ser feliz como e com quem escolhesse, mas agradeço a Deus por permitir que esse amor fosse real, pois você vive no meu coração e na minha mente Soffia. Você não tem ideia de como me faz feliz ver teu sorriso quando estamos juntos. - o garoto virou-se em minha direção olhando-me nos olhos e colocando um dos meus cachos atrás de minhas orelhas, eu sorri tímida a tudo que ele falou e o abracei.

- Estar com você foi uma das melhores coisas que já fiz. Eu o amo Marcos, não so porque você ficou e cuidou de mim, é muito maior do que isso, eu quero que você seja feliz e quero ser a pessoa a te fazer feliz. - Nos sorrimos e Marcus me beijou carinhosamente, pude ver através de seus lindos olhos azuis que ele estava realmente feliz em estarmos ali, lado a lado.

Me levantei e corri apenas pra me colocar alguns passos a sua frente e me virei para ele chamando-o pra me acompanhar, quando ele também se levantou sai correndo novamente, era a nossa brincadeira, ao menos a minha brincadeira favorita desde que eu era uma criança; eu corria e ele tentava me alcançar na margem do lago e no fim acabávamos dentro do mesmo como dois bobos, como se nunca tivéssemos feito aquilo antes.

Eu gostaria de poder parar o tempo, ou voltar nele e me avisar sobre tudo o que aconteceria depois e viver ali naquele lago, feliz, sem medo de viver a vida achando que tudo pode acabar a qualquer momento como faço hoje.

...

Estávamos almoçando, Lua e eu sem Marcos nesse dia, pois ele teve que almoçar com umas pessoas do trabalho e seus pais, o garoto que nos atendia estava com inúmeros olhares afetuosos para Lua e ela sorria para ele sempre que o mesmo passava por nós o que era bonitinho de se ver.

- Vejo que você esta gostando de alguém. - disse brincalhona.

- o que? Quem? Eu? - respondeu como se nada estivesse acontecendo.

- sim você. - voltei a afirmar e sorri olhando o garoto que não tirava os olhos de minha amiga e depois novamente para ela que sorriu e escondeu o rosto com as mãos, o que me fez rir ainda mais.

- ele é muito fofo. - falou por fim. - o sorriso dele me encanta, mas eu não sei se estou pronta.

- se você continuar se impedindo nunca vai estar, veja Marcus e eu.. quem acreditaria que estaríamos tão felizes depois de tudo o que aconteceu...

- tem razão sof. Sera que eu deveria falar com ele? - questionou olhando do garoto pra mim e disfarçando o interesse.

- acho que deveria sim, ele não para de te olhar. - nos rimos da situação e o garoto se aproximou trazendo nosso almoço com um sorriso bobo no rosto.

Quando a comida foi colocada a minha frente meu estomago embrulhou quase que imediatamente, o cheiro do almoço me deixava desconfortável e senti que o café da manhã que havia tomado estava querendo voltar de onde veio, então dexei a mesa e corri ao banheiro mais proximo o mais rapido que deu e acabei vomitando em uma das cabines.

- Soffie, ta tudo bem com você? - perguntou Lua do outro lado da porta, com um tom de voz preocupado.

- acho que sim, estou um pouco melhor. - respondi. - foi só um enjoo, acho que aquele almoço deve estar ruim.

- como assim Soffie, é o mesmo almoço de sempre praticamente, não senti nenhum cheiro diferente. - afirmou Lua.

- não sei explicar... - comentei me levantando e indo até a pia lavar o rosto e as mãos, Lua estava de pé ao lado de uma das cabines me analisando. - mas tenho certeza que havia algo errado com o almoço, não tenho mais fome. - afirmei.

- tá bem, vamos pra clínica e faremos alguns exames pra ver se está tudo bem com você. - disse.

- não tem necessidade Lua, estou bem, foi apenas um enjoo.

Acabou que nós não almoçámos e voltamos ao trabalho, Lua reclamou comigo praticamente o dia inteiro por não ter conseguido almoçar e nem falar com o garoto do restaurante e ri do desespero da garota prometendo que voltaríamos la no outro dia e só sairíamos quando eles dois conversassem.

Os dias que se seguriam fizeram os enjoos irem de mal a pior e eu não estava mais aguentando aquela situação, as coisas que eu mais gostava de comer mal me desciam ao estômago e já eram expulsas do mesmo, durante a tarde Marcus e eu pulamos o almoço para ir a clínica ver o que estava acontecendo comigo, fiz alguns exames e parecia estar tudo bem com meu estômago e apetite então fizemos um exame de sangue que ficaria pronto logo no outro dia, nossa chefe premitiu que eu tirasse o restante do dia de folga e Marcus e eu voltámos para casa.

- tenho medo que fique doente. - disse o garoto sentando-se ao meu lado no sofá da sala e me abraçando. - não suportaria perder você Sof.

- não vai me perder... Deve ser apenas uma virose, ou algo do tipo, estou bem melhor que alguns dias atrás, vai ficar tudo bem. - afirmei e o bejei os lábios sentindo meu coração acelerar e o garoto sorriu surpreso com a minha reação.

- Amo você Soffie. - afirmou e bejou minha testa.

- Amo você. - rebati.

...

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora