Capítulo 4

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Meus domingos sempre eram do mesmo jeito, praticamente uma tradição. Anne e eu jogadas em casa, tentávamos cozinhar uma receita diferente, saboreávamos o resultado, assistíamos toneladas de séries, ou algum filme novo. E eu adoraria continuar fazendo isso pra sempre, mas infelizmente a Modest teve outros planos pra mim.

–Ele chegou. – digo a Anne, e pego minha bolsa. – Me deseja sorte outra vez, mas agora quatro vezes mais. 

–Você vai se sair bem, boa sorte. – Anne manda um beijo, desviando os olhos do livro que está lendo, algo sobre física quântica. – Não esqueça de reaplicar o protetor solar daqui há cento e trinta e oito minutos. 

–Pode deixar.

Já devia estar acostumada com sua exatidão, mas ela ainda me faz rir na maioria das vezes. 

Deixo meu apartamento, e depois o prédio, dando de cara com um Mustang preto conversível. E cheguei a pensar que aquele Maserati era surpreendente. Luke deve ter vários carros exageradamente caros e luxuosos.  

Ele está atrás do volante, com os cabelos presos em um coque meio desajeitado e óculos escuros, sorri amigavelmente quando me vê.

–Bom dia, namorado. – digo entrando no banco do carona. 

Ele se aproxima e deixa um beijo sutil na minha bochecha, provavelmente só por "precaução", ainda que ninguém vá estar nos vigiando na frente da minha casa, acho.  Mas até que concordo, se é pra fingir, vamos fingir direito. 

–Tudo bem com você? – ele liga o carro, e sai devagar. 

–Tudo sim, e você? 

–Minhas redes sociais estão levemente caóticas, e minhas fãs parecem a ponto de um colapso, graças a você, obrigado. –me dá um sorriso torto– Mas em compensação meus empresários nem me olham com ódio mais.  

Dou risada, e não falo nada porque o vento que bate contra nós é forte, eu precisaria gritar pra ser ouvida.

O que ele disse comprova o que eu já estava pensando, Rony pareceu satisfeito no telefone, e agora sei que os empresários de Luke também estão. Anne também disse que não tenho nada pra me preocupar.  Mas não tenho nenhuma prova concreta disso, porque ainda não tive coragem de abrir nenhuma notícia, e desliguei as notificações de todas as minhas redes sociais, caso me descubram. 

Eu sei que vou ter que encarar, mas ainda não me preparei o suficiente pra isso. Mal olho pro meu celular desde que saímos pela primeira vez. Respondo mensagens dos meus amigos, e atendo as ligações de Rony.

Agora estamos a caminho de Venice, uma das... se não A praia mais conhecida da cidade, talvez do país. Vamos passar o dia lá para que eu conheça os colegas de banda de Luke, e claro, para sermos flagrados juntos de novo.

Duas vezes na mesma semana, somos mesmo um casal apaixonado. 

–Eles sabem? – pergunto quando ele para no semáforo fechado. 

–Não existem segredos entre nós. – depois ele adiciona– Mas você ainda precisa agir como a minha namorada pro resto do mundo. 

–Já são quatro pessoas a menos. – respondo.

–Você contou pra alguém, amigos ou família? 

–Você leu o tamanho da multa por quebra de sigilo naquele contrato? 

Ele nega com a cabeça e o sinal fica verde.

–Gigante! – digo mais alto que o ruído do vento. –Mas minha melhor amiga sabia, de quando eu neguei. Ela é de confiança.

Contract - 5sosOnde histórias criam vida. Descubra agora